Movimentos de Libertacao de Mocambique
Por: Salezio.Francisco • 14/11/2018 • 4.815 Palavras (20 Páginas) • 329 Visualizações
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Histórico
Sendo o único movimento reconhecido internacionalmente que tinha lutado pela independência de Moçambique e negociado a sua independência de Portugal através dos Acordos de Lusaka (7 de Setembro de 1974), a FRELIMO foi a força política que assumiu o poder, de forma constitucional.
Em 1977, durante o seu III Congresso, o movimento decidiu transformar-se em partido político, de cunho marxista-leninista (Partido FRELIMO) e continuou a dirigir o país como partido único até 1994. Entretanto, em 1990, a assembleia popular aprovou uma nova constituição que mudou o sistema político, aceitando a formação de outros partidos. Com o fim da guerra de desestabilização de Moçambique, em 1992, realizaram-se as primeiras eleições multipartidárias em 1994 e o partido FRELIMO foi considerado vencedor. O mesmo voltou a ganhar as eleições seguintes, em 1999, em 2004 e em 2009, continuando a assegurar a presidência e o governo.
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Organizações precedentes a Frelimo e a sua formação
Após a Segunda Guerra Mundial, enquanto muitas nações europeias foram concedendo independência às suas colônias, Portugal, sob o regime do Estado Novo, defendeu que Moçambique e outras possessões portuguesas eram territórios ultramarinos da metrópole (pátria). Neste contexto as ideias de independência de Moçambique desenvolveram-se rapidamente, e em 1962 vários grupos políticos anticoloniais formaram a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). Em setembro de 1964, iniciou-se uma campanha armada contra o regime colonial português. No momento em que surgiram tais movimentos, Portugal governava Moçambique havia mais de 400 anos.
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Fundação da FRELIMO
A FRELIMO foi fundada em Dar-Es-Salaam, na Tanzânia, em 25 de Junho de 1962, quando três organizações nacionalistas de base regional:
- A União Democrática Nacional de Moçambique (UDENAMO);
- A Mozambique African National Union (MANU, à maneira da KANU do Quénia);
- A União Nacional Africana de Moçambique Independente (UNAMI).
Fundiram-se em um movimento guerrilheiro de base ampla sob os auspícios do presidente tanzaniano Julius Nyerere. Sob a presidência do antropólogo Eduardo Chivambo Mondlane, a recém-formada FRELIMO estabeleceu sua sede em 1963 na cidade de Dar-es-Salaam. O reverendo Uria Simango foi o seu primeiro vice-presidente.
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Início da luta armada e aparecimentos das zonas libertadas
Na ocasião, é nomeada uma direção provisória, encabeçada por Eduardo Mondlane, com o objetivo de organizar o I congresso da Frelimo, que se realiza de 23 a 28 de Setembro de 1962, em Dar-es-Salam, no Tanganyika.
O I Congresso da FRELIMO, o “Congresso da Vitória”, define que o objetivo principal do movimento é a liquidação total da dominação estrangeira e a conquista da Independência de Moçambique.
A FRELIMO declarava, nos seus Estatutos, pretender acabar com a presença colonial e imperial portuguesa no país, alcançar a independência de Moçambique e defender as reivindicações dos cidadãos moçambicanos. Liderada pelo sociólogo Eduardo Mondlane, então funcionário das Nações Unidas, a FRELIMO transmitiu ao povo, combatentes e ao mundo a mensagem de que o objetivo da sua luta era derrubar o regime colonialista em Moçambique, e não matar o cidadão branco ou civil.
O primeiro País que aceitou treinar os guerrilheiros moçambicanos foi a Argélia que, acabava de derrubar o regime colonial francês, após sete dolorosos anos de guerra. Na Argélia foram treinados três grupos de combatentes da FRELIMO.
Os que desencadearam a luta armada em 25 de Setembro de 1964 foram cerca de 200 guerrilheiros treinados na Argélia e mal equipados, mas determinados a dar o seu sangue pela pátria e pelas gerações futuras.
Em 1963, a Argélia acolheu três grupos de moçambicanos para receberem treinos de guerrilha, de modo a criar uma força militar. O primeiro grupo foi chefiado por Filipe Samuel Magaia; o segundo, por Samora Machel e o terceiro, por António Silva.
No seu regresso, os guerrilheiros estabeceram os primeiros campos de treinos militares, em Bagamoyo, em 1963, e em Kongwa, em 1964, na Tanzânia. A China enviou instrutores militares para esses campos. Nos princípios de Maio do mesmo ano, a FRELIMO enviou o primeiro contingente de guerrilheiros para a China, composto por onze elementos, nomeadamente:
- Filipe Samuel Magaia (chefe do grupo);
- José Phahlane Moiane;
- José Macamo (Adjunto chefe do grupo);
- Cândido Mondlane;
- Paulo Samuel Kankhomba;
- Alfredo Maria Manuel;
- Matias Víctor;
- Inoque Mutser;
- Francisco Madengo;
- Francisco Kufa;
- Sebastião Marcos Mabote.
Enquanto a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) acolhia grupos de recrutas moçambicanos, países como o Egipto, Gana e Israel forneciam ajuda militar e formavam outros quadros moçambicanos.
No norte de Moçambique, principalmente na região de Cabo Delgado e no Niassa, verificam-se movimentações de forças portuguesas e de guerrilheiros da FRELIMO.
A 25 de Setembro de 1964, é desencadeada a luta de libertação nacional por guerrilheiros da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). A luta armada de libertação nacional foi lançada em quatro províncias, nomeadamente, Cabo Delgado, Niassa, Zambézia e Tete.
Alberto Joaquim Chipande foi quem comandou um grupo de 12 homens que atacou um posto administrativo na Localidade de Chai, matando o Chefe do Posto e outros seis soldados.
No entanto, Portugal, ameaçando sair da NATO, conseguiu suster essa pressão, forçando os grupos nacionalistas de Moçambique a procurarem ajuda junto da União Soviética.
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Os congressos da FRELIMO
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Em,
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