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O LATIM ATRAVÉS DO TEMPO

Por:   •  28/11/2018  •  3.098 Palavras (13 Páginas)  •  390 Visualizações

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Após conquistarem todo o mundo antigo, os romanos impuseram sua língua (o latim) aos povos subjugados. Eles sabiam da importância que a língua tinha na conquista e dominação de outros povos, tanto que, segundo DUARTE (2003: p.18) diziam os romanos: "Ubicumque lingua romana, ibi Roma", o que podemos traduzir como: "onde quer que esteja a língua romana ali estará Roma.

Com o esfacelamento do Império Romano (476 d.C.) temos o fim da História Romana e por volta de um século depois, finda a História da Literatura Romana, mas a língua latina continua por quase mil anos após, a ser em toda a Idade Média a língua da civilização Ocidental, sendo a “ferramenta” de todas as obras-primas das literaturas modernas, tanto europeias como americanas. (COMBA, 1991: p.23)

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Podemos verificar que o latim teve um forte caráter de unificação do império Romano. Pode-se perceber claramente que os romanos se utilizaram do latim não somente como sua língua materna, mas também como um poderoso instrumento de conquista e expansão de seu território e sua cultura. Nota-se que a língua latina foi modificada, adaptada e transformada pelos povos que a receberam, tendo uma característica bem moderna já naquele tempo que costumamos chamar de “Antiguidade”: era uma língua de globalização. Como o inglês, atualmente, o latim serviu principalmente para o entendimento entre diferentes povos e virou um tipo de língua padrão mundial (do mundo conhecido até então, claro).

Levando-se em consideração que o Cristianismo se desenvolveu fortemente após sua adoção como religião oficial do Império Romano, o latim também contribuiu substancialmente para a consolidação desta como uma das três grandes religiões mundiais hoje em dia. A relação língua-conquista se vê claramente nas Grandes Cruzadas, onde a língua servia tanto para manter os cruzados unidos como sua difusão atestava o sucesso do intento desses soldados. Não podemos dizer que eram objetivos nobres, mas serviam aos propósitos do momento daquele povo.

Não podemos considerar o latim uma língua viva atualmente; porém, é interessante notarmos que muitos europeus usam essa língua como uma espécie de código hoje em dia, nos meios virtuais para fins de comunicação online. Ou seja, o latim, mesmo como língua morta, mostra-se à serviço da globalização, possibilitando a comunicação entre pessoas de países diferentes.

- Latim através do tempo – um estudo diacrônico

O latim desempenhou um papel de suma importância na história da civilização ocidental. Essa bela língua polida e habilmente manejada pelos grandes tribunos, poetas e escritores foi paulatinamente aprimorada, partindo do primitivismo indo-europeu até atingir o seu esplendor no período áureo da literatura latina.

Quanto à sua evolução cabe ressaltar que o Latim não era uma língua unívoca e consistia em numerosas variedades, cada uma adequada à sua finalidade e que refletia a classe social de quem a usava. Trataremos de alguns dos períodos mais significativos nos tópicos a seguir.

- Latim Arcaico

Latim arcaico, também classificado como Latim antigo, primitivo ou Prisca Latinitas é a forma do latim utilizada no período anterior à era do Latim clássico. Esta forma latina possuí convenções ortográficas, vocábulos, particularidades fonéticas e morfológicas que não foram encontradas em obras escritas em Latim clássico.

Desse modo, levando em consideração o surgimento do latim simultaneamente ao surgimento de Roma, de 753 a. C. a 75 a. C, temos o que se convencionou denominar latim antigo ou arcaico. As mais antigas inscrições em latim conhecidas são, em grande parte, fragmentadas. Datam do século VI a. C. e são encontradas na região do Lácio, onde fica Roma.

Embora as diferenças sejam marcantes e possam ser identificadas prontamente pelos leitores do latim, elas não são tantas que possam formar uma barreira linguística. Os falantes de latim do Império Romano não manifestavam quaisquer problemas na compreensão do latim arcaico.

Não há distinção significativa entre o latim antigo falado na República Romana e o latim clássico falado, o que ocorre é que o primeiro gradualmente evoluiu para o segundo.

Alguns dos principais autores desse período são: Lucio Lívio, Cneu Névio, Tito Mácio, Quinto Ênio, Marco Pacúvio, Publio Terêncio, Lúcio Ácio e Caio Lucílio.

- Latim Clássico

Latim clássico é o nome dado à variedade usada pelos antigos romanos naquela que é considerada a literatura latina clássica. Seu uso perdurou por toda Era de Ouro da literatura latina e possivelmente chegou até a Era de Prata. Nesse período, coexistiam duas modalidades do latim: o sermo cultus ou língua culta e o sermo vulgaris língua vulgar. Sendo o primeiro a modalidade usada na urbe e geralmente por pessoas escolarizadas, já a segunda modalidade era utilizada por camponeses, soldados e até por camadas superiores, apenas no seio familiar.

O latim clássico era, na realidade, uma língua literária escrita de maneira altamente estilizada e polida, construída de maneira seletiva e intencional a partir do latim antigo. Dessa forma o latim clássico se configura como produto de uma reconstituição do latim arcaico junto a influência do grego.

Essa modalidade do latim passou a divergir do latim antigo no momento em que antigas terminações da segunda declinação, -om e (nominativo singular) -os, passaram para as formas -um e -us, e algumas mudanças semânticas também ocorreram no léxico, por exemplo: forte deixou de significar apenas “surpreendentemente” e passou a significar “duro”.

A língua falada pelas camadas populares de Roma, especialmente a partir do século II, costumam ser chamadas de latim vulgar, esta variante que se diferencia do latim clássico tanto pelo vocabulário quanto por sua gramática e pronúncia será abordada no próximo tópico.

4.3 Latim Vulgar

A princípio, o que existia era simplesmente o latim. Depois, o idioma dos romanos se estiliza, transformando-se num instrumento literário. Passa então a presentar dois aspectos, que com o correr do tempo se tornam cada vez mais distintos: o latim clássico e o vulgar. Não eram duas línguas diferentes, mas dois aspectos da mesma língua. Um surgiu do outro, como a árvore da semente.¹

Como bem sabemos, o latim era o idioma oficial

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