ENSINO DE LITERATURA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: FORMAÇÃO DE LEITORES E EXPERIÊNCIAS DE ESCRITA

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O conteúdo base que deve ser trabalhado em Literatura no Ensino Médio é a Literatura Brasileira, mas podem ser trabalhadas obras de outras nacionalidades, se responder às necessidades do currículo da escola. É importante também adotar uma perspectiva multicultural, aliando à Literatura outros campos da Arte, principalmente artes plásticas e cinema, porém mantendo as especificidades de cada área.

As Orientações ainda sugerem uma reformulação no estudo de poesia nas escolas, explorando mais os efeitos de sentido produzidos pelos recursos poéticos, para que no Ensino Médio os alunos olhem para a arquitetura do poema nas suas diferentes dimensões. Para tal, é preciso que se amplie o circuito de poemas e poetas na escola, buscando diferentes formas de circulação social de poemas, como jornais revistas e recursos audiovisuais, que permitam enxergar a poesia como uma prática social cotidiana.

Outro erro detectado na escola é o fato de o cânone nela ser estático, devido à utilização exclusiva do material didático na construção das aulas, sendo eles muito adeptos à concepção cristalizada de história literária. O cânone, todavia, deve estar constantemente em mudança, incorporando e excluindo obras de acordo com certas variáveis. Para solucionar essas questões, deve-se alterar as orientações teóricas e metodológicas do material didático, além de investir na formação literária dos professores de Português, sobretudo em relação à proximidade com a pesquisa.

É importante conhecer a tradição literária, porém as escolas têm feito com que os alunos decorem estilos de época, focando seus estudos na metaleitura, o que é problemático, visto que muitos autores importantes para a história da Literatura não escrevem de acordo com as convenções da época. Seguindo esse princípio, as escolas lidam com eles como se fossem transgressões ou até mesmo os ignoram. Outro fator que prejudica o estudo de Literatura e que é muito empregado nas escolas é a adoção de um cânone asséptico do ponto de vista moral para responder a exigências pedagógicas. O professor precisa ter o pensamento crítico necessário para olhar com coerência aos preconceitos didáticos. Também é importante saber lidar adequadamente com o tempo, não se prendendo tanto ao ritmo frenético que as escolas impõem, analisando atentamente o currículo e selecionar o que é essencial e o que não é.

Outro recurso importante para a Literatura na escola é um espaço estruturado para um sistema de trocas contínuo, servindo-se de uma biblioteca com um considerável acervo e outros ambientes de leitura e circulação de livro, com, por exemplo, eventos voltados à leitura, para que seja possível um maior contato dos jovens com a Literatura e projetando, assim, suas experiências éticas e estéticas para os ambientes externos à escola. Também podem ser utilizados outros recursos para estimular a leitura, como passeios culturais, estudos do meio, utilização de recursos audiovisuais, etc., inserindo inclusive os próprios professores nesses movimentos.

Por fim, deve-se ressaltar que, apesar de conteúdos escolares serem instrumentos de aprendizagem, deve-se persistir a dimensão social dos conteúdos, pois se forma o aluno para o mundo. Assim, devemos considerar uma dupla dimensão da Literatura na escola: uma prática social, que é a fruição individual do texto, e uma prática escolar, que é a reflexão e a análise do texto.

- Justificativa de escolha das série e ordem para aplicar o projeto de formação de leitores

Escolhi o 1º semestre do 1º ano do Ensino Médio para aplicar o projeto de formação de leitores porque, como os alunos deste período estão iniciando o EM, pode-se seguir mais à risca as orientações acima propostas. É proposto que o ensino de Literatura siga uma ordem lógica, não necessariamente cronológica, mas vou utilizar uma ordem cronológica por preferência pessoal. Segundo a Base Nacional Curricular Comum (2016), podemos organizar o ensino de Literatura no EM da seguinte maneira:

- Unidade I: leitura de autores da Literatura Brasileira dos sécs. XVI, XVII e XVIII;

- Unidade II: leitura de autores da Literatura Brasileira dos sécs. XIX e XX;

- Unidade III: leitura de autores da Literatura Brasileira contemporânea.

Ou vice-versa.

Dessa forma, o conteúdo que deve ser passado no semestre em que farei o plano de aulas, seguindo a ordem cronológica, será o seguinte: leitura de autores da Literatura Brasileira dos sécs. XVI, XVII, XVIII.

Pensei em, no primeiro bimestre, trabalhar conceitos básicos de Literatura, como o que ela é e qual seu papel na história da sociedade, os recursos textuais, o que são textos literários e não literários e os gêneros textuais e literários que, segundo Bakhtin, é a condição básica de inserção dos sujeitos no mundo letrado (MEC, 2006, p. 72), para que, no segundo bimestre, iniciemos o estudo das escolas literárias que é padronizado no país, contudo com um foco diferente, usando o material didático como somente um material de apoio (e não o único recurso para aula), com foco em leitura de textos e elaboração de exercícios para a fixação do conteúdo na mente do aluno. Assim, terá no segundo bimestre uma aula inaugural explicando sobre estilos de época, para partir para o estudo do Trovadorismo, seguindo para o Humanismo. Os conteúdos relacionados ao Classicismo, Barroco e Arcadismo serão estudados no segundo semestre.

- Plano de aulas

1 – IDENTIFICAÇÃO

Curso:

Ensino Médio

Semestre / Ano:

1º semestre / 1º ano

Componente Curricular:

Língua Portuguesa e Literatura

Professor responsável:

Taís Regina Mesquita

2 – INSTRUMENTOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM, LEITURA OBRIGATÓRIA E PRODUÇÃO ESCRITA

Duas provas escritas individuais, uma no fim de cada semestre. Soma das duas notas e divisão por 2.

3 – DESENVOLVIMENTO DAS AULAS

Semana

CONTEÚDO