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Estados Unidos: A Supremacia Contestada

Por:   •  11/3/2018  •  1.941 Palavras (8 Páginas)  •  491 Visualizações

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Nos anos da guerra fria, na ótica norte americana, o inimigo tinha um rosto. O conflito “fazia sentido” e era organizado por uma forma tradicional, isto é, monopolizada no Estado. Após esse período o novo molde da violência é substancialmente diferente do anterior, o Estado não é o único monopolizador da violência. Nesse sentido, se diluem as fronteiras dos países, a separação entre o “interno” e o “externo”, o “nós” e o “eles”. Ficou evidente a dificuldade de nomear um inimigo sem rosto, que não possui território.

Para Ortiz (DOWBOR et al, 2003, p.36) “O evento do World Trade Center simboliza também o declínio do império americano”. A emergência de outros fortes atores, como a China e a União Europeia, e até recentemente vimos a Rússia mais uma vez consolidando seu poderio e afronta a política ocidental, cria um novo modelo de Sistema Internacional cada vez mais policêntrico.

No texto “Informação e democracia na economia globalizada” (DOWBOR et al, 2003, p.61) José Eduardo Faria trabalha as consequências da sociedade informacional na estrutura do Estado. Ele cita que por um momento, por exemplo, chegou-se a citar que a história tivesse chegado ao fim, não existindo mais alternativa a democracia. “Hoje, no entanto (...) a partir do impacto da revolução das tecnologias de informação na constituição de um mundo que se globaliza, no plano econômico, e que se fragmenta no plano político, a dúvida é saber se haverá alternativas políticas dentro da democracia” (DOWBOR et al, 2003, p.77). Para o autor, é necessário que se “reinvente” a política moderna, que, por exemplo, no caso do Brasil, em 500 anos não conseguiu jamais garantir e gerar condições socioeconômicas para a plenitude da cidadania.

A globalização foi intensificada durante a década de 1990. Durante essa década, por exemplo, se intensificou também as assimetrias tanto entre países ricos e pobres quanto entre os próprios países ricos (EUA, Japão, e Europa na época) já que essa década foi marcada pela supremacia norte americana nos campos econômico-financeiro, estratégico-militar e da tecnologia. O Brasil teve um processo de inserção passiva na globalização.

É interessante observar que no texto “A Era da Decepção – Pressões e possibilidades para a reforma da arquitetura do sistema financeiro” o autor Leonardo Trevisan aponta a “Era da Decepção” devido às fraudes corporativas que estava em evidência na época. Como sabemos, no final da primeira década do século XXI outro escândalo fez tremer a maior economia do mundo e consequentemente economias mundiais. A explosão da bolha imobiliária norte americana fez ruir gigantes que se pensava serem sólidos e seguros. A explicação para esse problema é o mesmo para os problemas dos escândalos de 2002, ou seja, os fatos que levaram á crise recente já eram conhecidos a muito tempo.

Estamos falando do modo como funciona o mercado financeiro, que se utiliza de dados falsos e manipulação de informações visando “criar” segurança em ativos. Para mudar a arquitetura do mercado financeiro, o autor enfatiza hipóteses de curto e médio prazo, como o fortalecimento e mudança no sentido de se tornar mais eficiente o Fundo Monetário Internacional (FMI); a maior presença dos Bancos Centrais ao redor do mundo nas políticas monetárias; a colaboração entre países nos organismos internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), para a formulação de conceitos úteis e aumentar a transparência nos temas econômicos internacionais.

Sobre a ALCA o autor Luiz Eduardo Wanderley discorre que na verdade isso faz parte de um processo de integração muito mais amplo. O “Destino Manifesto” por exemplo já possuía em sua ideia o “dever” dos EUA de levar seus princípios a outros países. Isso é obviamente definido de acordo com os interesses desse país e justifica os mais diversos tipos de intervenções trabalhos anteriormente no livro. A ALCA faz parte da consolidação dessa hegemonia.

Do ponto de vista econômico, a ALCA representa tanto oportunidades quanto riscos. Para que o Brasil aceitasse participar do bloco deveria antes negociar a derrubada de certas barreiras protecionistas dos EUA, justamente nos setores que o Brasil é forte e leva vantagem, para compensar as perdas nos setores que é frágil. Sabemos que as negociações foram arquivadas em 2005 e assim continuam. Os EUA não cederam, e portanto nem o Brasil. Nosso país soube negociar com a maior economia mundial sem ter que se isolar no ponto de vista diplomático. O MERCOSUL foi muito importante nesse contexto, já que muitas negociações eram feitas em bloco.

A política externa norte-americana vem encontrando, mesmo que não seja a maioria e nem mesmo ganhe grande repercussão, resistência de determinados setores em âmbito interno. O texto “Não em nosso nome” trata de um manifesto assinado por diversas personalidades públicas e estudiosos rejeitando as atitudes autoritárias e unilaterais tomadas pelo seu governo. No âmbito interno, o governo, após o 11 de setembro, produziu um discurso em que impôs a vingança a qualquer custo, dando inclusive mais poderes a órgãos federais de vigilância e inteligência, caçando ameaças tanto no exterior como em seu próprio território. Fato semelhante foi observado recentemente, em apoio aos palestinos em novo conflito com Israel, parte da comunidade norte-americana demonstrou sua ira em relação ao seu governo apoiar o massacre por parte do Estado de Israel.

Quanto às questões ambientais, após o 11 de setembro ficaram ainda mais claro quais seriam as diretrizes para esse tema por parte do governo Bush. A prioridade de sua administração é o crescimento econômico, e desse modo as tentativas dos órgãos internacionais de estipular metas ambientais foram negadas por esse país, como por exemplo, o Protocolo de Kyoto. O governo Bush representava setores energéticos e petrolíferos, e a consequência desse lobby é a proteção dos interesses desses setores por parte do Estado. Mais uma vez, os EUA não estão agindo como líderes mundiais quando se trata de questões que não são do seu interesse, e nesse caso, sendo prejudiciais para o futuro do nosso planeta.

Considerações

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