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Hamlet em análise

Por:   •  26/11/2017  •  1.311 Palavras (6 Páginas)  •  254 Visualizações

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Hamlet pode ser considerado o único herói de todas as tragédias de Shakespeare com qualidades para ser também um herói em uma comédia se ele se encontra se em condições diferentes da que ele se encontra.

E é isso oque o torna tão atraente, existe tanta variedade e vigor em Hamlet que seu apelo, eu diria até invocação será difícil de superar.

Hamlet por Freud

Uma das teorias de Freud é que um episódio real na vida de Shakespeare o tenha motivado a representá-lo em Hamlet. A questão do dilema de Hamlet em vingar o assassinato de seu pai, perpretado pelo irmão deste, se constitui para Freud sujeito a receber um esclarecimento, a partir das idéias psicanalíticas. Freud considera que a indecisão de Hamlet quanto a esta tarefa, ao ser contraposta a sua ausência de escrúpulos, ao mandar seus cortesãos à morte, ao matar Polônio, e, ao lançar-se a um embate mortal com Laertes, só poderia ser explicada pela "obscura lembrança de que ele próprio havia contemplado praticar a mesma ação contra o pai, por paixão pela mãe". A hesitação de Hamlet é devida ao seu sentimento inconsciente de culpa, que Freud encontra na fala de Hamlet a Polônio no Ato II, Cena II: "se tratarmos as pessoas como merecem, nenhuma escapa ao chicote."

Segundo o diagnóstico de Freud, Hamlet seria um histérico, e isso se evidenciaria em sua alienação sexual, no diálogo com Ofélia. Este diálogo, o qual não é explicitamente indicado por Freud, pensa se ser o do Ato III, Cena I.

Na crueldade de Hamlet em relação à Ofélia, podemos enxergar a imagem da rejeição do elemento feminino do príncipe. Diria que tal crueldade em relação à mulher amada resulta da impossibilidade em que se encontra Hamlet de identificar-se com ela em sua singularidade. Ao olhá-la, Hamlet vê a infidelidade feminina, a mentira, a vaidade, a dissimulação,tal como vê na mãe,diria que o tratamento de Hamlet com Ofélia é um reflexo de sua decepção com a própria mãe,e com o ser humano também. Afinal de contas, para ele, tudo está podre no reino da Dinamarca.

Outras indicações da histeria de Hamlet seriam a transferência do ato assassino do seu pai para o pai de Ofélia, e a sua autopunição no final trágico, sanguinolento e devastador.

Esta mesma linha de construções é encontrada em A interpretação de sonhos, quando Freud aborda os chamados sonhos típicos, dentre os quais se destacam os sonhos sobre a morte de pessoas queridas,quando Freud volta a abordar Édipo, o rei de Tebas e Hamlet, o príncipe da Dinamarca.

Mas, retornando a Hamlet, Freud coloca que neste estamos perante as mesmas determinantes que norteiam (ou desnorteiam) Édipo, ou seja, os impulsos incestuosos parricidas. Só que em Hamlet, em função do avanço do recalque que ocorreu no largo intervalo de tempo que separa as duas produções literárias (pois, para Freud, o avanço da civilização é concomitante a uma amplitude do recalque, ou seja, quanto mais civilização, mais recalque, e, com isso, mais mal-estar na civilização), esses impulsos permanecem recalcados; enquanto, em Édipo, a fantasia infantil é realizada, isto é, Édipo realmente mata o pai e casa-se com a mãe, a tragédia de Hamlet, em função do recalque, se apresenta ao modo de uma neurose; em Hamlet o enigma não recebe resposta, o caráter do herói permanece enigmático.

Bibliografia

Natureza humana os mistérios de Hamlet

A interpretação dos sonhos de Sigmund Freud

Hamlet. O Príncipe da Dinamarca de Willian Shakespeare

Debates e cursos de Literatura, Filosofia e Teatro.

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