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Crise hídrica

Por:   •  31/10/2017  •  2.017 Palavras (9 Páginas)  •  429 Visualizações

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Além da má distribuição dos recursos hídricos e dos problemas de gestão no território nacional, o problema da escassez de água no Brasil também perpassa pelas recentes secas que vêm afetando o país. Nos últimos anos, principalmente em 2014, os níveis de precipitação ficaram muito abaixo do esperado, por isso, os reservatórios em todo país mantiveram baixas históricas, principalmente na região Sudeste.

Vale lembrar, afinal, que a falta de água no Brasil não afeta somente a disponibilidade de água tratada nas residências. As indústrias e a agricultura (os principais consumidores) são os setores que mais poderão sofrer com o problema, o que pode acarretar impactos na economia como um todo – lembrando que a maior parte das indústrias do país está justamente na região Sudeste. Além disso, cabe a ressalva de que o principal modal energético do país é o hidrelétrico, que possui como ponto negativo justamente a dependência em relação à disponibilidade, de modo que uma seca extrema pode levar o país a um novo racionamento de energia, tal qual o ocorrido em 2001.

- Outras causas

Outras causas da crise da água também devem ser lembradas, tais como:

- a degradação dos rios e reservas de água;

- a remoção de boa parte da vegetação que tinha como função auxiliar a infiltração da água das chuvas nos solos, proteger os mananciais e cursos d'água e atuar na evaporação para garantir a continuação do ciclo da água;

- a falta de chuvas, com índices de precipitação muito abaixo da média;

- a má gestão dos recursos hídricos, que tornou o abastecimento muito dependente do Sistema Cantareira (que abastece a maior parte da Região Metropolitana de São Paulo);

- Fatores políticos

Do ponto de vista político, há uma total ineficiência e falta de transparência para tratar do tema. Não há o que se diga, é preciso investimentos sérios na rede como um todo. Nesse aspecto, a população brasileira está pagando um preço caro pela falta de transparência e, principalmente, educação e informação sobre o consumo do recurso. O Brasil possui por origem a tendência de não mover esforços com antecedência, e se resguarda apenas a medidas populistas que visam angariar votos e popularidade. Frisa-se que, por hora, não estamos apontando nenhum partido ou governo específico.

O problema da água é algo complexo, no entanto a sua solução encontrará desafios em uma legislação ultrapassada e em políticos preguiçosos que, ao que tudo indica, não vão trazer a responsabilidade para si.

- Fatores econômicos

Atualmente, as mudanças climáticas, o desperdício e a poluição de rios e lagos têm tornado essa substância escassa em várias partes do mundo. Sendo assim, medidas que visem à economia e ao reaproveitamento da água são de suma importância para garantir o abastecimento da população.

Uma das formas de ajudar na economia de água potável é por meio do aproveitamento da água da chuva, uma técnica usada em vários países, inclusive no Brasil. Normalmente a captação da água é feita nos telhados, com posterior filtração e transferência para reservatórios, figura 1.

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Figura 1. Estrutura montada para a captação de água da chuva.

A água da chuva, na maioria dos casos, é usada para fins não potáveis, ou seja, para atividades em que não se faz necessária uma água de grande qualidade. Dentre os principais usos, podemos citar a irrigação de jardins e plantações, descargas em vasos sanitários, lavagem de garagens, calçadas e veículos; limpeza de parques e utilização pelo corpo de bombeiros.

Ao utilizar a água das chuvas para esses fins, a economia de água potável pode ser relativamente alta. Pesquisas indicam que no Japão, por exemplo, o uso de água da chuva diminuiu aproximadamente 30% do consumo de água potável, uma economia considerável.

Além da economia gerada, o uso da água das chuvas em grandes áreas urbanas está relacionado com a diminuição de enchentes. Ao realizar a captação, menos água fica acumulada na grande área impermeabilizada pelo asfalto e cimento.

Apesar de não ser recomendado o uso da água das chuvas para consumo, em muitas áreas do Nordeste brasileiro essa já é uma realidade. Como esse local sofre com constante falta de água, a captação das chuvas mudou completamente a vida das pessoas dessa área. Geralmente a água é coletada pelos telhados, passa por filtração e cloração e é armazenada em cisternas, podendo, então, ser usada para consumo.

- Soluções para a crise da água

Uma das medidas que vêm sendo adotadas a curto prazo é um racionamento de água, embora os governos tenham demorado a admitir a sua execução. Na prática, no entanto, várias famílias e localidades já passaram a sofrer com horas e horas sem água por vários dias em razão da diminuição da pressão nas tubulações de fornecimento. O governo também vem incentivando a redução do consumo, taxando os excessos e promovendo até o pagamento de multas em casos de flagrantes de desperdícios. Mas tudo isso para não resolver a situação por completo.

Existem outras perspectivas de soluções, como a utilização de técnicas para reuso da água, principalmente para as indústrias e a agricultura – maiores consumidores –, e também o maior aproveitamento das águas das chuvas.

Algumas medidas polêmicas também emergem. No caso de São Paulo, a utilização da represa Billings vem sendo bastante criticada, em razão de ela apresentar elevados níveis de poluição e acúmulo de metais pesados e substâncias tóxicas. Outra medida que gera bastante discussão é o projeto de deslocamento do Rio Pinheiros para abastecer o Sistema Cantareira, uma vez que esse rio também apresenta elevados índices de poluição.

- Reuso da água

A água de reuso pode ser definida como uma água residuária (esgoto) que possui características que permitem sua utilização para determinado fim. Ela é usada normalmente para lavar ruas, resfriar máquinas, irrigar jardins e plantações, apagar incêndios, na construção civil, nas descargas sanitárias, entre outros usos não potáveis. Entretanto, apesar de ainda não ser uma realidade no Brasil, a água de reuso pode ser usada também como potável.

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