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A FORMAÇÃO DO SUJEITO LEITOR NO AMBIENTE ESCOLAR: ANÁLISE DA ESCRITA DE ALGUNS FRAGMENTOS DE TEXTO

Por:   •  10/6/2018  •  5.992 Palavras (24 Páginas)  •  499 Visualizações

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Quadro 1 - Objetivos da leitura do ponto de vista de Solé

Quadro explicativo sobre os objetivos da leitura

Objetivos da leitura

Momentos em que ocorre

Obter informação precisa

Localizar algum dado interessante.

Seguir instruções

Permitir fazer algo concreto.

Obter informação de caráter geral

Saber de que se trata um texto.

Aprender

Ampliar os conhecimentos.

Revisar um escrito próprio

Leitura crítica do que escreveu.

Prazer

Envolve emoções.

Comunicar um texto a um auditório

Transmitir uma mensagem a um público

Praticar em voz alta

Ensino de leitura

Verificar o que se aprendeu

Uso escolar, compreender o que leu.

Fonte: Elaborado pelos pesquisadores com base em Solé (1998)

Nesse quadro demonstra que os objetivos da leitura determinam como o leitor se coloca frente a cada um e podendo seguir qual objetivo será necessário para uma determinada leitura.

De acordo com Manguel:

ler é cumulativo e avança em progressão geométrica: cada leitura nova baseia-se no que o leitor leu antes. Comecei fazendo suposições sobre as histórias que Borges escolhia para mim – que a prosa de Kipling seria afetada, a de Stevenson infantil, a de Joyce ininteligível -, mas logo o preconceito deu lugar à experiência, e a descoberta de uma história deixava-me na expectativa de outra que, por sua vez, era enriquecida com as lembranças das reações de Borges e das minhas. (1997, p.33)

Como se nota, nos dizeres de Manguel, o leitor não deve ter preconceito relacionado a algum tipo de leitura, pois os sentidos se constroem a partir de novas experiências, de modo que uma leitura sempre terá novos sentidos, assim, as leituras e sentidos se acumulam durante a vida. Nessa definição percebe-se que a leitura jamais segue a sequência do tempo e que um texto puxa o outro se tornando interdependente, ou seja, haverá sempre relações a serem construídas entre um texto e outro.

Nesse sentido, a leitura tem um importante papel na construção da sociedade, haja vista que quando uma criança nasce necessita participar de grupos de aprendizagem: familiar, social e cultural, para que as influências e experiências se acumulem durante a trajetória escolar.

1.1.1 LEITURA ESPONTÂNEA E PRAZEROSA

Sem dúvida que a leitura e a escrita são elementos primordiais na educação, haja vista que são tais elementos que norteiam a vida acadêmica dos estudantes. Assim, a forma como a leitura é aplicada na educação faz com que o aluno assimile conhecimentos específicos e acabem por perder o encanto, de modo tal que passa a ser uma atividade comum, privando o aluno de suas dimensões. Na maioria das vezes, o professor entrega um texto ao aluno e restringe o mesmo a buscar respostas, o que faz com que se modifique o contato com o livro, que era para se tornar uma atividade prazerosa, acaba por ser algo maçante e sem sentido.

Nesse sentido, Lajolo afirma que:

A atividade de leitura, que, em suas origens, era individual e reflexiva (em oposição ao caráter coletivo, volátil e irrecuperável da oralidade de poetas e contadores de histórias), transformou-se hoje em consumo rápido de texto em leitura dinâmica que, para ser lucrativa, tem de envelhecer depressa, gerando, constantemente a necessidade de novos textos. (2004, p. 105).

Diante desse quadro, pode-se encaixar a questão do prazer de ler, que não é encontrada nas circunstâncias do aprendizado escolar. Pois as escolas ainda trabalham a leitura de forma mecânica, ou seja, cidadãos capazes de ler, mas analfabetos em compreender o que o texto realmente diz.

A leitura não pode ser limitada apenas em um ato prazeroso e nos estudos, ela tem que ir além, pois está presente em todos os lugares, ela se encontra principalmente nas escolas, bibliotecas até mesmo na localização de algo como restaurantes, panificadoras, supermercados.

1.1.2 LEITURA NA ESCOLA

A leitura tem um papel fundamental na aprendizagem de todos os conteúdos escolares, sendo assim para que possa ter sucesso escolar o aluno depende do domínio dessa habilidade. O hábito da leitura acompanha o indivíduo na escola e fora dela.

Lajolo esclarece:

Lê-se para entender o mundo para viver melhor. Em nossa cultura, quanto mais abrangente a concepção de mundo e de vida, mais intensamente se lê, num espiral quase sem fim, que pode e deve começar na escola, mas não pode (nem costuma) encerrar-se nela (2004, p.7).

Desse modo, a escola tem importante papel na formação de leitores e, muitas vezes deixa de aproveitar a situação, haja vista que sempre se lê com algum propósito de modo que o aluno tem a falsa concepção de que só de deve ler na escola, quando na verdade se sabe que a leitura, assim como a escrita faz parte da vida. Há que se ressaltar que a prioridade da escola é ensinar aos alunos o aprendizado da leitura e da escrita, uma vez que elas estão interligadas, e a escola é o lugar desse aprendizado.

Deve-se lembrar de que a leitura não é aquela atividade de aconchego, que faz num local preferido, que permite isolamento, e sonhos. A leitura na escola é trabalhada de uma forma que não são lembranças boas, nesse aspecto Kleiman aborda “[...] para a maioria, as primeiras lembranças dessa atividade são a cópia maçante, até a mão doer” (2013, p.23).

As práticas desmotivadoras que o professor no período após a alfabetização usa sedimenta as imagens negativas sobre o livro e a leitura. O professor deve negociar com os alunos para ensinar a ler e muitas vezes aos pais, que resistem a esse processo.

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