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O TERREIRO DE CANDOMBLÉ ILÊ ORIXANLÁ FUNFUN (1963) SÃO PAULO

Por:   •  19/10/2018  •  4.355 Palavras (18 Páginas)  •  293 Visualizações

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O objetivo geral desse trabalho foi a ideia de escrever sobre a contribuição para a preservação e disseminação de conhecimentos entre comunidades de terreiro, especificamente do Ilê Axé Funfun, surgiu da experiência de fazer parte de uma dessas comunidades, onde realizamos nossa observação participante e registramos algumas manifestações culturais que fazem parte do candomblé, fortemente influenciadas pela obra do etnográfo.

Tendo como objetivos específicos, o desenvolvimento do projeto utilizou em sua pesquisa para a sua execução a pesquisa qualitativa na modalidade bibliográfica, com base na interpretação dos livros Orixás de Pierre Verger (1987) e Antologia do negro brasileiro de Edson Carneiro (1950). A pesquisa de cunho documental também foi adotada, para compreender aspectos importantes do culto aos orixás no Brasil e na África. A observação participante ou pesquisa de campo foi útil no sentido de possibilitar o fortalecimento de dados obtidos, por meio de entrevistas com membros de comunidade de terreiro. Embora sejam relatos individuais, por meio deles é possível identificar o coletivo, já que se pode considerar que os indivíduos são frutos de construções históricas e culturais.

A justificativa, embora a realização da pesquisa tenha ocorrido em um tempo delimitado, outras experiências e observações ocorridas em outros tempos também foram importantes para escrever o artigo. O convívio com o povo de santo e as relações estabelecidas ao longo dos anos é que tornaram possível uma aproximação do tema abordado.

Através de inúmeras idas do antropólogo e pesquisador PIERRE VERGER à África na década de 50 a 80 as religiões de matriz africana receberam grande contribuição com a elaboração de memórias e relatos publicados em vários livros que serviram como parâmetro de estudos e pesquisas no Brasil além de referências e resgate cultural para as comunidades de terreiro.

Nota-se, ainda hoje, que a cultura africana e a religião dos negros, o candomblé, tem como problema que ainda é alvo de preconceito e seus cultos são cercados por muitos tabus remanescentes ainda em nossa sociedade do período escravagista e do olhar colonizador, que considerava o homem de pele negra como agente à parte da criação divina.

O Candomblé, como religião de resistência encontrava-se, à época da chegada de Verger ao Brasil (década de 50), a margem da legalidade, pois o governo de então reconhecia apenas o catolicismo como religião oficial de estado e perseguia os negros por toda e qualquer manifestação de sua cultura. Verger então se dedica a entender todo esse complexo sistema religioso e a buscar na África explicações e inspirações para essas atividades divinas. Nesse período se inicia então, inspirado por ele e pela inquietação de alguns sacerdotes que sentem a necessidade de explicações para seus cultos, uma grande busca às origens, ao resgate do que se perdeu com a Diáspora Africana, o reencontro com a África.

“Os candomblés hoje se voltam, com um inesperado amor, para a África, os próprios chefes admitem a decadência dos cultos africanos na Bahia, pelo esquecimento das práticas africanas” (CARNEIRO: 1950 p. 271).

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Fonte: Revista Orixás

- A PRINCIPAL DIFERENÇA ENTRE OS VÁRIOS TIPOS DE CANDOMBLÉ E A ORIGEM ÉTNICA .

Há quatro tipos de candomblé: o Queto, da Bahia, o Xangô, de Pernambuco, o Batuque, do Rio Grande do Sul, e o Angola, da Bahia e São Paulo. O Queto chegou com os povos nagôs, que falam a língua iorubá. Saídos das regiões que hoje correspondem ao Sudão, Nigéria e Benin, eles vieram para o Nordeste. Os bantos saíram das regiões de Moçambique, Angola e Congo para Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo. Criaram o culto ao caboclo, representante das entidades da mata.

Os navios negreiros que chegaram entre os séculos XVI e XIX traziam mais do que africanos para trabalhar como escravos no Brasil Colônia. Em seus porões, viajava também uma religião estranha aos portugueses. Considerada feitiçaria pelos colonizadores, ela se transformou, pouco mais de um século depois da abolição da escravatura, numa das religiões mais populares do país. Quem gosta de cachaça é Exu. Quem veste branco é Oxalá. Quem recebe oferendas em alguidares (vasos de cerâmica) são orixás. E quem adora os orixás são milhões de brasileiros. O candomblé, com seus batuques e danças, é uma festa. Com suas divindades geniosas, é a religião afro-brasileira mais influente do país.

Não existem estatísticas que dêem o número exato de fiéis. Os dados variam. Segundo o Suplemento sobre Participação Político-Social da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1988, 0,6% dos chefes de família (ou cônjuges) seguiam cultos afrobrasileiros. Um levantamento do Instituto Gallup de Opinião Pública, no mesmo ano, indicou que candomblé ou umbanda era a religião de 1,5% da população.

São índices ridículos se comparados à multidão que lota as praias na passagem de ano, para homenagear Iemanjá, a orixá (deusa) dos mares e oceanos. Elisa Callaux, gerente de pesquisa do IBGE, explica por que, tradicionalmente, os índices dos institutos não refletem exatamente a realidade: Os próprios fiéis evitam assumir, por medo do preconceito. Ela tem razão. A mais célebre mãe-de-santo do Brasil, Menininha do Gantois, falecida em 1986, declarou certa vez ao pesquisador do IBGE que era católica. Apostólica romana.

De seu lado, a Federação Nacional de Tradição e Cultura Afro-Brasileira (Fenatrab) desafia ostensivamente as cifras oficiais e garante haver 70 milhões de brasileiros, direta ou indiretamente, ligados aos terreiros seja como praticantes assíduos, seja como clientes, que ocasionalmente pedem uma bênção ou um serviço ao mundo sobrenatural.

Mais recentemente, o Instituto de Estudos da Religião (ISER) verificou que 81 novos centros espíritas (englobando cultos afro-brasileiros e kardecismo) haviam sido abertos no Grande Rio de Janeiro no ano de 1991, e que, em 1992, surgiram outros 83. O sociólogo Reginaldo Prandi, da Universidade de São Paulo, contou, em 1984, 19 500 terreiros registrados nos cartórios da capital paulista.

Onde tem terreiro, tem festa. Por isso, para levar você ao mundo do candomblé,

Na Revista, SUPERINTERESSANTE (2000), começa por convidá-lo para uma festa no terreiro. Agora, você conhecerá em detalhes um dos fenômenos mais impressionantes da civilização

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