Memórias Póstumas de Brás Cubas
Por: Lidieisa • 5/5/2018 • 1.754 Palavras (8 Páginas) • 368 Visualizações
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No capítulo IX, “Transição”, Brás começa a narrar suas memórias, começando por sua infância de menino rico, endiabrado e mimado. O autor conta que desde sua juventude demonstrava sua índole perversa desrespeitando os escravos que em sua casa trabalhavam, e por muitas vezes montando nas costas do filho de um dos escravos, um menino chamado Prudêncio. Aos dezessete anos surge então uma paixão por uma prostituta de luxo chamada Marcela, paixão esta que o autor diz durar quinze meses e onze contos de réis.
Com o intuito de deixar tal paixão de lado, o autor foi enviado a Coimbra, onde após alguns anos de vida boêmia, se forma em Direito. Tempos depois acaba retornando ao Rio de Janeiro por conta da morte de sua mãe.
Após ter um breve contato com Eugênia, menina manca filha de uma amiga pobre da família, de quem Brás rouba um beijo, seu pai passa a querer colocá-lo na carreira política através do casamento com a filha do Conselheiro Dutra, Virgília, e então Dutra apadrinharia o futuro marido de sua filha. No entanto Virgíla escolhe se tornar esposa de Lobo Neves, um também candidato a carreira política que possui maior notoriedade no meio.
Tempo depois o pai do protagonista veio a falecer, e uma briga se inicia com sua irmã Sabina por conta da herança deixada pelo pai. Sabina era casada com Cotrim.
Vírgila então passa a fazer parte da vida de Brás novamente, se tornando sua amante, e escondidos passam a viver a paixão que não puderam ter no passado. Vírgila então engravida, porém antes do nascimento a criança faleceu. Para continuar mantendo sua relação em segredo, os dois passam a contar com a ajuda de Dona Plácida, que por cinco contos de réis, finge ser uma moradora de uma casa na Gamboa, casa esta que se torna útil para os encontros do casal.
Ao evoluir da história, Brás menciona o encontro com um amigo de escola chamado Quincas Borba, que atualmente vivia na miséria. Por viver em tais condições Quincas rouba o relógio de Brás, porém o devolve. Quincas também apresenta ao amigo de escola o Humanitismo.
Atrás de fama, em busca de uma vida mais badalada, o protagonista se torna deputado, ao mesmo tempo que Lobo Neves se torna presidente de uma província e junto com Virgília passa a morar no norte, pondo fim na relação entre ela e Brás. Sabina então arranja uma noiva para o irmão, uma parente de Cotrim com 19 anos chamada Nhã-Loló, porém esta morreu por conta de uma febre amarela, deixando Brás solteiro novamente.
Ele tenta então ser ministro de estado e posteriormente fundar um jornal de oposição, mas em ambas as tentativas obteve fracasso. Depois disso Quincas passa a demonstrar demência. Virgília que já não era tão bela quando na juventude, pede a ele que auxilie Dona Placida, que também morre em seguida. Morrem também Lobo Neves, Marcela e Quincas Borba.
A última tentativa de sucesso na vida de Brás foi a criação de um emplasto que prometia curar todas as doenças, porém ao longo do desenvolvimento deste emplasto o defunto autor contrai uma pneumonia, e após um longo delírio morre aos 64 anos na presença de alguns familiares.
O último capítulo vem repleto de negativas, como o próprio protagonista menciona neste trecho: “Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto.” O autor retrata também que não pode transmitir a nenhuma criatura o legado de sua família, pois não teve filhos durante a vida.
3. Comentários Gerais Sobre a Obra
Memórias Póstumas foi um grande romance brasileiro, considerado por muitos como a obra que introduziu o realismo no Brasil. Ao lado de outras obras, este livro também foi um divisor de águas na própria obra de Machado de Assis, como o próprio autor reconhece.
Como dito acima a obra faz parte do gênero realista, porém quando o defunto autor relata seus romances ele demonstra leves traços do romantismo.
Brás Cubas ao retratar sua vida, utiliza dois tempos, o tempo cronológico e o tempo psicológico.
No tempo cronológico os eventos seguem em uma sequencia racional. O protagonista conta sua vida desde a infância, passando pela adolescência, posteriormente comentando sobre sua viagem para Coimbra, seu retorno ao Rio de Janeiro, até o dia da sua morte.
No tempo psicológico, o autor conta o que viveu do ponto de vista de alguém que está em outra dimensão, alguém que já morreu. Dessa perspectiva ele pode fazer qualquer comentário sem se preocupar com a opinião que os vivos teriam dele.
4. Diferença entre realismo e o romantismo
Romantismo (1836 - 1881)
- Recorda o passado ( prefere idade média);
- Linguagem declamatória, afetiva e espontânea;
- Da ênfase na fantasia;
- Predomínio da emoção;
- Escapismo (literatura como fuga da realidade);
- Personagens idealizados;
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Realismo (1881 - 1893)
- Olha o futuro (gosto por temas contemporâneos);
- Linguagem desafetada;
- Da ênfase a realidade;
- Predomínio da razão;
- Engajamento (literatura como forma de transformar a realidade);
- Retrato fiel dos personagens;
- A mulher numa visão real, sem idealizações;
- Distanciamento racional entre o autor e os temas;
“O realismo é uma reação contra o romantismo: O romantismo era a apótese do sentimento; -O realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos. -Para condenar o que houve de mau na nossa sociedade.”
Eça de Queiroz
5. Conclusão
Pode-se ver então que com esta obra, Machado de Assis consegue fugir do romantismo, e introduzir o realismo na literatura nacional.
Intertextualidade,
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