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Descrição da Pluralidade Religiosa

Por:   •  29/3/2018  •  4.273 Palavras (18 Páginas)  •  350 Visualizações

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O tema já foi objecto de pesquisa de Geffré (1993) na sua obra Por um Cristianismo Mundial, onde diz que pluralismo religioso é expressão viva da riqueza da diversidade da auto-manifestação de Deus ao género humano; é um fenómeno que favorece a transparência multiforme da transcendência e considera válidos os muitos caminhos que conduzem a Deus.

Rech (2009) na sua obra Pluralismo religioso, o pluralismo religioso é uma consequência incontestável da cultura pós-moderna. Há teólogos que dizem que o pluralismo será o grande horizonte do novo século, pois foi ganhando terreno sempre mais decisivo na teologia cristã e no contexto vital dos cristãos.

Oliveira (2004) na sua obra o pluralismo religioso e seus conflitos na educação popular: o olhar de educadores, a mentalidade religiosa permeia na sociedade através de diferentes manifestações na educação popular em diferentes lugares, sejam nos hospitais, no mercado, no campo académico. Entretanto a sociedade expressa a manifestação religiosa através de atribuição a Deus ao conceito de amor.

Presume-se que o presente tema possa trazer subsídios que possam enriquecer não só a parte académica como também ao publico em geral interessado em possuir noções básicas sobre o pluralismo ou pluralidade religiosa. Contribuiria portanto para a história social.

Capitulo I: Descrição da Pluralidade religiosa

1.1.Conceito de religião

De acordo com Tillich (1988:154) etimologicamente religião, encontramos duas definições a do Cícero (o clássico latino), onde para este a palavra latina religião deriva do Religere o que significa estar atento, reflectir, e observar. Ou seja, Religião quer significar complemento consciente de dever, reverente temor de poder supremo.

Enquanto para Lactancio (260 – 340 d.C.) assim para os Padres da igreja Nobio e Terpuliano e mais tarde Santo Agostinho, Religio ou Religião deriva do termo latino Religare, que significa “Ligar, manter junto”; uma relação íntima e duradoira com o Divino (Idem).

Segundo Silva (2004:4) a definição mais aceita pelos estudiosos, para efeitos de organização e análise, tem sido a seguinte: religião é um sistema comum de crenças e práticas relativas a seres sobre humanos dentro de universos históricos e culturais específicos.

Contudo, religião fundamenta se naquele desejo colocado no Homem desde a sua existência de ter uma relação íntima com Deus seu criador, por isso a religião não é Mara criação do Homem, é antes vontade de Deus que se matem a ele ligado no amor e liberdade.

1.2.Relação entre Religião e Cultura

Segundo Tillich (1988:160) cada religião é em si mesma um fenómeno cultural. Entretanto é interessante perceber o quanto esse fenómeno abrange as culturas humanas. A cultura é onde a religião acontece; religião está localizada dentro da cultura. Entretanto, é importante perceber que a cultura também é marcada pela religião, pois se sabe que o ser humano, desde seu aparecimento no palco da história, manifesta o desenvolvimento de uma actividade religiosa.

No entender de Rampazzo (1996:51, 52) todas as tribos e todas as populações de qualquer nível cultural, cultivaram alguma forma de religião, e que todas as culturas são profundamente marcadas pela religião.

Na óptica de Peretti (2010:61) a religião se revela como factor que influencia a existência do ser humano enquanto ser religioso, contudo, fica claro também que a religião nasce no contexto cultural onde se encontra o indivíduo e sua sociedade, pois, é nesse contexto que desde criança, ele conhece a religião.

Podemos perceber que o ser humano acede existencialmente ao conhecimento de Deus por muitas vias. A pessoa se abre frequentemente a Deus desde sua infância, graças à educação recebida. Em outros momentos, a palavra e o testemunho dos outros permitem descobrir que a existência humana é chamada a uma dimensão desconhecida precedentemente e que, todavia, constitui a instância definitiva. Ou então podem ser as experiências de abertura antes indicadas a levar o ser humano para Deus.

1.3.Conceito da Pluralidade Religiosa

De acordo com Patriota (2002: 23) a pluralidade refere-se à variável externa, indica quantitativamente as diferenças que existem em uma sociedade e a origem dessas diferenças como: religião, língua, etnia, casta e outras. O pluralismo é da ordem epistemológica e axiológica do modo de ver a realidade dos fatos e de aquilatar a projecção e o alcance dessa percepção dinâmica na própria realidade plural.

Segundo Jayanth (2002:164) a pluralidade distinguem se do pluralismo na medida em que a pluralidade é a variável externa que indica a origem e as várias diferenças que existem em uma sociedade e pluralismo é um coeficiente interno que se refere a uma atitude específica desenvolvida entre os grupos sociais em resposta ao fato da pluralidade.

Podemos encontrar as semelhanças dentre os mesmos conceitos apoiando-nos em Rech (2009:13) onde o pluralismo e pluralidade ambos apoiam-se sobre os factos; têm sua fonte no plural; podem entrar em identificação de semelhança; admitem a coexistência da pluralidade, superando a unicidade e o absolutismo. O pluralismo religioso de facto diz respeito à própria pluralidade ou diversidade de tradições religiosas existentes e, mesmo, aos movimentos religiosos que estão emergindo no final do século XX e princípio do século XXI.

No entender de Geffré (1993:14) o pluralismo religioso é expressão viva da riqueza da diversidade da auto-manifestação de Deus ao género humano; é um fenómeno que favorece a transparência multiforme da transcendência e considera válido os vários caminhos que conduzem a Deus. A pluralidade religiosa pode ser a expressão da vontade mesma de Deus que tem necessidade da diversidade das culturas e das religiões para melhor manifestar as riquezas da plenitude da verdade que coincide com o mistério mesmo de Deus.

A pluralidade religiosa é portanto uma apresentação diversificada do desejo de alcançar a herança eterna do paraíso. Nesta proposição o pluralismo constitui um foco de conturbação social devido ao seu carácter diversificado e que produz em algum momento uma discussão interminável tanto na academia bem como no social.

1.4.Liberdade religiosa

A liberdade religiosa está no centro da organização social, da identidade da pessoa humana, dos valores transculturais da sociedade,

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