Formação de Língua Portuguesa
Por: Ednelso245 • 4/11/2018 • 1.681 Palavras (7 Páginas) • 287 Visualizações
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Ouvir algo da Língua Portuguesa que soa estranho, nos faz entender as dificuldades do cartunista em compreender o português de Portugual. Atualmente, existem muitas diferenças entre o português que falamos no Brasil e o que se fala em Portugal. Elas não se limitam apenas à pronúncia das palavras, facilmente notabilizada na linguagem oral, vão além nos vocabulário e na construção gramatical. Tais diferenças consiste a dificuldade demonstrada pelo cartunista ao evidenciar preocupações em saber o significado das palavras com grafia diferente do nosso português, mas com a mesma definição. As modificações que ocorreram nas duas línguas não são necessariamente as mesmas, fazendo com que sua grafia se afaste.
Mudanças são inevitáveis em um país com tanta diversidade cultural como o nosso, vários estudos mostraram que o Portugues Brasileiro sofreu modificações. Geralmente, a maneira de falar se renova mais rápido do que o modo como se escreve, uma série de palavras e construções usadas no Brasil que, se consideram erradas, são exemplos da linguagem mais "correta" do passado, afirmam estudiosos. O nosso Português apresenta paramétrica - estruturas que deixaram de existir ao longo do tempo na gramática. Tais mudanças sofreu uma redução significativa de frequência que passou a ser interpretada/representada diferentemente.
Para abordar as mudanças ocorridas no português do Brasil, observa-se as pesquisas de Cyrino (1996, 1997); quanto à alteração do paradigma pronominal para a posição de objeto direto da 3ª pessoa, a mudança da posição da próclise, passando a ser a tendência geral. Observa- se os clíticos que desapareceram primeiro do Português Brasileiro; o clítico neutro, usado para substituir uma oração, como no exemplo da autora (1997, p.16), “O caso he este; dir-vo-lo-hei.” O segundo a desaparecer foi o clítico “o” que retoma um antecedente (+ masculino, - animado), que acabou sendo substituído por uma categoria vazia. Por último, é o clítico acusativo de 3ª pessoa com antecedente (+ animado) que cai em desuso e é substituído pelo pronome tônico ele/ela. Para Nunes (1996), a gramatização das formas nominais “você e a gente”, acarretou na reorganização do nosso sistema pronominal, as novas construções que substituíram a antiga construção com clíticos acusativos de 3ª pessoa: construções com objeto nulo e construções com pronome tônico na posição de objeto direto anafórico, como: “Eu devolvi (Ø) pro João./ Eu devolvi ele pro João.”
Por fim, atentamos as mudanças que o novo acordo ortográfico trouxe a Língua Portuguesa. As modificações propostas no acordo elimina o acento agudo dos ditongos abertos e de alguns verbos, o alfabeto passou a ter 26 letras, com a incorporação de "k", "w" e "y"; o trema desaparece completamente, não se usa mais o acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos "crer", "dar", "ler", "ver" e seus decorrentes como também nas paroxítonas terminadas em "o" duplo; e perda do hífen em alguns elementos. Castilho (2002), resume as mudanças ao longo da história, como sendo particularidades que o português do Brasil apresenta: evolucionista, crioulística e internalista.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir das reflexões aqui fomentadas, fica evidente que aos poucos, a Língua Portuguesa foi adquirindo uma feição peculiar face ao Português de Portugal, constituindo o chamado Português Brasileiro. Se compararmos um livro produzido no nosso país a um de Portugal, veremos que há diferenças, o que justifica Armandinho; personagem da tirinha de Alexandre Beck, usar um dicionário “Português-Português” ao ir a Portugal: a pronúncia diferenciadora do brasileiro em relação ao português recobre distinções fônicas, tanto suprassegmentais ou prosódicas, interpretadas por MATTOS E SILVA (2000), como “diferenças fônicas segmentáveis (as realizações fonéticas próprias ao sistema vocálico e consonântico do Português Brasileiro e do Europeu)”.
A língua portuguesa do Brasil possui um ritmo de fala mais lento, em que as vogais átonas quanto as vogais tônicas são pronunciadas mais claramente, enquanto em Portugal os falantes costumam pronunciar melhor apenas as vogais tônicas, dando menos nitidez as vogais átonas. A sintaxe portuguesa realiza o gerúndio como “preposição a + verbo no infinitivo” (ex.: a cantar, a chorar, a morrer), enquanto no Brasil a forma é simples, com terminação verbal –ndo (ex.: cantando, chorando, morrendo). A colocação pronominal brasileira (embora veementemente sufocada pela gramática normativa) ressalta as diferenças: os portugueses têm preferência pela ênclise, enquanto os brasileiros escolhem a próclise: dê-me o dinheiro versus me dê o dinheiro. Outro aspecto diferenciador são as palatalizações dentais seguidas de semivogal ou vogal anterior, que não são gerais no Brasil, mas pura e simplesmente não ocorrem em Portugal, pelo que mostram os estudos geodialetais: / /ia, / /ia, den/ /e, on/ /e são tipicamente brasileiros.
Em linhas gerais, “o português do Brasil, apresenta um conjunto de características não encontráveis no português de Portugal, da mesma maneira que o português, em diversas outras regiões do mundo, terá características também específicas, em virtude das condições novas em que a língua passou a funcionar”, GUIMARAES, 2005.
4. REFERÊNCIAS BIBIOGRAFICAS
ANDRADE, Maria Margarida de; MEDEIROS, João Bosco. Comunicação em Língua Portuguesa. 5ª ed., São Paulo: Atlas, 2009.
CASTILHO, A. T. de. Variação dialetal e ensino institucionalizado da língua portuguesa. In: BAGNO, M. (Org.). Linguística da norma. São Paulo: Loyola, 2002.
CYRINO, Sônia Maria. Observações sobre a mudança diacrônica no português do Brasil: objetos nulos e clíticos. In: ROBERTS, Ian.; KATO, Mary (org.). Português brasileiro: uma viagem diacrônica. Campinas:
- UNICAMP, 1996. O objeto nulo no português do Brasil: um estudo sintático- diacrônico. Londrina: UEL, 1997.
GUIMARAES, Eduardo. A Língua Portuguesa no Brasil. Ciências, Cultura. vol.57 no.2 São Paulo Apr./June, 2005. Disponível em:http://cienciasecultura.bvs.br/scielo.php. Acesso em: 23 abril de 2014.
LYONS, John.
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