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Um Manual de Linguística

Por:   •  19/11/2018  •  1.496 Palavras (6 Páginas)  •  426 Visualizações

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”‘Metonímia’, [...] se caracteriza por uma transferência no significado de uma palavra com base em uma relação objetiva entre o sentido primeiro e o sentido novo, ou seja, por uma relação de contiguidade, também constitui um caso de motivação. [...]” (p. 76)

“Em muitos casos, a palavra é motivada tanto morfológica quanto semanticamente. Vemos isso em casos como o de "pé de pato", por exemplo [...].” (p. 76)

“Podemos concluir, então, que as noções de arbitrariedade e de motivação (ou iconicidade) não são exclusivas [...]. A noção de arbitrariedade observa exclusivamente a relação existente entre o som e o sentido da palavra, já a noção de motivação ou iconicidade leva em conta o fato de o falante, de algum modo, fazer corresponder à forma da palavra com o significado que ela expressa.” (p. 77)

“A visão saussuriana, que foca apenas a relação entre um som e um sentido já prontos no sistema sincrônico da língua estático por natureza, dá lugar a uma concepção mais dinâmica, segundo a qual a linguagem funciona como um elemento criador de significação nos diferentes contextos de uso. [...]” (p. 77)

“Foi principalmente com Lakoff e Johnson (2002) que a metáfora — assim como a metonímia - passou a ser vista [...] como um mecanismo que desempenha um papel central na definição da nossa realidade cotidiana, já que reflete o modo como pensamos ou experienciamos na nossa vida diária. [...]” (p. 78)

“Muitos trabalhos em funcionalismo procuram descrever o modo como as pessoas adquirem rótulos para conceitos para os quais ainda não há designação em uma determinada língua, ou para os quais há necessidade de uma nova designação. Há várias maneiras de se fazer isso e algumas delas estão apresentadas a seguir: a) inventar uma nova palavra, criando, de modo inteiramente arbitrário, uma estrutura sonora diferente; b) tomar emprestado de outros dialetos ou de outras línguas; c) criar palavras pelos processos associados ao fenômeno da motivação.” (p. 78-79)

“Heine (1991) argumenta que esse processo de extensão semântica apresenta certa regularidade e propõe uma escala que a indique: PESSOA > OBJETO > ATIVIDADE > ESPAÇO > TEMPO > QUALIDADE.” (p. 79)

“[...] não devemos inferir que o elemento lingüístico precise cumprir todo o caminho proposto na escala, apresentando cada sentido, partindo da PESSOA até chegar a QUALIDADE, mas sim que um dado relativo a qualquer desses domínios da trajetória pode ser utilizado para expressar qualquer outra entidade à sua direita. Sendo assim, devemos compreender essa trajetória escalar como um grupo de extensões semânticas básicas e tratá-la mais como um caminho padrão do que como um processo que não admite exceções.” (p. 79)

“[...] quando observamos a gênese dos elementos lingüísticos notamos que, para criar termos novos a fim de designar novos objetos ou novas formas de relação social, o falante não inventa uma palavra, criando, a partir do nada, uma estrutura sonora diferente. Ao contrário, sua tendência é utilizar elementos já existentes em sua língua ou, pelo menos, pegar emprestado um termo de outra língua ou dialeto.” (p. 81)

“[...] fenômeno é caracterizado por Givón (1990) como o subprincípio icônico da relação entre ordem seqüencial e topicalidade (ver o capítulo "Funcionalismo"), que prevê uma conexão entre o tipo de informação veiculada por um elemento da frase e a ordenação que ele assume nessa frase.” (p. 82)

“[...] uma seqüência como "Cheguei em casa, jantei, fui para cama e dormi" reflete a ordenação real dos fatos, não podendo, portanto, ser alterada, sob pena de se obter um outro sentido ou uma frase sem sentido. Essa relação entre a ordem das orações no período e a seqüência em que ocorreram na realidade corresponde ao que Givón chama de subprincípio da ordenação linear.” (p. 82)

“Outro subprincípio icônico formulado por Givón (1990) é chamado de subprincípio da quantidade, segundo o qual quanto maior a quantidade de informação, maior será a quantidade da forma, de tal modo que a estrutura de uma construção gramatical indica a estrutura do conceito que ela expressa. [...]” (p. 82-83)

“Há ainda mais um fenômeno relacionado à iconicidade, segundo Givón, que está associado ao chamado subprincípio da proximidade. Segundo esse subprincípio, [...] o fato de as entidades estarem próximas funcional, conceptual ou cognitivamente motiva os falantes a colocarem os termos designativos dessas entidades próximos no nível da frase.” (p. 83)

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