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A História da Africa Negra

Por:   •  5/12/2018  •  1.680 Palavras (7 Páginas)  •  257 Visualizações

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a costa africana.

3. O ouro negro

O ferro e a aguardente representam a parte mais importante para o comércio da África. Uma vez que haja ferro e aguardente, tem-se a certeza de conseguir por toda a parte ouro, cativos e defesas de elefante. Em qualquer operação é absolutamente preciso ter quinquilharias de toda a espécie. É a mercadoria mais em conta para as negociações e aquela em que se tem mais lucro. Sem quinquilharias, a colónia não poderia subsistir. Os pretos e as pretas, os mulatos e as mulatas, trazem cintos prodigiosos de três ou quatro fiadas de missangas. No lenços com fundo vermelho obtém-se um lucro considerável, tanto na compra de cativos como nas trocas que se fazem por ouro do país. (p. 272)

Para garantir o lucro, os comerciantes vendiam as quinquilharias, mas de baixa qualidade, tanto o álcool quanto as roupas e outros tipos de quinquilharias. A qualidade dos produtos passava-se despercebida e haviam escravos sendo comprados unicamente com álcool.

Em troca destes produtos, os africanos davam aos europeus “peles, goma, marfim, ouro” e pessoas. Cada setor de venda tinha a reputação de fornecer escravos com traços de personalidade ou qualidades específicas.

Foram estabelecidas equivalências para o tipo de escravo comprado e seu preço. Os mais valorizados eram os homens entre seus quinze e vinte e cinco anos com todos os membros, dentes e saudáveis. Logo após, unidades foram estabelecidas também.

Os escravos reunidos para serem transportados aguardavam as caravelas em barracões. Nos barracões, cenas de pura brutalidade e barbárie aconteciam. Mães eram separadas de filhos, que, por sua vez, eram mortos ou jogados ao mar, e não podiam nem lamentar, pois a fala era punida com a morte. Escravos que eram colocados em tais barracões se revoltavam, resultando em violentas represálias para servir de exemplo para os outros.

Os pretos são marcados com ferro quente nas nádegas, peito ou seios com as iniciais de seus donos. O momento de subirem ao navio é quando muitos escolhem o suicídio como maneira de escaparem de seus destinos. Os que sobrevivem enfrentam, nus, um “lodaçal de sangue, vómitos e dejetos”, doenças e execuções até encontrarem novo solo, a caminho da segunda parte de sua jornada.

4. O movimento abolicionista

A partir do século XVIII alguns europeus vão começar a se compadecer do sofrimento dos escravos. A Igreja, que antes oferecia sua benção a escravidão, agora protestavam os abusos deste sistema.

Houveram algumas correntes religiosas que protestaram o tratamento que os escravos recebiam, mas o maior interesse, que moveu todo o processo de alforria de todos os escravos, foi o econômico: a Inglaterra vivia a Revolução Industrial, produzindo muito mais do que a população livre era capaz de consumir.

Os ingleses começaram uma ação antiescravista. Quem se aventurava no tráfico negreiro corriam o risco de serem presos ou até mesmo de terem seus navios afundados.

5. Alguns números

Não existem números exatos de quantos escravos foram tirados de suas terras durante o período que o tráfico negreiro existiu. W. E. B. Dubois acredita que foram em torno de 90 ou 100 milhões de negros divididos entre os vendidos para as Américas, ao tráfico oriental e mortos no caminho.

Pruneau de Pommegorge calcula que a costa de África fornece 45.000 escravos por ano e para esses 45.000, diz ele, são mortos outros homens em número infinito. (p. 278)

C) AS CONSEQUÊNCIAS DA ESCRAVATURA

1. Em África

Muitos historiadores tentam diminuir a escravidão como se a perda de 10 milhões de pessoas fosse pouca coisa, ou querendo dizer que, talvez, isso tivesse compensado, porque os países costeiros africanos são mais populosos hoje em dia.

O comércio de negros deixou uma profunda cicatriz de guerra e conflitos nos povos africanos. Quando as caravelas eram avistadas no horizonte, pequenas embarcações costeiras se lançavam na caça de homens para a venda. Reis passam a ver seus súditos como mercadoria e uma verdadeira batalha por pessoas começa. Quanto mais os povos ganhavam, mais espingardas eles tinham, que permitiam capturar mais pessoas.

Os árabes seguiram com o mercado de negros por mais tempo. As mulheres pretas eram muito cobiçadas nos haréns e os homens eram castrados e/ou empregados como mercenários.

2. Na Europa

O tráfico negreiro transformou a Europa num continente cheio de riquezas acumuladas. Os países chegavam a ter lucro de 300% a 800%. Foram os lucros obtidos com a exploração do negro e das colônias que tornou a Revolução Industrial possível.

3. Os Pretos nas Américas: morte e ressurreição

A força de trabalho negra propulsou a economia dos Estados costeiros latino-americanos, principalmente o Brasil, as “Índias Ocidentais” e a América do Norte. Eles eram muito mais numerosos que os brancos e se mantiveram assim por algum tempo mesmo depois do fim da escravidão.

No Brasil, o conhecimento de agricultura dos negros revolucionou os métodos agrícolas existentes.

As negras são as principais responsáveis pela resistência da cultura africana nas Américas. Eram muito mais ligadas a terra deixada e passavam, de geração em geração, as cantigas, os deuses, as danças.

Os escravos resistiam a maneira que faziam ainda em África: suicídios, sabotagem, automutilação, envenenamentos e fugas. As fugas resultaram no crescimento

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