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Relação do filme “Tempos Modernos” de Charles Chaplin com as Ciências Administrativas.

Por:   •  12/10/2017  •  2.566 Palavras (11 Páginas)  •  2.597 Visualizações

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A Supervisão funcional criada por Taylor, que propunha a existência de diversos supervisores especializados em determinada área e com autoridade funcional (relativa somente a sua especialidade) sobre os mesmos subordinados, é facilmente observada no filme “Tempos modernos”. Toda vez que o Presidente da Indústria ordena o aumento da velocidade de produção o Supervisor, chamado de “Capataz”, é anunciado e recebe ordens para verificar o aumento da produção e para atentar-se à perda de “Capataz”, os supervisores cobravam dedicação e eram rígidos porque eles conheciam o trabalho. Contudo, eles esbanjavam do poder sob seus comandados.

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Analogia com apreciação crítica da abordagem clássica

Superespecialização do Operário

Busca da eficiência através da especialização do operário por meio da divisão e subdivisão de toda a operação, fazendo uma padronização das tarefas.

Há uma cena clássica no filme a qual o operário está estritamente dedicado em apertar parafusos. Por ser uma tarefa mecânica e repetitiva ela acaba se tornando um especialista nesta modalidade. No entanto, essa ação repetitiva o leva para um estado de fadiga fisiológica, que desencadeia uma série de outros problemas. Podemos citar outro aspecto sobre essa superespecialização; por estar focado na tarefa que lhe foi designada, ele sabia o máximo sobre ela, mas desconhecia o restante, tanto que quando lhe ofereceram outras oportunidades de emprego o operário tinha certa dificuldade em desenvolvê-las, pois suas habilidades cognitivas estavam comprometidas. Isso ocorreu, pois seu trabalho industrial não necessitava de nenhum desenvolvimento intelectual, apenas a execução de o que era designado e obedecer a tudo que era imposto. Outra cena que ilustra isso remete ao recebimento de uma carta de recomendação do Xerife que ao apresentar para o chefe de uma embarcação, que logo pede para que ele encontre um entalho que seja compatível com o que está sendo utilizado no trabalho, o operário com certa dificuldade acaba encontrando o que foi pedido, entretanto torna a simples tarefa em um pandemônio, levando-o a querer retornar para a prisão.

Nos dias de hoje existem empresas que investem nesta superespecialização do operário, podemos citar a departamentalização por setores, que é o modelo de grandes companhias, onde cada setor dedica-se ao seu trabalho específico, conhecendo muito pouco, ou desconhecendo completamente os outros serviços da empresa; empresas que oferecem serviços de call-center são exemplos, e por último, mas não menos importante o funcionalismo público. Existem até algumas charges que exemplificam muito bem o assunto.

Visão microscópica do Homem (Teoria Mecanicista)

As administrações científica e clássica ignoram que o trabalhador tem necessidades como um indivíduo social.

A Teoria mecanicista abordada por Taylor é claramente vista no filme, juntamente ao pensamento mecanicista de Fayol. Segundo Taylor, só havia uma única forma de realizar a tarefa, “The bestway”, o qual o operário obteria a melhor eficiência produtiva (pois essa era a ênfase, produção). Este dividiu as tarefas em movimentos elementares, com o emprego de movimentos corretos para executá-las. Para Taylor o operário não deveria pensar apenas executar os movimentos de acordo as determinações dos supervisores funcionais. No filme há uma cena onde o operário é tomado por uma coceira, e para a produção para se coçar rapidamente. Seu supervisor o vê não produzindo e o cobra sobre a produção. Depois disso é pego distraído novamente em seus afazeres, mas é rapidamente impelido pelo supervisor a voltar ao trabalho.

Na atualidade as empresas não se diferem desse modelo, pois vivemos em um sistema capitalista, que visa o lucro, e a produção é um fator preponderante para se gerar lucro. Sem eficiência na produção não há ganho.

Abordagem de Sistema fechado e Teoria da Máquina

A Abordagem Clássica trata a organização com se ela fosse um sistema fechado, composto de algumas variáveis perfeitamente conhecidas e previsíveis e de alguns aspectos que são manipulados por meio de princípios gerais e universais.

Este tipo de abordagem se relaciona com o tópico anterior (Teoria Mecanicista), pois evidencia diversos fatores em comum, tais como: No sistema fechado não há trocas com o ambiente, é evidente o fator máquina (Teoria da Máquina), ao invés de ser vivo orgânico; é mecânico, inflexível e estático.

O operário tinha uma visão muito limitada, ele só conseguia visualizar o que acontecia dentro da fábrica, sem levar em conta o ambiente em que estava inserido. Não havia nenhum tipo de troca com o ambiente, e tudo que era imposto, ele aceitava fortalecendo assim esse conceito dogmático.

Na cena em que o operário tem seu período de descanso, e entra em uma sala para relaxar, nem sequer teve tempo para fazê-lo, pois o presidente logo aparece em um telão informatizado (remetendo a um conteúdo futurista), mandando que ele retornasse ao trabalho, onde neste contexto o funcionário era considerado como uma máquina sem nenhum tipo de expectativa humana (Necessidades, desejos e exigências).

Os mercados emergentes, tais como: China e Índia, imprimem essa visão ao sistema fechado e do homem como máquina. Os fatores de produção de produção em massa são amplamente explorados em busca de objetivos comuns.

Abordagem prescritiva e normativa

Preocupação em prescrever as principais normas com objetivo de padronizar situações, para prescrever como estas deverão ser administradas.

A teoria adota uma prescrição e uma determinação de como as coisas devem ser seguidas obrigatoriamente. Em referência ao aspecto normativo, significa que há normas que são obedecidas cegamente.

No filme nota-se que há um procedimento padrão que deve ser seguido à risca e o padrão neste contexto significa controle, visando a maior agilidade na linha de montagem e consequentemente maior volume de produção.

Logo no início do filme há uma cena a qual o Presidente está sentando na sua sala e liga um aparelho que permite visualizar os diversos setores da fábrica. Em seguida pede a um funcionário que aumente a velocidade das máquinas para que os operários produzam mais, que é corroborado pelo supervisor funcional reforçando as ordens do Presidente

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