A LUDICIDADE COMO AUXILIADORA NA PREVENÇÃO DAS DIFICULDADES DA VELHICE
Por: Kleber.Oliveira • 2/3/2018 • 3.338 Palavras (14 Páginas) • 342 Visualizações
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Antes mesmo do inicio da prática, a assistente social que apresentou a estrutura da casa, já fazia explicações sobre a relação das doenças com a dificuldade de fazer com que os utentes fossem mais autônomos e participantes da sua realidade, dizendo que “por vezes eles trabalham com o conceito de chantagens, por exemplo, só vou comer se você me levar na cadeira” (AS), dificultando o trabalho dos cuidadores e diminuindo a perspectiva de autonomia e reciprocidade, fazendo com que serviços de terceiros precisem ser feitos, como o da fisioterapia, que precisa desenvolver atividades como forma de desenvolver as articulações, pois os idosos ficam muito parados. Isso se dá por parte, tanto dos utentes como da casa, que não propiciam atividades diversificadas para seus usuários.
Através de todas essas situações, os graus de dependência aumentam classificados em três diferentes dificuldades, segundo explica a assistente social:
Os pacientes são tratados conforme o grau de dependência (I II e III). O primeiro refere-se a pacientes que ainda são dependentes na maioria das suas ações cotidianas, ou seja, nas AVD’s (atividades da vida diária). No segundo nível temos os pacientes que necessitam de auxílio em até três atividades. E por fim, o terceiro grau que são os pacientes acamados, às vezes até em estado vegetativo, que não é o caso da instituição. (AS)
Como visto diversas foram às explicações sobre as dificuldades nas AVD’s e as doenças que são causadas referentes à falta de atividades físicas e mentais com os idosos. Com todas essas explanações, as atividades foram pensadas de forma que o trabalho construído pudesse ser continuado, para que os idosos pudessem ter materiais para usufruir durante seus momentos livres.
A ludicidade na terceira idade vem como forma de auxiliar no desenvolvimento das atividades cotidianas, maior interação social com os demais usuários e equipe e prevenção das doenças advindas da idade, que por vezes não podem ser prevenidas, mas podem ser amenizadas. Para Maluf:
A atividade lúdica é toda e qualquer animação que tem como intenção causar prazer e entretenimento em quem a pratica. São lúdicas as atividades que propiciam a experiência completa do momento, associando o ato, o pensamento, o sentimento. A atividade lúdica pode ser um jogo ou qualquer outra atividade que visar proporcionar interação. (p.30, 2008)
Apoia-se em Maluf para a definição do termo de ludicidade, por ser bem amplo e que contextualiza bem a atuação do estágio na Pedagogia Social e se encaixa amplamente no objetivo geral do estágio. A ludicidade na educação infantil visa o desenvolvimento de alguma das áreas do conhecimento de forma lúdica para que a aprendizagem seja significativa, já na terceira idade as atividades lúdicas propiciam o desenvolvimento da interação social dos idosos em forma de animação, buscando a experiência que eles têm para oferecer, resgatando sua cultura, conhecimento e realidade.
Como o jogo é uma forma de interação que os idosos normalmente se apoiam, como as cartas ou jogos de tabuleiros, essa realidade foi trazida para dentro da casa, procurando fazer relação com atividades que os utentes já buscavam e como forma de dar continuação às atividades desenvolvidas durante o período de estágio. Um autor explica a interação do jogo com a terceira idade:
Ao propor o jogo como atividade lúdica e/ou esportiva aos idosos, o profissional deve levar em consideração os valores que orientam as práticas esportivas, os interesses e necessidades do grupo, bem como ter bem clara sua proposta filosófica e metodológica nesse trabalho. (MAZO, 2001, p.220)
Devem-se ter claro quais os jogos que se aplicam aos idosos, levando em consideração que cada casa tem sua característica, observando seus usuários, relativo às capacidades e dificuldades de cada um. Percebeu-se que movimentos muitos bruscos não podiam ser incorporados às práticas, procurando incorporar momentos mais lúdicos e de interação entre os utentes.
Com isso percebeu-se que a ludicidade nesse aspecto era uma grande aliada à prática com idosos e ao longo dos planos de ação foi constatando-se que as atividades que faziam com que os utentes se divertissem e interagiam melhoravam sua autoestima e desenvolvimento nas AVD’s.
- Dificuldades advindas da idade
Assim como o presente artigo tem o intuito de discutir como a ludicidade pode prevenir algumas doenças que são mais comuns nos idosos, precisamos entender quais são elas: Infarto; Acidente Vascular Cerebral (AVC); Diabetes; Enfisema pulmonar e bronquite crônica/ pneumonia; Mal de Alzheimer e outras demências; Perda de audição; Catarata; Osteoartrose / Osteoporose; Mal de Parkinson; Comprometimento Cognitivo Leve (CCL); Depressão; Lombalgia.
Algumas dessas doenças podem ser tratadas com medicamentos, cuidados e acompanhamento médico, outras, porém, não tem cura nem tratamento, e é ai que os familiares optam por internar seus familiares para que tenham um acompanhamento médico de perto e controlado, dados onde à maioria dos idosos entram em uma casa de cuidados para tratar de uma doença e acabam ficando, percebendo a qualidade de vida que esses ambientes proporcionam. As doenças que os usuários da casa apresentam são: diabetes, Mal de Parkinson, depressão, doenças cardíacas, AVC, Alzheimer e osteoporose.
Das doenças descritas acima as que podem ser prevenidas ou diminuídas com as atividades lúdicas são: infarto, pneumonia, depressão, lombalgia, CCL e finalmente o Mal de Alzheimer, que será o foco deste artigo, por estar presente em grande parte dos usuários da casa onde foi realizado o estágio, onde tramitam entre a demência e a doença em si, como dita pela coordenadora: “diferenciação entre os termos Demência Senil (DS) e Doença de Alzheimer (DA), onde o primeiro caracteriza-se por pequenos esquecimentos como deixar o gás aberto ou o chuveiro ligado e o segundo sendo mais grave, com esquecimentos mais frequentes e atitudes mais agressivas.” (AS).
Segundo o autor Edmundo de Drummond a demência é a doença neurodegenerativa que mais cresce, já a DA é uma desordem neurodegenerativa crônica, progressiva, manifestando-se por comportamentos cognitivos, sintomas comportamentais e psicológicos, declínio funcional e sinais motores anormais. (JUNIOR, 2010)
De acordo com o histórico dos pacientes, 60% dos usuários têm sinais de demência ou Alzheimer, além dos dados mostrarem que uma grande porcentagem é portadora dessa doença, foi um fator que bastante dificultou nas atividades de estágio, onde havia
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