A PROPOSIÇÃO DE UM MODELO PEDAGÓGICO EM EAD PARA FORMAÇÃO DE TUTORES PRESENCIAIS

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O Portal da Educação Corporativa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, define três etapas da educação corporativa em empresas brasileiras, a saber:

- Qualificação Profissional: são empresas que não possuem práticas de educação corporativa, apenas realizam capacitações de formação técnica direta;

- Prática de Educação Corporativa: são empresas que já atuam com educação corporativa, mas não chegaram a constituir uma universidade corporativa.

- Universidade Corporativa: representa a consolidação da prática de educação corporativa na empresa, além das características de prática de EC, para ser considerada uma universidade corporativa, a prática deve envolver a criação de uma unidade física com uma ampla gama de cursos e atividades de treinamento, qualificação e formação de pessoas (público interno e externo da empresa) de níveis e modos de ensino distintos, com estratégias operacionais de educação distintas e coordenadas, podendo, inclusive, constituir em uma unidade de negócio da empresa (PORTAL EDUCOR, 2012).

Somente esse critério não será suficiente para a delimitação da amostra, pois não existem empresas suficientes cadastradas no Portal, para tanto, comporão essa pesquisa as empresas participantes do Ranking das Melhores Empresas para se Trabalhar – Edição Brasil, promovido pela empresa de pesquisa Great Place to Work (GPTW), que se classifiquem em cada uma das duas últimas etapas definidas pelo Portal da Educação Corporativa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, bem como sejam pertencentes aos setores secundário e terciário da economia brasileira.

Os relatórios remanescentes do GPTW indicarão as empresas que poderão ser escolhidas como amostra da pesquisa, mediante o atendimento de mais alguns critérios: a comprovação de que possuam um modelo de educação corporativa, efetivamente implantado em seu respectivo contexto de gestão, e se predispor a ser uma das organizações-caso da tese a ser desenvolvida. Após estes recortes, novas análises e contatos serão realizados até que duas empresas de cada categoria, nos dois setores econômicos, sejam escolhidas para participarem dos procedimentos empíricos da pesquisa proposta, totalizando oito empresas participantes.

Identifica-se que todo este processo será amparado por decisões que confluam na definição de uma amostra não probabilística e por conveniência. Não probabilística pela seleção de elementos, para a amostra não ser feita com o objetivo de ser estatisticamente representativa da população, e por conveniência por envolver a seleção de elementos da amostra que estejam mais disponíveis para tomar parte no estudo e que podem oferecer as informações necessárias (HAIR JR. et al., 2005).

Os procedimentos de pesquisa, apresentados por este projeto de tese, exigirão a realização de um extenso levantamento bibliográfico e de análises documentais, levando em consideração fontes secundárias e primárias, respectivamente, compilados pelo pesquisador, que ainda não foram objeto de análise ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com o propósito da pesquisa (MARTINS; THEÓPHILO, 2007).

A tese em proposição será alicerçada por uma estratégia de estudo de casos múltiplos, envolvendo uma investigação empírica que pesquisa os fenômenos em análise em seu contexto real, dentro do qual o pesquisador não possui controle algum sobre os eventos e as variáveis, logo, existe o interesse de se buscar uma apreensão da totalidade das situações e, criativamente, descrever, compreender e interpretar a complexidade de cada caso (YIN, 2005).

O estudo de casos múltiplos envolverá a realização de entrevistas semiestruturadas com os responsáveis pelas áreas de educação corporativa ou pela Universidade Corporativa, das oito empresas selecionadas como organizações-caso desta pesquisa. Nestas será utilizada a análise de conteúdo, a qual engloba um conjunto de técnicas, visando obter indicadores que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção das mensagens (BARDIN, 1977).

Após as entrevistas serão aplicados formulários junto aos colaboradores participantes dos programas de educação corporativa das empresas selecionadas. O formulário é um instrumento não tão completo como uma entrevista, por ser mais direto em relação às informações que solicita, e não é tão objetivo como um questionário, por exigir que seu preenchimento seja realizado pelo pesquisador, por uma série de intervenções e explicações necessárias para a plena compreensão do que está sendo investigado por parte do respondente (MARCONI; LAKATOS, 2010).

Os dados angariados pela aplicação dos formulários de pesquisa serão tratados por algum programa especializado em tratar instrumentos quantitativos, o qual será utilizado não como método de análise e sim como um cenário organizacional que dará suporte ao método de análise adotado por esta proposta de pesquisa (FLICK, 2009).

As concepções extraídas do referencial teórico, as informações coletadas junto aos relatórios, as mensagens captadas pela análise de conteúdo e as respostas advindas dos formulários mensuradas por técnicas estatísticas, serão submetidas a uma triangulação, a fim de que os objetivos apresentados sejam respondidos por discussões consistentes e devidamente fundamentados. Primeiramente, indica-se que será utilizada a triangulação metodológica entre métodos, indicada por Denzin (1989), por meio da qual se supõe que as imperfeições de um método possam ser supridas pelas forças de outro e, também, que a combinação entre eles leve o pesquisador a conquistar resultados mais robustos. Esta combinação também se dá com o intuito de limitar a reatividade de determinado método, uma vez que, ela demanda a superação de suas limitações por meio da combinação estratégica de diferentes instrumentos de coleta de dados (DENZIN, 1989).

4 BREVE REFERENCIAL DE SUSTENÇÃO TEÓRICA DA PROPOSTA

4.1 Educação Corporativa

O conceito de educação corporativa advém da evolução das concepções de educação de adultos e de educação continuada. Para Meister (1999), a organização que recebe modelos de educação corporativa caracteriza-se por investir no trabalhador do conhecimento em detrimento do braçal, sendo o primeiro constantemente exigido a decidir sob cenários complexos em função da dinâmica dos ambientes organizacionais e de negócios.

Segundo Eboli (apud MORAES, 2012), as Universidades Corporativas