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O Historiador Severino Cabral Filho em sua leitura A cidade revelada

Por:   •  22/12/2018  •  2.648 Palavras (11 Páginas)  •  283 Visualizações

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Gervásio Batista comenta sobre o surgimento do telefone na capital paraibana, pois tratava-se de uma segunda linha telefônica entre a capital e o porto estabelecendo contatos telefônicos com a administração portuária. Ele conclui que, a população da capital embora tenha condições de pagar a conta telefônica para usufruir do moderno, não tinham disponibilidade ao serviço de telefonia, a empresa telefônica não havia estendido os serviços para a capital paraibana. As comunidades paraibana segundo Gervásio, por sua vez só terão contatos com os primeiros telefones a partir das estações de trem e estações do Telégrafo Nacional, como por exemplo, na cidade de Itabaiana entre 1909 – 1912, sendo que, nas cidades de Alagoa Grande, Campina Grande e Bananeiras, a população passaram a ver os primeiros telefones dentro das estações telegráficas.

Já em Campina Grande a modernidade estava restrita apenas às pessoas da elite campinense. De acordo com o texto de Severino Cabral Filho, o serviço de telefonia instalado em 1918, os chamados telefones de veio, apenas as pessoas privilegiadas tiveram o real sabor de experimentar esse novo sistema rápido de comunicação, como também os primeiros cinemas instalados na cidade tornava-se um espaço de lazer apenas pela pequena parcela da população campinense endinheirada, ou seja, ser moderno em Campina Grande teria que ter uma certa condição financeira, principalmente se fosse ligada as famílias políticas da cidade.

Sobre a chegada da iluminação elétrica na Paraíba, Gervásio Batista, remete com um equipamento urbano moderno de conforto para os paraibanos. As capitais foram as primeiras a receber este presente símbolo da modernidade, e que, uma ou outra cidade do interior chegaram a receber este novo sistema de iluminação. Muito antes de tudo, a iluminação era feita a base da queima de querosene e lampiões, existia um indivíduo responsável que prestava serviço a cidade, e quando ao entrar a noite subia em uma escada rente a um poste para iluminar as ruas da cidade, o conhecido acendedor de lampiões a querosene, uma rotina que se repetia todos os dias na maior parte das cidades paraibanas. As primeiras experiências com energia elétrica na Paraíba começaram no ano de 1912. A cidade de Itabaiana por sua vez, juntamente com a capital do Estado, foi a partir de 9 a 15 de março desse mesmo ano, ou seja, os itabaianenses se orgulham por serem os primeiros a receber a energia elétrica em seus lares, enquanto que na capital essa novidade chega seis dias depois.

De acordo com Gervásio Batista, com a chegada da iluminação elétrica no Rio de Janeiro em 1854 a maioria da população carioca não tinha acesso a essa novidade, estava restrita apenas ao centro da cidade, local da elite, enquanto que, a maioria da população das cidades, principalmente os que moravam distantes do centro, continuavam ainda a depender do velho lampião, abastecidos com azeites de banha de sebo e amendoim. Percebe-se então dizer que, a modernidade se aproxima e ao mesmo tempo se distancia das pessoas, ou seja, nesta época, a maioria da população brasileira viviam ainda no passado, enquanto que, outra, experimentava o que tinha de melhor em equipamentos urbanos.

A exemplo disso, o historiador Severino Cabral Filho nos mostras as primeiras experiências moderna ocorrida em Campina Grande. Diversas fotografias das principais ruas do centro da cidade, nos mostra o alinhamento de algumas ruas campinense, com árvores cuidadosamente podadas, seguindo com os poucos automóveis da época, estacionados e bem alinhados de acordo com as fotografias do acervo do Dr. Severino Bezerra de Carvalho, apaixonado por seus trabalhos fotográficos, responsável por nos mostrar em suas fotografias o processo de modernização pelo qual passa a cidade de Campina Grande e meados do século XX.

A modernização no setor urbanístico de Campina Grande tem seu início na gestão do prefeito Vergniaud Wanderley nas décadas de 1930-1940, um político reformador e modernizador, que botou abaixo vários casebres no centro da cidade campinense, demoliu a Praça Epitácio Pessoa, para realizar o alinhamento da Rua Maciel Pinheiro, introduzindo padronização arquitetônica em art deco para que visitantes que vinhesse de fora pudesse ver em Campina Grande uma cidade padronizada e moderna em estilo francês. E foi em nome da modernidade que Wanderley não deu satisfação a ninguém, indenizava forçadamente as pessoas a deixarem suas residências, seja da elite ou não, destruiu monumentos históricos e casebres em vários pontos do centro da cidade, principalmente na abertura da Avenida Floriano Peixoto cortando a cidade de Campina Grande de leste ao oeste.

Conclui-se que, os historiadores Gervásio Batista, e Severino Cabral Filho em suas leituras referente ao termo de modernidade nas principais cidades brasileiras principalmente na Paraíba, mostraram que, apenas os que tiveram o privilégio de desfrutar da era moderna nos pequenos espaços urbanos foram aquelas de famílias bastardas, da classe elitista, e que tinham suas moradias bem no centro dessas cidades, ou seja, enquanto a modernização acontecia no centro com as instalações de equipamentos urbanos modernos e de última geração nas principais ruas das cidades brasileiras, um pouco afastado, na periferia, existia esse distanciamento: O futuro e o passado, ou melhor: O moderno e o antiquado.

R-2 - Ao falar sobre as construções do mito de João Pessoa e de João Pedro Teixeira, os historiadores José Luciano de Queiroz Aires e Roberto Muniz, minunciosamente tiveram todo o cuidado em suas pesquisas históricas para mostrar aos seus leitores, questões do enaltecimento dado a esses dois indivíduos consagrados como “heróis” e santos por muitos paraibanos. Questões estas que levam à tona a nossa curiosidade, e que através da leitura, possamos voltar ao passado em pleno o século XX, e reviver aqueles acontecimentos sobre o assassinato de João Pessoa na década de 1930 e de João Pedro Teixeira em 1962.

Começamos então um pouco sobre o João Pessoa, na época presidente da Paraíba, pelo qual foi pego de surpresa sem tempo de defesa, sendo assassinado pelo jornalista João Dantas em Recife na Confeitaria Glória, em 26 de julho de 1930. Após esse acontecimento, segundo o historiador José Luciano de Queiroz Aires, começa a ser construído toda a saga da fabricação do mito João Pessoa, e que segundo o jornal A União, pessoas faziam romarias em torno de uma fotografia do presidente morto, em direção à Praça João Pessoa, ou seja, a santificação por parte de fanáticos religiosos, começa a ser construída, muitos fazem promessas exaltando e chorando e clamando por João Pessoa, e que depois de morto o seu

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