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ANALISE DO PERFIL SOCIOECONÔMICO E CULTURAL DAS ADOLESCENTES GRÁVIDAS ATENDIDAS NO CENTRO SOCIAL DONA GERCINA BORGES TEIXEIRA/OVG GOIÂNIA, 2016

Por:   •  19/4/2018  •  2.505 Palavras (11 Páginas)  •  524 Visualizações

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Para Alves (2013, p. 40):

Delimitar uma visão sobre sexualidade é fundamental, até mesmo por clareza de posição teórica para sustentar a adolescência como um fenômeno sócio-histórico. A sexualidade também deve ser compreendida como construção social e não como algo inato manifesto no ser humano. Ao considerar as relações sociais como determinantes da sexualidade, afirma-se que os desejos são construídos pela cultura e estão relacionados a concepção e costumes presentes nas relações sociais que permeiam a sexualidade do sujeito.

Deste modo o autor afirma que, tanto a adolescência quanto a sexualidade passam por um processo de construção social, histórica e cultual que se transforma conforme mudam as relações sociais. A mídia e o convívio social possuem um papel muito importante em relação à sexualidade na adolescência, fato que está ligado á cultura e aos costumes presentes nas relações sociais que envolvem o indivíduo.

Oliveira (1998).afirma que nesse sentido a iniciação precoce à vida sexual é uma das causas da gravidez indesejada entre adolescentes. Gravidez nessa fase da vida é a gestação ocorrida em jovens de até 19 anos que se encontram, portanto, em pleno desenvolvimento. Em geral não foi planejada nem desejada e acontece em meio a relacionamentos sem estabilidade. No Brasil os números são alarmantes.

Sant’anna (2009) esclarece que, em todo mundo, anualmente, 14 e 15 milhões de adolescentes com idade compreendida entre 15 a 19 anos torna-se mães prematuramente, e, esses nascimentos correspondem a 10% de todos os nascimentos do mundo.

De acordo com Sousa e Outros (2015, p.15), baseados nos dados do Portal do Ministério da Saúde, no Brasil houve uma diminuição nos índices de gravidez em adolescentes de 15 a 19 anos, entretanto com relação dos 10 a 14 anos os indicadores são preocupantes:

Comparando o número de bebês nascidos vivos, no período de 2000 a 2011, de mães na faixa etária de 10 a 14 anos, ainda persiste um pequeno crescimento; em 2000 0,91% de casos (28.973) e, em 2011, 0,95 (27.785). Em relação ás mães de 15 a 19 anos, houve uma considerável diminuição (menos de 4,33%) em 2000 era 22,63% (721.564 nascidos vivos) e em 2011, 18,30% (533.103).

Mesmo tenha havido uma redução significativa dos 15 a 19 anos, o aumento na faixa etária de 10 a 14 anos deve merecer uma maior atenção por parte do Estado para que se repense as políticas públicas para esse grupo.

Deste modo o número de adolescentes apresenta também uma segunda, terceira ou até mesmo uma quarta gestação, da mesma forma que foi a primeira, ou seja, sem ter planejamento. Observa-se que o Brasil é um dos países onde esse problema é mais sério, pois 1,1 milhões de meninas de 15 a 19 anos que dão à luz a cada ano no Brasil, ou seja, cerca de 25%, já têm filho (SANT’ANNA 2009).

Segundo Santos Júnior (1999), o número de gestantes adolescentes é maior que as das gestantes adultas desde a década de 1970. O autor afirma que essa diferença se dá por uma “rede multicausal” de fatores que influenciam na intercorrência da gravidez na adolescência, dentre eles, as principais são: organização familiar, a condição socioeconômica, iniciação sexual precoce e informações sobre métodos contraceptivos.

Para Dadoorian (2000) a adolescência é uma fase marcada por conflitos entre pais e filhos, que se acirram devido ao modo urbano capitalista de vida, que faz com que as pessoas vez menos tempo para o diálogo e a convivência familiar.

Gauderer (1996, p. 48) concorda com Dadoorian e complementa afirmando que “sexo, sexualidade e amor são elementos considerados saudáveis apenas em famílias bem equacionadas”. Por famílias “bem equacionadas” o autor refere-se às famílias onde os pais são cariosos com os filhos e onde a sexualidade e um assunto conversado, existindo o dialogo respeitoso entre pais e filhos.

Mioto (2005) afirma que, no contexto da gravidez na adolescência, o suporte social e familiar vem sendo cada vez mais colocado em pauta. A autora ainda diz que, segundo estudos, as adolescentes provenientes de famílias cujas mães tiveram o primeiro filho precocemente em que haja um histórico de violência, abusos e drogas, aumentam-se as chances das adolescentes iniciarem precocemente as relações sexuais e logo engravidarem na adolescência.

Embora ela possa ocorrer em todas as classes, a forma como ela é concebida e tratada se difere conforme a classe social. Nas classes de maior poder aquisitivo, devido às expectativas postas sobre essa fase da vida, frequentemente essa ocorrência não é bem aceita, já que os pais geralmente esperam que os filhos construam uma história de vida melhor que a deles, que estudem mais, tenham empregos e condições de vida melhores etc.

A iniciação sexual ainda na adolescência está ocorrendo cada vez mais cedo. O que tem gerado muitos problemas na escola, na sociedade e no projeto de vida de muitos adolescentes que acabam engravidando ou contraindo alguma Doença Sexualmente Transmissível.

Segundo Nascimento e colaboradores (2011, p. 42).

Na atualidade vê-se o exercício da sexualidade começando cada vez mais cedo, impulsionado pela imposição social que leva crianças a adolescerem precocemente. A iniciação da atividade sexual pode gerar grandes conseqüências, uma delas é a gravidez indesejada que leva adolescentes a ingressarem na vida adulta rapidamente mesmo não estando preparadas psicologicamente, levando a jovem a mudar completamente seu modo de vida.

Sendo assim podemos perceber é que a iniciação sexual dos adolescentes está acontecendo cada vez mais cedo, isso se dá principalmente pela cultura, as relações sociais e a mídia que está cada vez mais incitando os/as adolescentes a relações erotizadas não relacionadas a um processo de educação sexual.

3 – PROBLEMA

Neves (2002) afirma que das 80 adolescentes entrevistadas, quase a totalidade conheciam métodos para evitar a gravidez, somente duas das entrevistadas revelaram desconhecimento quanto aos métodos.

A gravidez na adolescência é uma questão que vem se acentuando e se tornando cada vez mais grave, cujo principal motivo, é a baixa utilização de métodos contraceptivos é também um fator importante para a incidência da gravidez.

Cabral (2003) acredita que a falta de informação é um dos resultados da gravidez na adolescência, e para solucionar o problema o autor afirma que deve ocorrer uma grande divulgação sobre

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