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Imperialismo Evolução e Consequências

Por:   •  11/1/2018  •  2.393 Palavras (10 Páginas)  •  280 Visualizações

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Esta abordagem de David Harvey, de que o neoliberalismo é uma prática de imperialismo de espoliação se deve ao fato dele e outros pesquisadores terem constatado que os conglomerados de poder político e econômico em pontos estratégicos chave,(Tóquio, Nova York, Berlin, Londres) manobram os capitais excedentes, em várias nações ditas emergentes, usando o poder especulativo para livrar o sistema de sobre acumulação e promovendo crises de desvalorização em nações vulneráveis , Ao invés de classificar este tipo de acumulação como primitiva ou original, Harvey utilizará o conceito acumulação por espoliação, por ser um “processo em andamento”. Para o autor, até os nossos dias, “a acumulação primitiva envolve a apropriação e a cooptação de realizações culturais e sociais preexistentes, bem como o confronto e a supressão, cujo resultado é, muitas vezes, deixar vestígios de relações sociais pré-capitalistas na formação da classe trabalhadora. Quanto ás crises financeiras da década de 1990, Harvey argumenta que os ataques especulativos das grandes instituições do sistema financeiro e dos fundos derivativos ao apropriarem-se dos ativos a preços muito baixos, preços estes causados pela própria crise, gerada no próprio sistema financeiro devido á fraudes, valorizações fraudulentas de ações, desvios de fundos, desvalorização de ativos pela inflação, estas ações de oportunismo ou fraudes financeiras demonstram o imperialismo de acumulação por espoliação defendida por Harvey, além da espoliação dos bens naturais com patenteamento de material genético de sementes e princípios ativos naturais através da biopirataria, de formas culturais, históricas e de criatividade intelectual. Em suma, a acumulação por espoliação se faz pela liberação de um conjunto de ativos a custo muito baixo. O capital sobre acumulado pode apossar-se desses ativos e dar-lhes logo uma utilização lucrativa. Nesse sentido, o colapso da União Soviética e depois a abertura da China envolveram uma imensa liberação de ativos até então não disponíveis na corrente principal da acumulação do capital mundial e como este imenso volume de capital precisa de lugares a serem utilizados, de maneira lucrativa, segura e sólida, o neoliberalismo com o privatizar tudo é o caminho viável para este capital sobre acumulado. Outra forma de utilização do capital excedente é desvalorizar os ativos de capital e a força de trabalho existentes, isto ocorrendo os ativos “desvalorizados” são adquiridos por valores módicos e revendido por valores superiores auferindo lucros no processo, por isso a promoção, manipulação e controle de crises pelo sistema de acumulação por expropriação é constante visando é claro o lucro de poucos em desfavor de muitos, causando o que se conhece por planos de austeridade dos governos atingidos pelas crises muitas vezes provocadas pelo próprio governo em foco. Em suma, a burguesia norte-americana redescobriu aquilo que a burguesia britânica descobriu nas três últimas décadas do século XIX, redescobriu que, na formulação de Arendt, ‘o pecado original do simples roubo’, que possibilitara a acumulação original do capital, ‘tinha eventualmente de se repetir para que o motor da acumulação não morresse de repente’. Se assim for, o ‘novo imperialismo’ mostra não passar da revisitação do antigo, se bem que num tempo e num lugar distantes O novo imperialismo, portanto, na perspectiva de Harvey (2003), trata-se do velho imperialismo em um tempo e lugar diferentes. Seu traço constituinte é a acumulação por espoliação, ou, simplesmente, a acumulação primitiva.

E o mundo globalizado, a movimentação do capital, o livre mercado. No contexto atual onde aparentemente as fronteiras e as distâncias deixaram de influenciar o comércio de bens produtos e capitais, Robert Wendt nos dá sua contribuição referindo-se ao papel e estrutura do capital financeiro na atualidade, onde o domínio do sistema financeiro está centrado nas mãos dos grandes bancos nacionais integrados mundialmente, com normas para lucratividade fixadas globalmente, apesar do capital industrial estar bem menos dependente do sistema bancário pois conta com outros modos de captação financeira. Went lembra que os países dominantes não mais utilizam a força para colonizar os países atrasados, mas com uma combinação de democracia e economia de mercado através do neoliberalismo, utilizando o excedente nas privatizações não objetivando melhorias mas os lucros seguros advindos destas privatizações.

Samir Amin, economista e pensador neomarxista egípcio, declara que o imperialismo não é um estágio, nem mesmo o estágio supremo do capitalismo, desde suas origens na conquista imperialista do planeta pelos europeus e os norte americanos, se desdobrou em dois tempos e pode haver um terceiro.

Iniciando lá na conquista das a Américas dentro do sistema mercantilista da Europa da época e as consequências desta primeira etapa do capitalismo mundial são bem conhecidas, genocídios indígenas, escravismo mercantil, exploração excessiva dos bens e povos das terras colonizadas. A segunda etapa se inicia na revolução industrial que com sua superprodução e necessidade de matérias primas a Inglaterra iniciou a submissão colonial da Ásia e África com o objetivo de abrir mercados e apoderar-se das reservas naturais, gerando assim conflitos de ordem nacionalistas e revolucionários socialistas, porém, após a segunda guerra mundial com o advento da inicial supremacia Americana, logo equiparada pelos Soviéticos, surgindo então a guerra fria, onde cada uma das superpotências procurava garantir a supremacia sobre o oponente, dividiram o mundo em duas correntes ideológicas e surgindo o nomeado Terceiro Mundo formado por países que não se alinharam ideologicamente com nenhum dos lados. Porém com a derrocada da União Soviética, a supremacia ficou em mãos Americanas ou seja capitalista, e o imperialismo segundo Samir, entra numa terceira etapa onde não mais se luta para superar o adversário mas impedir que qualquer futuro adversário se fortaleça, através de subterfúgios inerentes ao imperialismo, reforçada pela onda do nacionalismo populista no terceiro mundo. Neste contexto os objetivos do capital dominante continuam inalterados ou seja a pilhagem dos recursos naturais, o controle da expansão dos mercados, a superexploração das reservas de mão de obra da periferia ainda que de forma, digamos, atenuadas ou fantasiadas de trabalho digno e remunerado embora em regime de semiescravidão.

Após a desintegração da União Soviética, a supremacia e a hegemonia do capital ficou com a tríade EUA, Europa e Japão. Porém com os Estados Unidos em situação de liderança em todos os campos. Deixando

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