Estudos de Processos de Variação e Mudança.
Por: Lidieisa • 23/10/2018 • 3.287 Palavras (14 Páginas) • 316 Visualizações
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As tecnologias de informação e comunicação (TIC) estão sendo incorporadas gradativamente ao rol das atividades pedagógicas, as mídias digitais trouxeram múltiplas possibilidades de mediação da informação, e acrescentaram complexidade ao processo de ensino/aprendizagem.
Nesse sentido, Almeida (2003) afirma que os ambientes digitais de aprendizagem são sistemas computacionais disponíveis na internet, destinados ao suporte de atividades mediadas pela tecnologia da informação e comunicação.
E, Pereira, Schmitt e Dias (2007) explicitam que:
O processo de ensino-aprendizagem tem potencial para tornar-se mais ativo, dinâmico e personalizado por meio de Ambientes Virtuais de Aprendizagem. Essas mídias, em evolução, utilizam o ciberespaço para promover à interação e a colaboração a distância entre os atores do processo e a interatividade com o conteúdo a ser aprendido.
Esse ambiente virtual de aprendizagem (AVA), ao qual se faz referência, consiste em um sistema computacional que visa oferecer aos seus integrantes interação, mediação e gerenciamento, é onde se têm estabelecido não tão somente uma nova cultura e linguagem de comunicação e informação, mas, sobretudo, novas possibilidades de se realizar processos de ensino e aprendizagem. Diante de toda essa revolução tecnológica que passou então a atravessar a educação, o ensino a distância (EaD) também foi revolucionado com a adesão às TIDICs em seu sistema de ensino. A forma de ensino que antes era fechada e linear, na EaD, passou a ser aberta e com uma nova perspectiva e dimensão de estrutura e abordagem didática e pedagógica (PETERS, 2005).
Mas, o que é EaD?
De acordo com o Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005,
“a educação a distância é uma modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores, desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. É um método de ensino que permite o contato entre aquele que estuda e o conteúdo, por meio da interatividade, e o contato entre atores envolvidos no contexto, por meio da interação e que proporciona flexibilidade de tempo e espaço para o desenvolvimento dos processos de ensino e de aprendizagem”.
Já Belloni (2006) diz que a educação a distancia representa no cenário educativo atual uma prática social, de interatividade e de aprendizagem autodirigida, o que demonstra articular a construção de saberes, experiências vividas de forma dinâmica, o que proporciona situações de aprendizagem autônoma aos aprendizes individualmente ou em grupo.
Paiva (1999) entende a EaD como um processo educativo em que a autonomia do aluno se dá através de estudos independentes, realizados de forma flexível, utilizando meios de comunicação capazes de ultrapassar os limites do tempo e espaço e que possibilitam a interação com as fontes de informações necessárias.
A aprendizagem de uma segunda língua através da EaD além de exigir novas formas de se interagir em um ambiente diferente de aprendizagem, o ambiente online, tem exigido novos procedimentos de estudo como, por exemplo, autonomia da parte dos alunos. Além disso, deve-se notar que o principal objeto do ensino de línguas estrangeiras (LE),
“compete-se em integrar no currículo do sistema educacional contribuição para a formação dos alunos, expandindo o leque de informações, valores e capacidades críticas socioculturais sobre o exercício de cidadania e ética pessoal, sobretudo transformá-los em capazes de fundamentar seu conhecimento ao mundo atual que o circunda, dando autonomia nos saberes” (FREIRE, 1998).
Holec (1981) conceitua autonomia como a habilidade de assumir responsabilidade pelo próprio aprendizado, ou seja, determinar suas ações; Vygotsky (1988) a entende como um estágio a que se chega através da interação entre indivíduos, envolvendo pessoas com experiências diversas, conhecimentos adquiridos distintos, e muitas vezes culturas diferentes; para Freire (1996), está relacionada com a capacidade de o aprendiz construir e reconstruir o conhecimento que lhe foi apresentado. O que me faz perceber que essa autonomia na aprendizagem é uma característica complexa e não linear. Paiva (2005a, p. 139) coloca que autonomia:
“é um sistema sócio-cognitivo complexo, sujeito a restrições internas e externas. Ela se manifesta em diferentes graus de independência e controle sobre o próprio processo de aprendizagem, envolvendo capacidades, habilidades, atitudes, desejos, tomadas de decisão, escolhas, e avaliação tanto como aprendiz de língua ou como seu usuário, dentro ou fora da sala de aula”.
A autora argumenta que vários são os fatores que podem influenciar positiva ou negativamente o ambiente educacional. O que me remete o Van Lier (1996, p. 170) ao declarar que:
"nós não podemos afirmar que a aprendizagem é provocada por estímulos ambientais (a posição behaviorista) nem que seja geneticamente determinado (a posição inatista). Pelo contrário, a aprendizagem é o resultado de interações complexas (e eventuais) entre o indivíduo e o meio ambiente.
Uma evidência dessa afirmação de Van Lier são as diferentes reações de alguns educandos diante de um mesmo tipo de desafio postos no percurso da sua educação. Alguns encaram as barreiras como um fator de desestímulos, enquanto outros veem nisso uma oportunidade para superar as dificuldades. O que caracteriza a complexidade dos indivíduos e do sistema em que eles estão expostos. Conforme Paiva e Braga (2008) "a autonomia, na perspectiva da complexidade, abrange propriedades e condições de emergências complexas e que está intimamente ligada ao seu meio ambiente".
Com respeito aos pressupostos da complexidade Paiva (2006) coloca,
“um sistema complexo não é um estado, mas um processo. Cada componente do sistema pertence a um ambiente construído pela interação entre suas partes. Nada é fixo, ao contrário, existe um constante movimento de ação e reação e mudanças acontecem com o passar do tempo”.
Ou seja, constitui-se um conjunto coordenado de ações e atitudes na multiplicidade, no entrelaçamento e nos contínuos padrões organizados de interações, identificados como sistemas abertos.
Para Morin (2000, p. 38), [...] há complexidade quando elementos diferentes são inseparáveis constitutivos
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