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PENSAMENTO SOCIAL E POLITÍCO NA EDUCAÇÃO

Por:   •  2/10/2018  •  10.394 Palavras (42 Páginas)  •  314 Visualizações

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A sociologia busca estabelecer entendimentos para a existência das desigualdades, estudando os fenômenos sociais que as causam e explicando sua dinâmica de funcionamento. De acordo com Dias (2005, p. 153):

[...] a expressão ‘desigualdade social’ descreve uma condição na qual os membros de uma sociedade possuem quantias diferentes de riqueza, prestígio ou poder. Todas as sociedades são caracterizadas por algum grau de desigualdade social.

Quando a desigualdade social é combatida, a bandeira levantada é a da tentativa de se atingir uma sociedade que seja baseada na equidade social, na qual todas as pessoas têm o direito de participar da economia e da política, além de ter acesso às condições de subsistência e aos serviços necessários a ela (DIAS, 2005).

A persistência da desigualdade social é hoje um dos grandes problemas do processo de globalização; a mudança de paradigmas nos processos produtivos, a intensificação do uso de tecnologia avançada, entre outros fatores que caracterizam esse processo de mundialização, têm causado o desemprego e, consequentemente, o aumento da desigualdade. Por outro lado, o Estado, que durante um certo tempo cumpriu o relevante papel de amenizar a desigualdade inerente ao sistema capitalista (o Estado de Bem-Estar Social), vem sendo desmontado de maneira rápida, sem se discutir mais profundamente qual o papel que lhe caberá numa nova articulação do sistema social como um todo (DIAS, 2005, p. 154).

Segundo Ribeiro (2016), a estratificação social indica a existência de grupos diferenciados nas sociedades, que ocupam diferentes posições sociais, partindo de suas diferenças e das desigualdades existentes entre si. A estratificação é um processo, e por ele ocorre uma hierarquização dos grupos sociais baseada em suas diferenças.

Existem três formas gerais de estratificação:

• econômica – sua base é definida na posse de bens materiais, diferenciando pobres, ricos e classes médias;

• política – tem como base a distribuição do poder na sociedade, entre grupos que o possuem e grupos que não o possuem;

• profissional – baseada nas diferenciações profissionais, com relação à importância das profissões determinadas pelos grupos sociais.[Ribeiro 2016, p. 16]

Oliveira (1999) destaca que estas dimensões estão interligadas, pois os aspectos sociais (econômicos, políticos, profissionais) estão interligados. A estratificação não pode ser compreendida como um processo fragmentado. O exemplo que este autor dá é que as pessoas que ocupam posições econômicas elevadas também, de um modo geral, possuem poder e funções valorizadas na sociedade. Mas o aspecto econômico se sobressai nestes casos.

Segundo Paixão(2010), a estratificação econômica, podemos separar os indivíduos em classes de acordo com a posse financeira e depois hierarquizar estas classes. Quando se fala de estratificação social, que é o que nos interessa para o estudo das desigualdades, a sociedade pode ser dividida em estratos ou camadas sociais, nos quais estão três grupos de estratificação, por casta, por estamento e por classe. Abaixo podemos ver o tipo de estratificação que está presente na sociedade contemporânea: a estratificação por classes.

ESTRATIFICAÇÃO POR CLASSES

O sistema de estratificação por classes é considerado o mais aberto, pois permite uma maior mobilidade entre as camadas, relacionadas à posição econômica do indivíduo. Este sistema de estratificação está presente na sociedade contemporânea, a capitalista. Existem, portanto, dois grupos, os proprietários dos meios e produção e aqueles que possuem apenas sua força de trabalho para vender. Assim, o que determina a posição social é a posse dos meios de produção, formando duas camadas essenciais, chamadas de classes. Marx já afirmou a existência de duas classes principais neste sistema: a burguesia e o proletariado. Há diferenciação entre as classes sociais, como nos explica Ribeiro (2016):

Essa desigualdade se explica porque são diferentes as relações que as pessoas mantêm com os elementos de produção (trabalho e meios de produção). De modo geral, os proprietários dos meios de produção (máquinas, terras etc.) estão entre as pessoas de renda alta, enquanto aquelas que trabalham se situam no grupo de renda média (trabalho qualificado), ou no grupo de renda baixa (trabalho não qualificado). Da mesma forma, o prestígio social está associado às relações entre as pessoas e os elementos da produção: os proprietários dos meios de produção sempre gozam de maior prestígio social do que os trabalhadores. Também a distribuição do poder está baseada na posição dos indivíduos em relação aos elementos da produção. [Ribeiro 2016 p.18]

Assim, aos que possuem os meios de produção é reservado maior prestígio social, poder e possibilidade de consumo, enquanto que aos que trabalham é reservado apenas um salário limitado. Em síntese, a classe social é um grupo de pessoas que apresenta condições semelhantes em relação aos meios de produção.

Segundo Rousseau(2008), a desigualdade tende a se acumular. Os que vêm de família modesta têm, em média, menos probabilidade de obter um nível alto de instrução. Os que possuem baixo nível de escolaridade têm menos probabilidade de chegar a um status social elevado, de exercer profissão de prestígio e ser bem remunerado. É verdade que as desigualdades sociais são em grande parte geradas pelo jogo do mercado e do capital, assim como é também verdade que o sistema político intervém de diversas maneiras, às vezes mais, às vezes menos, para regular, regulamentar e corrigir o funcionamento dos mercados em que se formam as remunerações materiais e simbólicas.

Mesmo com essa divisão principal em duas classes, há ainda a divisão de acordo com o nível e possibilidade de consumo dos grupos, dividindo a sociedade em três classes: a classe alta ou grande burguesia, que possui o grande capital (banqueiros, grandes comerciantes, latifundiários, donos de grandes indústrias etc.); a classe média, ou pequena burguesia, que possui o pequeno capital (pequenos industriais, pequenos comerciantes, profissionais liberais etc.); e por último o proletariado, que vive de seu trabalho (trabalhadores assalariados em geral). [Oliveira 1999, p. 94]

Algumas características podem ser identificadas na sociedade de classes: a determinação da posição social com relação à situação econômica do indivíduo; o recebimento de

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