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CRISE HÍDRICA X EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Por:   •  5/4/2018  •  1.680 Palavras (7 Páginas)  •  277 Visualizações

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Durante o debate, Daniel R. Fink citou a falta de leis no Brasil que orientem o reaproveitamento de efluentes e, embora existam propostas referentes a este processo, vê a necessidade de unir todos os envolvidos nessa questão. A racionalidade do uso da água também foi mencionada, além da gestão descentralizada e participativa. “O uso da água não pode passar por discriminação econômica e social e não pode acarretar um risco para a saúde pública. Há necessidade de um promotor para fiscalizar a Cetesb, de modo que a água de qualidade não seja usada para fins menos importantes”, ressaltou.

1.1 - Outras informações quanto à crise da água

Para o meteorologista Augusto José Pereira Filho, professor da USP, a falta de nuvens é a explicação para a seca que atinge o Sudeste. Nesta entrevista, ele afirma que o fenômeno é causado por fatores como a era geológica em que vivemos e o movimento atmosférico natural do planeta. A próxima estiagem, diz ele, já tem data para ocorrer entre 2019 e 2024.

A crise hídrica que afeta o Sudeste levou a uma busca por explicações para a ausência das chuvas. A hipótese mais forte, segundo meteorologistas e ativistas, é que o aquecimento global seja a razão por trás do calor e seca sem precedentes. O planeta estaria sofrendo as consequências das emissões do CO2 causadas pelo homem: temperaturas extremas, desequilíbrio ambiental, falta d'água.

O Projeto de Lei (PL) 44/2014 prevê a instalação de sistemas para reaproveitar a água da chuva nas escolas municipais de São Paulo. A proposta, que já foi aprovada em primeira votação, é um dos seis PLs que foram discutidos na Câmara em uma audiência pública.

A implantação do sistema de reaproveitamento da água pluvial caberá às secretarias municipais do Meio Ambiente e Educação, em parceria com as escolas. Esse reaproveitamento poderá ser por meio de cisternas, calhas, etc. Cada instituição vai optar pela maneira mais compatível com as suas instalações.

Em Minas Gerais, no município de Ouro Branco, a Escola Estadual Cônego Luís Vieira da Silva já adotou o reaproveitamento de água da chuva na instituição. Hoje, ela conta com um sistema de calhas que capta água pluvial e armazena em uma cisterna (veja foto abaixo). A escola implantou o sistema depois de ter ganhado um prêmio de educação ambiental promovido na região.

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2 - COMO FALAR SOBRE A CRISE HÍDRICA NA SALA DE AULA

Segundo o geógrafo Wagner Costa Ribeiro, da Universidade de São Paulo, a escola precisa mudar a forma como trata sobre os recursos hídricos nacionais. “A criança e o adolescente não podem ter o mito da abundância da água reforçado.” Para ele, o Brasil tem um nível bastante elevado, mas essa água está distribuída de maneira desigual. “Ela é abundante na escala nacional, mas é muito escassa em locais como a região metropolitana de São Paulo”, apontou Wagner.

O momento de crise, onde parte da população fica sem água nas torneiras durante horas ou até dias, pode servir para despertar a discussão sobre o uso da água. “A ideia é que o consumo consciente seja um hábito trabalhado desde a infância”, defendeu Denise Conselheiro, coordenadora do Edukatu, rede de aprendizagem sobre consumo consciente. Segundo ela, isso garante que as próximas gerações tenham essas práticas muito mais incorporadas ao seu dia a dia.

De acordo com a representante do Edukatu, para falar sobre esse tema na escola, o professor deve recorrer ao uso de atividades lúdicas e a uma linguagem divertida. “A abordagem precisa ser diferente”. Além disso, é preciso trazer as questões sobre o uso da água para o cotidiano do aluno, como o risco de desperdício dentro da própria escola.

Uma sugestão de atividade, apresentada por Wagner Costa Ribeiro, da USP, é de pedir para os alunos levarem a conta de água para escola. Na sala de aula, o professor pode comparar o consumo de cada família com a média geral da turma. A partir daí, ele consegue discutir maneiras de promover o uso racional dos recursos hídricos. No ensino médio, ele também pode acrescentar o debate sobre o modelo de gestão hídrica adotado na cidade.

3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após pesquisas e leitura sobre o tema fica ainda mais claro a necessidade de colocar o cidadão, desde a infância, a par da realidade que se vive e a responsabilidade deste para preservar e cuidar dos recursos naturais.

Assim como a água parecia ser algo sem fim, hoje se pode verificar que a imprudência e descuido levaram à crise hídrica, não só dos cidadãos, mas principalmente dos governantes que, apesar de haver indícios de que isto ocorreria, não se preocuparam em tomar providências. Desta forma é necessário que todos estejam engajados em desenvolver um olhar diferente e ser agente direto para mudar hábitos e costumes que podem extinguir recursos naturais.

Para Tristão( 2005), faz-se necessário também o desenvolvimento de práticas nos espaços de convivência, que superem o pragmatismo dominante de um conhecimento, torna-se muito importante para a organização coletiva de projetos de intervenção na realidade, envolvendo os responsáveis políticos e a comunidade local. Todos são convidados a participar das reuniões, encontros, eventos e fóruns, dentro ou fora da escola.

As propostas curriculares, as mudanças e transformações educativas dependem daqueles envolvidos com seu cotidiano. O envolvimento dos professores nos processos políticos de decisão, na participação em encontros e eventos, intervém no seu saber-fazer pedagógico e pode ser considerado como contexto valioso de formação, mas também como possibilidade de construção de novas formas de compreender e viver a relação exclusão e inclusão, saber e poder, teoria e prática.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

AKATU. Escolas poderão ter sistema para aproveitar água da chuva em São Paulo. Disponível em: http://edukatu.org.br/cats/2/posts/1193. Acesso em 17/04/2015.

BRASILENGENHARIA. Crise hídrica em São Paulo vira tema em Fórum sobre reúso de água. Engenho editora técnica./ Disponível em: http://www.brasilengenharia.com/portal/noticias/destaque/10572-crise-hidrica-em-sao-paulo-vira-tema-em-forum-sobre-reuso-de-agua.

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