Avaliação e o Professor
Por: Hugo.bassi • 13/7/2018 • 2.091 Palavras (9 Páginas) • 292 Visualizações
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Assim para a autora (2003), o professor possui condições de verificar a melhor maneira de avaliar a aprendizagem dos seus alunos. Cada professor utiliza um método diferente de avaliar, mas tanto alunos quanto pais e professores consideram a avaliação importante para a educação.
O que Luckesi (2006) chama de “pedagogia do exame”, onde as crianças são educadas apenas para fazer provas, importando mais o valor da nota, do que o aprendizado escolar.
Pais, sistema de ensino, profissionais da educação, professores e alunos, todos têm suas atenções centradas na promoção, ou não, do estudante de uma série de escolaridade para outra. O sistema de ensino está interessado nos percentuais de aprovação/reprovação do total de educandos; os pais estão desejosos de que seus filhos avancem nas séries de escolaridade; os professores se utilizam permanentemente dos procedimentos de avaliação como elementos motivadores dos estudantes, por meio de ameaças; os estudantes estão sempre na expectativa de virem a ser aprovados ou reprovados e, para isso, servem-se dos mais variados expedientes. O nosso exercício pedagógico escolar é atravessado mais por uma pedagogia do exame que por uma pedagogia do ensino/aprendizagem (LUCKESI, 2006, p. 18).
Segundo Hoffman (2009), para modificar os métodos tradicionais de avaliação o professor precisa levar em consideração todo o conhecimento do aluno, e aceitar respostas que sejam coerentes, não aquelas reproduzidas.
2.1 Análise da entrevista e do instrumento de avaliação
A professora entrevistada trabalha a 33 anos como professora, leciona em escola particular, na cidade de Santos. Para ela avaliação envolve diagnóstico e o acompanhamento do aluno durante do ano, para verificar o que ele aprendeu, e por último a avaliação final.
Para Luckesi (2006), a avaliação diagnóstica é o primeiro passo para a democratização do ensino, essa avaliação é um instrumento para analisar o que o aluno já conhece para poder continuar o processo de aprendizagem.
Se é importante aprender aquilo que se ensina na escola, a função da avaliação será possibilitar ao educador condições de compreensão do estágio em que o aluno se encontra, tendo vista poder trabalhar com ele para que saia do estágio defasado em que se encontra e possa avançar em termos dos conhecimentos necessários. Desse modo a avaliação não seria tão-somente um instrumento para a aprovação ou reprovação dos alunos, mas sim um instrumento de diagnóstico de sua situação, tendo em vista a definição de encaminhamentos adequados para a sua aprendizagem. Se um aluno está defasado não há que, pura e simplesmente, reprova-lo e mantê-lo nesta situação (LUCKESI, 2006, p. 81)
Os outros instrumentos de que a professora utiliza em sala de aula são: As provas, atividades feitas em sala, os trabalhos, e o próprio proceder deles em sala de aula.
Segundo Freitas (2009), além das provas e atividades em sala preparadas pelo professor, também existem as avaliações informais, que juntas formam as notas finais.
A professora diz que avalia do mesmo modo os conteúdos factuais, conceituais, procedimentais, atitudinais, com os mesmos instrumentos de avaliação.
Zabala (2014), classifica os conteúdos factuais como os conhecimentos de fatos concretos. Os conteúdos procedimentais são conhecimento das habilidades, das técnicas. E atitudinais, são conhecimentos regras e valores.
Ensino e aprendizagem são indissociáveis e a avaliação é intrínseca a esse processo. A avaliação daqueles a quem se propôs ensinar algo também traz informações sobre como se procurou ensinar esse “algo”. Alguém atuou neste “como”: o professor. Então, o melhor indicador da realização de uma atividade de ensino é o nível em que nela, pela ação docente, se promove o crescimento geral dos alunos: cognitivo, afetivo, motor, atitudinal, comunicacional, valorativo, etc. (GATTI, 2003, p.111).
Portanto a professora, ainda utiliza alguns métodos tradicionais considerados classificatório, onde a nota acaba sendo no final o mais importante.
Para uma avaliação ser considerada mediadora segundo Hoffmann (2011, p.62), a professora precisa ter um olhar diferenciado para cada criança, e entender que cada criança possui um “processo de construção de conhecimento”.
O que exige uma relação direta com ele a partir de muitas tarefas (orais ou escritas), interpretando-as (um respeito a tal subjetividade), refletindo e investigando teoricamente razoes para soluções apresentadas, em termos de estágios evolutivos do pensamento, da área de conhecimento em questão, das experiências de vida do aluno (HOFFMANN, 2011, p.62).
Conforme a autora (2011), quando o professor dá uma prova final, ele acaba com a continuidade do conhecimento, pois o aluno entende que aquela nota não mudará. As provas fazem apenas os alunos decorar as respostas.
A professora entrevistada alega que o método de avaliação de aprendizagem que ela utiliza está de acordo com a política pedagógica da escola, que prevê uma avaliação diagnóstica, provas, e avaliação dia-a-dia.
Segundo Hoffmann (2011), as escolas, ainda mais particulares, possuem dificuldades em modificar os métodos de avaliação, por medo dos pais não aprovarem e retirarem seus filhos da escola. Mas, o método tradicional com provas, não é sinônimo de aprendizagem, porque para a autora, o aluno não aprende pois não consegue se expressar, apenas decora o conteúdo.
Para ela (2011), o método construtivista, o aluno constrói o conhecimento ao longo do processo de aprendizagem, onde as avaliações são durante todo o processo, nas atividades diárias, tornando assim uma avaliação mediadora.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os objetivos deste trabalho foram, alcançados através da análise da entrevista com a professora. Fomos capazes de verificar que apesar de tentar inovar os métodos de avaliação, o ensino continua sendo tradicional, onde a nota da prova acaba sendo o mais importante.
A professora entrevistada faz a avaliação diagnóstica no começo do semestre, mas no final não consegue desvincular da prova final, afinal o projeto político pedagógico da escola prevê a prova como método de avaliação de aprendizagem.
Para que a avaliação tornar-se mediadora, a escola, os pais, e professores precisam ter coragem para mudar. Entendendo que avaliação de aprendizagem não é sinônimo de prova, e sim
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