Analise sobre Anisio Teixeira
Por: Evandro.2016 • 11/12/2017 • 1.370 Palavras (6 Páginas) • 404 Visualizações
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O pragmatismo Deweyano forneceu-lhe um guia teórico que combateu a improvisação e o autodidatismo, permitiu-lhe operacionalizar uma política e criar a pesquisa educacional no país (NUNES, 2010, p.19).
Concepção sobre o papel da Escola e o processo de Ensino
Anísio Teixeira por meio de suas ideias e movimentos voltados para a educação concretizou a formação de um modelo de escola pública gratuita de qualidade, integral, laica, obrigatória, municipalizada e gratuita para atender a população brasileira.
Acreditava, assim, que esta seria a via para a superação do subdesenvolvimento em que se encontrava o Brasil, atenuado por uma sociedade marcada por privilégios.
Esse novo modelo de educação transformou o estudo, antes, característico para poucos em uma tendência agora universal e um direito de todos, sendo um dever do Estado provir essa educação à população.
O modelo de escola nova proposto atribuía novas responsabilidades ao educador, com a renovação na perspectiva de educar e não mais apenas instruir. Desse modo, a escola passou a ter como plano de fundo o papel de educar para transformar, pois o conhecimento modifica o homem e sua sociedade.
A escola passou a ser em tempo integral, sendo o dia completamente dividido entre as atividades curriculares básicas e extracurriculares, além de alimentação, higiene pessoal, médico e dentista.
[...] já no final da década de 1940: a conhecida escola-parque que, ao lado das classes comuns de ensino, no bairro operário da Liberdade, em Salvador, constituiu uma experiência pioneira no país e internacionalmente reconhecida de educação integral (NUNES, 2010, p. 30).
Para Anísio, o ensino público de qualidade deveria ser articulado, de modo que o conhecimento do aluno estivesse apto a se estender até uma Universidade. Sendo assim, o conhecimento adquirido estaria em constante complementação, a fim de garantir o aprendizado em uma escala crescente do que já fora assimilado.
Também junto à instituição escolar, era desenvolvido um programa específico destinado ao docente, a fim de proporcionar treinamento adequado e atualizar o profissional à nova instituição, sendo esse um fator essencial e principal para a transformação educacional.
Não nascemos educadores. Tornamo-nos educadores num processo laboriosamente construído, lapidado no diálogo com diversos educadores que transitam dentro de nós (NUNES, 2010, p.11).
A demanda por mão de obra no setor industrial e a crescente urbanização veio ao encontro com a estruturação pedagógica da escola nova. Afim, de estreitar as relações entre o domínio do trabalho e o domínio da educação, a escola redefine o papel social na perspectiva de responder as demandas do mercado de trabalho.
Cultura
Anísio acreditava que a educação deveria ser atravessada pela ciência e pela arte. Assim, a escola deveria se tornar “um ateliê de talentos humanos” oferecendo liberdade de pensamento e criação.
A escola incentivaria, também, à formação de oficinas com o intuito dos chamados “conhecimentos práticos do lugar de trabalho” o que incluía conhecimentos gerais e práticos sobre tecelagem, tapeçaria, cerâmica, artes industriais e dos materiais (couro, madeira, metal e lã), cartonagem, entre outras. A estruturação curricular levou em consideração também, a educação cidadã e cultural do aluno ao incluir as disciplinas como arte, música, oficinas, atividades socioeducativas, esporte e literatura.
Educar para a vida e para a democracia, formando o estudioso, o operário, o artista, o esportista, o cidadão útil, inteligente, responsável e, sobretudo feliz (NUNES, 2010, p.20).
Religião X Laicidade
Anísio abandona, a respeito da pedagogia de Inácio de Loyola, os valores absolutos, rituais religiosos e o que esta tem em termos de teoria da educação pelo aborrecimento, habituando o aluno a uma vida de esforço e contrariedade. Deixou à escolástica e para abraçar outras perspectivas, auxiliando-o a interpretar e valorizar a própria vida.
Nem tudo fora descartado da velha pedagogia jesuíta. Dela procurou resgatar, sob outra matriz filosófica, o saber socialmente relevante do currículo humanista; o realismo construído pela inserção histórica do ato educativo; a articulação entre fins e meios; a valorização das atividades da sala de aula e do professor; a questão da centralidade do sujeito, o que significava trabalhar o profundo envolvimento da pessoa na ação educativa. Na pedagogia inaciana, esse envolvimento é mais que psicológico: é também ético e prático, no sentido de que deve converter-se em opções que construam o compromisso com a realidade (NUNES, 2010, p.49).
Educação de meninos e meninas
A organização estrutural das classes escolares se estabeleceu por idade cronológica em relação à idade escolar e segregada em gênero por classe, mas não por instituição escolar. Além disso, em cada classe houve a organização de subgrupos por níveis de aprendizagem para estabelecer
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