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Pensamento Politico de Cicero

Por:   •  21/9/2018  •  4.283 Palavras (18 Páginas)  •  455 Visualizações

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Casou-se com Terência, provavelmente aos 27 anos de idade, em 79 a.C.. Segundo as tradições morais da classe superior romana da época, este foi um casamento de conveniência, mas perdurou, de forma harmoniosa, por cerca de30 anos. A família dela era rica, provavelmente a casa nobre plebeia dos Terêncios Varrões, o que se encaixava bem com as ambições políticas de Cícero, tanto em termos econômicos quanto sociais. Ela tinha uma meia irmã chamada Fábia, que ainda criança, tornou-se uma virgem vestal, uma honra muito grande. Terência era uma mulher de vontade forte e, segundo Plutarco, "ela demonstrou mais interesse na carreira política do marido do que ela permitiu que ele interferisse nos assuntos domésticos".

Carreira pública

Seu primeiro cargo na magistratura romana foi o de um dos vinte questores[2] anuais, um posto de "treinamento" considerado pré-requisito para o avanço para uma posição mais séria na administração pública numa diversidade de áreas, mas com uma tradicional ênfase na administração e na contabilização rigorosa das verbas públicas sob o acompanhamento de um magistrado mais sênior ou governador provincial. Cícero serviu na Sicília, em 75 a.C., e demonstrou honestidade e integridade na lida com os seus habitantes. Como resultado, os agradecidos sicilianos pediram que Cícero processasse Caio Verres, um governador da Sicília, que havia saqueado duramente a província. O processo resultante foi um grande sucesso para Cícero. Caio Verres contratou o proeminente advogado de uma família nobre, Quinto Hortênsio Hórtalo. Depois de um longo período na Sicília coletando testemunhos e evidências e persuadindo testemunhas a se apresentarem, Cícero retornou a Roma e venceu o caso numa série de dramáticas batalhas na corte. Seu estilo único de oratória o destacou perante o extravagante Hortênsio. Depois da conclusão deste caso, Cícero passou a ser considerado o maior orador de Roma.

Cônsul

Cícero foi eleito cônsul para o ano de 63 a.C. com Caio Antônio Híbrida, que teve um papel secundário. Durante seu mandato, Cícero desmantelou uma conspiração cujo objetivo era assassiná-lo e derrubar a República Romana com a ajuda de forças armadas estrangeiras, liderada por Lúcio Sérgio Catilina[3]. Cícero obteve um senatus consultum ultimum e expulsou Catilina da cidade depois de quatro veementes discursos, conhecidos como Catilinárias, que, até hoje, são considerados como exemplos máximos de seu estilo retórico. As Catilinárias listaram as chicanas de Catilina e de seus seguidores e denunciaram seus senadores simpatizantes como devedores maliciosos e teimosos que dependiam de Catilina como uma esperança final desesperada. Cícero exigiu que todos deixassem a cidade. No final de seu primeiro discurso, Catilina rapidamente deixou o Senado (que, na época, se reunia no Templo de Júpiter Estator. Em seus discursos seguintes, Cícero não endereçou diretamente Catilina. Cícero então proferiu o segundo e o terceiro discursos perante o povo e o Senado e o último, novamente, perante o Senado. Com as "Catilinárias", Cícero queria preparar o Senado para o pior caso possível e apresentou, adicionalmente, mais evidências contra Catilina.

Catilina fugiu e deixou para trás seus seguidores, cujo objetivo era provocar a revolta em Roma, enquanto ele tentava atacar a cidade com um exército de "falidos morais e fanáticos honestos". Catilina tentou envolver os alóbroges, uma tribo da Gália Transalpina, no complô, mas Cícero, trabalhando com os gauleses, conseguiu interceptar cartas que incriminavam os cinco conspiradores e os obrigaram a confessar seus crimes perante o Senado.

Exílio e retorno de Cícero

Em 60 a.C., Júlio César, convidou Cícero para ser o quarto membro de sua parceria com Pompeu e Crasso, uma aliança que seria finalmente chamada de Primeiro Triunvirato. Cícero recusou o convite pois suspeitava que o objetivo dos três era minar as instituições republicanas.

Dois anos mais tarde, o tribuno da plebe Públio Clódio Pulcro introduziu leis ("Leges Clodiae") ameaçando com o exílio qualquer um que tenha executado um cidadão romano sem o devido processo legal. Cícero, tendo executado os membros da Segunda Conspiração de Catilina quatro anos antes sem julgamento e um adversário público de Clódio, era claramente o alvo da lei. Cícero argumentou que o senatus consultum ultimum o isentava de qualquer culpa ou punição e Cícero tentou angariar o apoio dos senadores e cônsules, especialmente de Pompeu. Quando percebeu que não conseguiria, ele próprio seguiu para o exílio. Chegando em Tessalônica em 23 de maior de 58 a.C.. Este exílio fez com que Cícero caísse numa profunda depressão, como se percebe em sua correspondência com Ático: "Seus pedidos evitaram que eu cometesse o suicídio. Mas o que restou pelo qual viver? Não me culpe por reclamar. Minhas aflições superam quaisquer outras que já ouvi antes". Depois da intervenção dos recém-eleitos tribunos Tito Ânio Milão, o Senado votou a favor de reconvocar Cícero do exílio. Clódio lançou o único voto contra o decreto. Cícero retornou para a Itália em 5 de agosto de 57 a.C., desembarcando em Brundísio, onde foi recepcionado por uma multidão entusiasmada e, para seu imenso agrado, por sua querida filha, Túlia.

Cícero tentou reentrar na política, mas seu ataque a uma lei de César fracassou. A Conferência de Lucca, em 56 a.C., forçou Cícero a abjurar sua posição e a apoiar o Triunvirato. Depois disto, Cícero, acovardado, concentrou-se em suas obras literárias. É incerto se ele chegou a se envolver diretamente na política nos anos seguintes. Relutantemente, aceitou o governo proconsular da Cilícia em 51 a.C., principalmente pela falta de outros candidatos elegíveis por conta de um novo requisito legislativo imposto por Pompeu em 52 a.C., que especificava um intervalo de cinco anos entre um consulado ou pretorado e um comando provincial. Cícero então serviu como procônsul da Cilícia entre maio de 51 até novembro de 50 a.C.. Acompanhado por seu irmão, Quinto, atuando como seu legado, Cícero foi poupado de ações militares por conta de conflitos internos entre os partas, mas, ainda assim, foi aclamado imperator por suas tropas por tomar uma fortaleza nas montanhas e derrotar os últimos cilícios independentes.

Oposição a Marco Antônio e morte

Cícero e Antônio tornaram-se os dois principais políticos em Roma — Cícero na posição de voz do Senado; Antônio como cônsul, líder dos cesarianos e executor não

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