A ORGANIZAÇÃO E METODOLOGIA EM EDUCAÇÃO INFANTIL
Por: YdecRupolo • 5/7/2018 • 4.779 Palavras (20 Páginas) • 386 Visualizações
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a essas crianças o espaço e o tempo para brincar livremente e de forma autônoma, e também orientar famílias de crianças com dificuldades cognitivas e/ou motora baixa ou média em como estimular seus filhos através da brincadeira.
Depois em 1967 na Inglaterra, e a partir de 1976, em Londres, surgiram as Toy Libraries (bibliotecas de brinquedos).
A exemplo da Suécia, no Brasil, o Centro de Habilitação da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de São Paulo implantou o mesmo sistema de Ludoteca, similar a uma biblioteca, emprestando brinquedos para crianças excepcionais. Em 1960, a UNESCO internacionalizou a ideia de Ludoteca/ Brinquedoteca.
No Brasil a primeira brinquedoteca surgiu em Indianópolis, um bairro nobre da cidade de São Paulo, em 1981, trazendo uma proposta diferente das Toy Libraries, tendo como principal objetivo o de criar um espaço onde a criança possa se sentir estimulada e brincar livremente e não a finalidade de emprestar brinquedos.
A Associação Brasileira de Brinquedotecas foi criada em 1984 com o objetivo de divulgar, incentivar e orientar as pessoas e instituições começando a surgir brinquedotecas em todos os estados brasileiros. Elas enfrentaram e ainda enfrentam várias dificuldades para se manterem como problemas econômicos e a falta de profissionais especializados, os brinquedistas, para fazer a mediação criança/brinquedo.
Brinquedotecas podem ser encontradas em hospitais e se destinam a amenizar o sofrimento das crianças internadas. Podem ter objetivos terapêuticos, auxiliando no trabalho com crianças portadoras de deficiências. Serem anexas a Universidades, onde se realizam pesquisas sobre o desenvolvimento infantil e onde são testados novos brinquedos e brincadeiras. Brinquedotecas comunitárias, onde as relações de vizinhança são estimuladas.
Montadas em clínicas psicológicas, colaborando no tratamento de crianças com dificuldades de comportamento e também podem ser compostas por material de sucata que utilizam brinquedos confeccionados com material reciclado. A Pastoral da Criança também utiliza a brinquedoteca em seus trabalhos sociais (REBIDIA, ).
A importância da brincadeira
Para a criança pequena o brincar é o que o trabalhar deveria ser para o adulto, o seja, fonte de prazer, de crescimento e de autodescoberta. Os adultos poderiam ser mais felizes no trabalho se fizessem a ponte entre a atividade lúdica da criança e a possibilidade lúdica do trabalho.
Assim como a arte não é maçante para o artista, a ciência não é maçante para o cientista e a brincadeira não é maçante para a criança. Criança, artista, cientista quando trabalham estão a brincar, a criar situações novas. Isso é o que no mundo há para eles de mais interessante e para todos os adultos se conseguirem recriar o seu trabalho.
O ato de brincar, livre e espontâneo, é mais importante que o brinquedo. A brincadeira extrapola o brinquedo (MACHADO, 2007).
Por outro lado, é através da brincadeira que a criança tem contato com situações e ferramentas que serão utilizadas na vida adulta, por exemplo uma menina que brinca de lavar a louça ou de preparar alimentos em uma cozinha de brinquedo está, com o auxílio da brincadeira reproduzindo o comportamento adulto, da mãe, por exemplo, desenvolvendo habilidades praticas.
Os meninos quando brincam com carrinhos, máquinas e ferramentas de brinquedo estão através da brincadeira reproduzindo um comportamento adulto e desenvolvendo habilidades cognitivas importantes.
A criança brinca, e vai compreendendo à sua maneira o que faz parte desse mundo, se espelhando no comportamento adulto, por exemplo, dirigir um veículo, com o auxílio de um cabo de vassoura, andar a cavalo, preparar uma comida, ou atender o telefone. A criança soluciona a contradição existente entre a necessidade de agir com os objetos do mundo adulto e a impossibilidade de operar de acordo com tais ações através de suas brincadeiras. Na brincadeira, no brinquedo que a criança excede os limites da manipulação dos objetos que a cercam e se insere num mundo mais amplo (LEONTIEV, 1998).
As características de cada fase de desenvolvimento
O aprendizado é um processo gradual no qual a criança vai se capacitando em níveis cada vez mais complexos do conhecimento seguindo uma sequência lógica. De acordo com Piaget a criança passa por quatro períodos no processo de desenvolvimento cognitivo: o sensório motor, o pré-operatório, o operatório concreto e o operatório formal.
Primeiro estagio: sensório motor - 0 a 2 anos – experiência praticas do individuo (ainda não há o pensamento)
Segundo estágio: Pré-operatório - 2 a 7anos – começa a representar o mundo através da linguagem (descrição dos objetos) (surge o pensamento – sem conservação e sem reversibilidade) – 2+3= 5 >> 5-3 = 2 (não é possível fazer as operações básicas)
Terceiro estágio: operatório concreto – 7 a 11 anos – capacidade de fazer a conservação e a reversibilidade do pensamento. Capaz de lidar com as operações básicas.
Quarto estagio: operatório formal – acima dos 11 anos – nível mais amplo do pensamento. Relação abstrata com os objetos. (JARDIM, 2016; MACENO, 2009; ANTÔNIO, 2014).
A criança, o brincar e a brincadeira
A criança aprende a brincar pelo contato, pelo manuseio, pela exploração do brinquedo, dos objetos. Quando apresentada a uma brincadeira ou brinquedo diferente a criança ainda não sabe o que fazer. Pela observação, das outras crianças e dos adultos a sua volta ela entende a aprende as regras. O brincar além de exigir o aprendizado por parte da criança também se torna um espaço de aprendizagem (VYGOTSKY, 2007).
Através da brincadeira, a criança tem estimulada sua curiosidade, autonomia e autoconfiança. Ela experimenta texturas, formas, a massa de diferentes objetos, descobre, inventa, aprende e desenvolve habilidades como a linguagem, o pensamento, a concentração e a atenção (KISHIMOTO, 2010).
É preciso entender a diferença entre o brincar e a brincadeira. Brincar pode ser definido como “divertir-se” e brincadeira como “divertimento”. A brincadeira é uma atividade resultante do comportamento de brincar, para que a brincadeira exista é necessário a criação de uma situação imaginária mergulhando na ação lúdica (ROSA, 2010).
Baseado na visão histórica e social dos processos de desenvolvimento infantil, os estudos da psicologia, apontam que
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