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Resumo do livro de William Carrol Bark "Origens da Idade Média"

Por:   •  1/10/2018  •  1.708 Palavras (7 Páginas)  •  372 Visualizações

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Com essa visão mais centrada ao Islamismo, Pirenne acha que foi assim através desses importantes acontecimentos que Maomé e sua religião abriram caminhos para Carlos Magno e suas conquistas. Foi assim que o sistema feudal substituiu o poder centralizado, assim que a relação entre Igreja e Estado mudou, assim que a posição da Igreja na sociedade também sofreu mudanças, tornando essa instituição uma liderança eclesiástica. E o mais importante, todo esse processo resultou na coroação de Carlos Magno e na formação de um novo Império, no ano 800.

Apesar de essa tese ser considerada equivocada por quase todos os historiadores e não ser aceita por mais ninguém com fortes restrições, Bark afirma que não devemos negar o valor dessa obra, até porque ela contribuiu bastante para a discussão sobre o início da Idade Média.

Mesmo com essa ressalva, Bark faz duras críticas à tese de Pirenne, apresentando argumentos que rebatem as afirmações feitas nessa obra do autor belga. Bark afirma que nessa tese foram ignoradas as invasões germânicas e as consequentes mudanças que essas invasões provocaram internamente no Império Romano do Ocidente. Segundo o autor, o Cristianismo e seu poder no ocidente também caíram no esquecimento por Pirenne.

Ao longo dessa discussão sobre a tese, Bark nos mostra onde Pirenne se equivocou, fazendo omissões impróprias ou exageros de alguns fatos, como afirmar que Carlos Magno não existiria sem Maomé. Bark considera essa analise totalmente equivocada, já que a movimentação dos povos árabes em direção ao ocidente acontecia há muito tempo, inclusive antes do Profeta Maomé. E que a destruição do Mediterrâneo pode ter acontecido por piratas vândalos antes do aparecimento do Islã, ideia apresentada por Norman Baynes.

Após derrubar os argumentos principais de Pirenne, o autor passa a analisar o Império Romano e sua decadência antes da invasão árabe, discutindo as mudanças internas politicas e econômicas naquele período, simultaneamente derrubando alguns argumentos de Pirenne.

Quando discute as mudanças politicas no Império Romano, Bark afirma que o fator principal para o insucesso econômico foi a crise do século III, essa crise abalou as estruturas sociais e econômicas do Império. Contudo, os Romanos se sentiram no dever de traçar um novo caminho pra superar essa crise e acabaram por escolher a regulamentação de tudo e o despotismo oriental, embora houvessem outras saídas, porém, lideres importante como Diocleciano e Constantino foram cegos e não enxergaram saídas que não oprimissem a sociedade. O autor nos faz entender que qualquer que seja o nosso juízo de valor sobre as atitudes desses lideres é inegável a importância de suas consequências, justificando que a restauração realizada por Diocleciano e a adoção do Cristianismo por Constantino, transformaram o mundo e ajudaram o Império a trocar a unidade politica romana pela unidade religiosa cristã.

O autor passa a discutir a sociedade e economia com a premissa de que é impossível não fazer uma analise socioeconômica quando se discute modificações politicas. Segundo Bark, é necessário analisar o Império Romano do Oriente para entender as modificações ocorridas no Ocidente.

É unanimidade na consciência de todos os historiadores que o Império do Oriente era superior ao Império do Ocidente. O lado oriental tinha uma população maior, consequentemente cidades maiores e mais desenvolvidas, melhor administração, mais riquezas e maior estabilidade econômica e social. Então, para o autor isso prova que o Império Ocidental era dependente do Oriental.

O ouro e o comércio tinham uma forte relação no Império Romano, mas o governo durante séculos acabou por importar mais do que exportar e quando a mineração do ouro não foi capaz de suprir as perdas, a moeda se desvalorizou.

Tal crise só veio a ser temporariamente superada muito tempo depois com Constantino, porém, os esforços de Constantino e seus sucessores foram inúteis já que o Império voltou a gastar muito, fazendo com que a economia entrasse em declínio e a população sofresse com a pobreza. Numa tentativa desesperada de recuperar a economia que estava em baixa, o governo adotou a economia natural ausentando-se da moeda. Porém, essa alternativa se tornou inviável porque acabou sendo ruim tanto para o governo quanto para a população e acabou por definhar o seu Estado que se via cada vez mais fraco. Enquanto o Império Romano do Oriente continuou com a moeda na sua economia e seguiu um caminho diferente.

Segundo, o Padre Salvino de Sevilla, após a implantação dos impostos naturais que acabou por resultar no sistema de patronagem, a população mais pobre sofreu com o descaso, sendo até favorável a dominação bárbara, pois receberiam um tratamento melhor. Bark acredita que esse foi um dos principais fatores responsáveis pela queda do Império Romano Ocidental e afirma que até em períodos de transição de uma era para outra, as mudanças ocorrem em todas as camadas sociais por isso são lentas. Através dessa “regra”, é fato que a sociedade da Idade Média começou a sua transformação lá atrás.

Michael Rostovzeff, figura reconhecida na área de História Antiga, afirma que essa transformação no ocidente era inevitável e não devemos julgar esses fatos como um retrocesso, pois eles não tinham outras escolhas e não optaram por se transformar em servos ou senhores feudais.

Bark afirma que a função de um historiador é interpretar as diversas modificações históricas ocorridas no período, como as mudanças ocorridas na transição da queda de Roma para a Idade Média. Segundo o autor, ao analisarmos essas

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