RESENHA DESCRITIVA SOBRE O LIVRO “UM TOQUE DE CLASSICOS”
Por: Sara • 5/6/2018 • 3.282 Palavras (14 Páginas) • 1.620 Visualizações
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As péssimas condições de trabalho, cargas horárias absurdas, entre outros fatores foram responsáveis pela baixa expectativa de vida dos trabalhadores.
Outra mudança significativa ocorreu na instituição familiar, em questões relativas ao controle das propriedades por partes das mulheres, autonomia dos filhos. Ainda, com a modernidade, passou a surgir o casamento por uma escolha mútua, o reconhecimento da infância e da adolescência.
O tópico referente aos antecedentes intelectuais da sociologia é iniciado pela apresentação de um conflito de ideias, onde pensamentos apoiados pela Igreja Católica e baseados em caducos princípios de autoridade gradativamente são substituídos pelo novo modo de acreditar que a razão permite uma compreensão da dinâmica do mundo material e que os homens podem livremente descobrir os princípios das leis naturais.
Dois acontecimento importantes são destacados, o primeiro refere-se a Reforma Protestante que se caracteriza como um momento de suma importância ao contestar a autoridade e a intolerância da Igreja. A crença na razão, ou seja, acreditar no poder da razão, e na forma do pensar, trouxe a emancipação do indivíduo em relação à autoridade social e da igreja, trazendo a ele uma conquista de novos direitos e relativa autonomia.
O outro fato ressaltado refere-se a Revolução Francesa, cujo papel, sob a influencia das ideias da Ilustração, revelou-se como “um extraordinário impulso para que o modo sociológico de investigar e interpretar a realidade social se tornasse possível”.
Essa convulsão de pensamentos apresentou-se como um progressivo processo que impactaria o principal foco da Sociologia naquela realidade, ou seja, “o conflito entre o legado da tradição e as forças da modernidade”.
Assim as autoras descrevem um ambiente adequado as novas concepções e visões que impulsionaria a estruturação da sociologia a partir de ideias variadas de diversos pensadores, entre os quais apresentam Montesquieu (1689-1755) que contribuiu na formação do pensamento sociológico ao propor uma caracterização da esfera social como um campo diferenciado e a busca das leis que regem seu movimento e Rousseau (1712-1778) que é citado por ter contribuído ao propor uma visão evolucionista e pela crítica ao processo civilizatório.
A introdução apresenta ainda um tópico intitulado: “primeiras sociologias: ordem, caos, contradições, evolução” utilizado para descrever que movimentos como a Revolução Francesa e pensamentos oriundos do iluminismo, geraram no âmago do pensamento social uma reação profundamente apegada as velhas tradições, ou seja, claramente regressista utilizando como justificativa os contratempos evidenciados na sociedade moderna.
Assim, a Sociologia, tem em seus precursores, a defesa de ideias conservadoras, e a impugnação de culpabilidade às duas grandes revoluções pelas mazelas sociais e a lamentação pelo enfraquecimento das antigas instituições protetoras, como a Igreja e as associações de ofícios.
Apesar dessas características antiprogressistas, a teoria social avança e entre seus pensadores está Saint-Simon (1760-1825 que já apresenta uma analise sociológica que vislumbra a existência de classes sociais dotadas de interesses conflitantes. Dessa forma esse pensador, que desempenha papel influenciador nas obras de Marx, Angels e Durkheim, desenvolve uma ciência, com aspectos similares das ciências sociais, chamada de Fisiologia Social com a perspectiva de utilização do método positivo das ciências físicas.
Também nessa perspectiva, o criador do termo sociologia, August Comte que teve contato direto com Saint-Saimon, se apresenta como maior propagador do positivismo como método de entendimento da sociedade, através da aplicação de métodos de investigação das leis que regem os fenômenos sociais para entender qual a ordem contida na historia humana e dessa premissa aplicar conceitos relativos a ordenação progressiva para se estabelecer padrões estáticos de ordem na sociedade. Essa tentativa de organização da sociedade era entendida como uma filosofia positiva visando a não destruição da sociedade.
Comte, rejeitando as teses contratualistas, pregava a supremacia do coletivo sobre o individual e efetuou analises sobre a criação de uma religião, o Catecismo Positivista, com semelhanças ao Novo Cristianismo, defendido pó Saint-Simon, onde a substituição de deus e o desenvolvimento de princípios fraternais aplicados a vida social.
Outra importante influencia apresentada pelas autoras no que diz respeito a cientificidade da sociologia, visando a definição de objetos e métodos de estudo, refere-se a Teoria Evolucionista. Dessa forma, Herbert Spencer (1820-1903) é tido como seu maior defensor, pois difunde o darwinismo social, onde a lei do progresso orgânico permite a compreensão da transformação do simples em complexo, ajustando dessa forma a evolução da sociedade até a concepção de um modelo industrial, definindo a sociedade como um organismo.
Em função da simplicidade de seu esquema explicativo as concepções evolucionistas desse tipo continuam a exercer um certo fascínio e assim as autoras tecem breves comentários sobre os autores clássicos ou seja, Karl Marx (1818-1883), que apesar da sua obra não ser considerada fundamentalmente sociológica, ele explica a vida social utilizando a evolução dos modos de produção, justificado tal pensamento em função homem produzir socialmente sua existência através do seu trabalho executado.
A Émile Durkheim (1858-1917), as autoras, atribuem a consolidação da Sociologia enquanto disciplina acadêmica e a inspiração para utilização de rigorosos procedimentos de pesquisa.
Marx Weber é apresentado como oposicionista ao capitalismo em função deste sistema caracterizar a sociedade de forma burocrática, racional e desencantada e por isso defende a adoção de ações de recusa a esses processos para que haja uma evolução do referido sistema.
Émile Durkheim
INTRODUÇÃO:
A autora Tania Quintaneiro apresenta Durkheim como um dos pensadores que mais contribuiu para a consolidação da Sociologia como ciência empírica e para sua inserção no meio acadêmico.
Por ser contemporâneo a uma conturbada Europa, massificada por guerras e em plena modernização, produz uma obra que apresenta a tensão entre valores e instituições em franca decadência, defendendo a ideia que a humanidade avança num gradual aperfeiçoamento, conduzida por uma força inexorável: a lei do progresso cujo princípio
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