A GESTÃO ESCOLAR PARTICIPATIVA COMO MECANISMO PARA O SUCESSO NA APRENDIZAGEM.
Por: Sara • 15/3/2018 • 3.158 Palavras (13 Páginas) • 529 Visualizações
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Desenvolvimento
Alguns aspectos da história da educação enfatizam que a educação escolar era determinada pelo sistema social. Sendo o sistema socioeconômico determinador da educação escolar. Ela se tornava uma via de duas mãos. A sociedade influencia e elabora a educação escolar ao mesmo tempo em que a educação escolar forma a sociedade a reelaborá-la.
A educação não serve, apenas, para fornecer pessoas qualificadas ao mundo da economia: não se destina ao ser humano enquanto agente econômico, mas enquanto fim último do desenvolvimento. Desenvolver os talentos e as aptidões de cada um corresponde, ao mesmo tempo, à missão fundamentalmente humanista da educação, à exigência de equidade que deve orientar qualquer política educativa e às verdadeiras necessidades de um desenvolvimento endógeno, respeitador do meio ambiente humano e natural, e da diversidade de tradições e de culturas. (DELORS, 2001, p. 85)
Segundo o (Aurélio 2006), gestão é o ato ou efeito de gerir, ou gerenciar. Para Dourado, (2003, p. 16), toda a articulação entre as condições físicas, materiais, pessoais, pedagógicas e financeiras que possibilitam as mediações indispensáveis à efetivação das tarefas precípuas da escola, entendida como espaço de socialização e problematização da cultura, especialmente, do saber historicamente produzido é denominada gestão escolar.
Por gestão da escola, entende-se, portanto, a articulação entre as condições físicas, materiais e pessoais, pedagógicas e financeiras que possibilitam as mediações indispensáveis à efetivação da tarefa precípua da escola, entendida como espaço de socialização e problematização da cultura, especialmente, do saber historicamente produzido. (DOURADO, 2003, p. 16).
Geralmente, a organização administrativa da escola se assemelha a organização do sistema educacional. É um modelo escolhido para contemplar a sequência das atividades como: organizar, arrumar, classificar, arranjar objetos, informações e documentos. Bem como planejar, arquitetar, escolher, eleger, definir os métodos necessários para a efetivação das ações com estética, coerência e eficácia.
Para Lück (2008), a gestão escolar vista como organização administrativa não se refere apenas à estrutura organizacional mecanicamente responsável pela a execução das atividades como produto. A organização na gestão escolar se define como elemento da cultura organizacional, como um mecanismo que cobra a qualificação profissional definida pela forma de comunicação e relações entre os indivíduos, ligados aos aspectos de organização do trabalho e ao espírito de equipe pelo envolvimento pessoal.
Neste contexto, as concepções da administração escolar é fruto da literatura da administração empresarial. Segundo Dourado (2003), ainda há uma corrente de estudiosos que acreditam que a ideologia que a administração escolar deve seguir seja a da administração empresarial. Para esses pensadores, os problemas escolares são resultantes da utilização inadequada dos métodos e não das concepções técnicas e teóricas. No entanto, tem outra corrente que defende que a escola não é uma organização empresarial. Sua administração não pode seguir as concepções da administração geral devido à natureza de sua as ações. A escola é uma instituição formativa por relações humanas. A natureza de seu trabalho é exclusivamente pedagógica: ensinar, formar, transformar e construir conhecimentos pelas relações entre os sujeito-sujeito e sujeito-objeto.
Como o sistema econômico foi se transformando mediante as inovações técnicas e científicas, a concepção de produção da sociedade também, evoluindo e transformando seu produto social. No período da revolução industrial o produto social era objeto tangível. A pós a revolução, o produto social não é mais tangível. O valor não está restrito ao fazer, a produção física, mas, ao conhecimento, a criação, a revolução do pensamento e a construção dos novos saberes para resolver os problemas complexos e emergentes. Para atender esse novo contexto, a escola precisa reelaborar seus princípios pedagógicos. Não havendo mais espaço para reprodução ou submissão de ideias. O aluno precisa sair da escola com os conhecimentos, técnicos, filosóficos e científicos construídos para agir coerentemente na complexidade da nova sociedade para a resolução dos problemas emergentes.
Nessa efervescência, o Sistema de Ensino, que já era cobrado pelos movimentos de lutas sociais em prol da melhoria da educação pública, busca solução para a problemática criando um novo modelo de administração escolar. Uma nova forma de administrar a escola com mais abertura e participação. A esse novo jeito de administrar a escola é denominado de gestão escolar.
Como aborda Menezes, (2001).
O conceito de gestão escolar foi criado para superar um possível enfoque limitado do termo administração escolar. Foi constituído a partir dos movimentos de abertura política do país, que começaram a promover novos conceitos e valores, associados sobretudo à ideia de autonomia escolar, à participação da sociedade e da comunidade, à criação de escolas comunitárias, cooperativas e associativas e ao fomento às associações de pais. Assim, no âmbito da gestão escolar, o estabelecimento de ensino passou a ser entendido como um sistema aberto, com uma cultura e identidade próprias, capaz de reagir com eficácia às solicitações dos contextos locais em que se inserem. (MENEZES, 2001, p.01).
É visível que pela abrangência das ações e natureza da instituição no processo social, a gestão escolar não pode mais permanecer no controle de apenas de uma pessoa em um cargo ou de um cargo. A gestão escolar não mais “[…] se resume à aplicação dos métodos, das técnicas e dos princípios utilizados nas empresas, em razão de sua especificidade e dos fins a serem alcançados” (DOURADO, 2003, P. 17)
Nesse processo transformação paradigmática da educação pela gestão democrática, toda organização e estrutura administrativo-pedagógica da escola precisa está alicerçada na ótica da participação que descentraliza o poder e articulada o diálogo. As ações precisam está nutridas pelo sentimento de pertença e responsabilidade individual para o coletivo, como nos diz, Lück, (2009).
A gestão participativa é um modelo de gestão escolar que nasce da luta em prol da melhoria da qualidade da escola pública, como já mencionada. Esse formato de gestão tem em sua essência a descentralização do poder e o envolvimento
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