DRAMA E TRAGEDIA DE HAMLET
Por: Lidieisa • 15/10/2018 • 1.166 Palavras (5 Páginas) • 327 Visualizações
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O Príncipe entra em conflito com sua mente após receber a ordem de seu pai morto para executar a vingança, sendo que o mesmo parece não conseguir suportar tamanho horror e começa a agir de forma perturbadora. O mesmo não sabe se deve acreditar naquilo que é humano e prefere acreditar no sobrenatural, embora já não saiba mais utilizar a razão para controlar os seus atos. É no meio de toda essa “loucura” que Hamlet planeja toda a sua vingança contra o assassino do seu pai. Para isso, Hamlet finge estar louco como parte do plano e, consumido pela sede de vingança, busca explicações em fatores divinos para explicação de suas ações no decorrer da obra, até mesmo a dupla personalidade.
O incesto (relação sexual entre parentes (consanguíneos ou afins)) ocorrido por sua mãe e seu tio são fatores sociais que são mostrados na peça, sendo que esse ato fortalece ainda mais o sentimento de vingança do Príncipe Hamlet. O incesto tem um aspecto negativo elevado perante as pessoas, pois tem consequências graves na moral e, principalmente, na religião. A partir disso, percebe-se que a religião faz parte do enredo da peça e fator importante para o desenvolvimento dessa obra, pois o autor aborda vários aspectos religiosos, desde o fantasma do Rei Hamlet estar no purgatório e morrendo sem os últimos sacramentos até a cerimônia fúnebre de Ofélia, ato característico da Igreja católica.
Todo esse aspecto religioso pesa nos atos futuros do Príncipe e causa um dilema com relação a sua vingança, pois por se tratar de uma pessoa religiosa, o mesmo fica na dúvida de contrariar os ensinamentos da Igreja que são o dever para com a família e com Deus. O mesmo tem conhecimento que vingando a morte de seu pai, matando Cláudio, é algo contrário aos ensinamentos da Igreja e, consequentemente, reflete se deve deixar a vingança nas mãos de Deus.
Hamlet é um personagem complexo devido as suas frequentes reflexões durante a peça. Shakespeare possuía uma genialidade carregada de filosofia, ou seja, carregados de reflexões e pensamentos sobre aspectos da vida, confirmando, dessa maneira, características de verossimilhança da peça.
A peça é dramática e tem momentos tensos e profundos como, por exemplo, quando o Príncipe Hamlet questiona se o suicídio é uma saída para os sofrimentos desse mundo. Estamos diante de uma obra fundamental da literatura mundial e que nos trás vários pontos para debatermos e entendermos o próprio sentido do sofrimento e da vida.
REFERÊNCIAS
BRADLEY, A. C. Shakespearean tragedy: lectures on Hamlet, Othello, King Lear, Macbeth. London: Macmillan, 1905.
HELIODORA, B. Falando de Shakespeare. São Paulo: Perspectiva, 1998.
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