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CRISE AMBIENTAL E OS NOVOS PARADIGMAS

Por:   •  10/10/2018  •  1.292 Palavras (6 Páginas)  •  440 Visualizações

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A Ética Ambiental seria uma nova forma de se encarar a natureza, uma que a considere como um ser possuidor de igual valor intrínseco. Objetivando uma retomada do caráter orgânico da humanidade – enfraquecida desde a o advento da revolução cientifica – relacionando-a novamente com o ambiente. O homem visto a partir da Ética Ambiental é um individuo que é parte integrante do ambiente, e como destaca em suas ideias o filosofo norueguês Arne Naess, principal expoente de um movimento chamado Deep Ecology[1], a consequência dessa nova perspectiva as espécies não-humanas e os ecossistemas assumiriam status maiores do que os apresentado atualmente, estabelecendo um relação eficaz e digna com a natureza.

Junto com a Ética Ambiental, a ideia de responsabilidade para com o meio ambiente é ainda mais reforçada. Tomando essa base, o filosofo alemão Hans Jonas postulou em sua obra El principio responsabilidad: Ensayo de una ética para La civilización tecnológica, o Principio Responsabilidade. Ele objetiva uma contenção do poder do homem – o qual se encontra desenfreado e descontrolado –, impedindo-o de causar danos praticamente irreversíveis ao meio ambiente e consequentemente às gerações futuras. A humanidade deve agir de modo que os efeitos gerados por suas ações sejam sustentáveis, compatíveis com para a permanência da vida humana na terra.

A humanidade colocou-se no centro do universo, e através de sua ótica antropocêntrica submeteu tudo a sua vontade, no entanto suas ações tão meticulosamente calculadas não se atentaram ao fato de os processos são finitos. Utilizando um conceito de Anthony Giddens sobre a modernidade, encontrado em seu livro As Consequências da Modernidade, podemos aplicá-lo também a ações humanas tomadas a partir se sua perspectiva de dominação. Esse conceito seria o de Carro de Jagrená[2], uma máquina de enorme potencial, que até certo momento temos a ilusão de controle, no entanto ele pode facilmente sair desse “controle”, alterando o caminho que escolhemos para que ele e atropelar qualquer coisa que estiver em seu caminho. As ações humanas desprovidas de uma Ética para com a natureza são como o Carro de Jagrená, sua consequência podem facilmente sair do controle, e mesmo seja acreditada a existência de um controle, este não passa de uma ilusão.

A crise ambiental é sem sombra de duvidas uma questão que deve ser abordada sobre parâmetros ética e cabe ao homem sua resolução, pois além de único real culpado, é também o único dotado de poder para restaurar aquilo por ele degradado. A humanidade atingiu um nível de interferência tão grande que não pode ser simplesmente ignorado com foi feito até agora. Mesmo que o tema já tenha sido abordar, os esforços para se encontrar uma solução permaneceram muito tímidos. Somente agora houve um real despertar para as questões ambientais, e por meio dessa Ética Ambiental – que deve ser encarada com tão importante quanto à ética “humana” – é possível chegar não apenas a uma solução do nosso paradigma atual, como também a uma forma de vida sustentável para o homem, com este encarando sua responsabilidade para consigo e para com a natureza.

REFERÊNCIAS

VALENTI, Fábio. A Posição do Ser Humano no Mundo e a Crise Ambiental Contemporânea. 13 p. Artigo Científico - Mestrando em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), 2010.

ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. Dialética do Esclarecimento: fragmentos filosóficos. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1986.

JONAS, Hans. El principio responsabilidad: Ensayo de una ética para La civilización tecnológica. Barcelona: Editorial Herder, 1995.

JORNAL ABARCA, O Carro de Jagrená. Disponível em: http://abarca.com.pt/?cix=noticia458578> Acessado dia 29 de 2014.

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