O Modelo Centro Periferia em Africa
Por: Kleber.Oliveira • 18/12/2017 • 2.834 Palavras (12 Páginas) • 386 Visualizações
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cidade moderna se apresentam.
O mesmo autor ainda refere que, muitas cidades africanas cresciam devido as migrações das suas populações das regiões rurais, que chegavam as cidades não porque lhes oferecessem um emprego, mas porque não podiam subsistir nas suas terras, dadas as condições de exploração que lhes eram impostas. Alguns eram refugiados políticos ou aventureiros de outras zonas, e outras então eram atraídos pela vida da cidade.
Por seu turno Rocher , sustenta que a industrialização é acompanhada da urbanização, sendo assim, implica uma migração da mão-de-obra, na sua maioria jovem e das famílias para as cidades. Para este, as cidades poderiam já existir antes da industrialização, mas com a introdução da técnica, via aumentar, estender-se e mudar de configuração.
Nesta efervescência, assiste-se a emergência de novas cidades junto das minas, das indústrias e ao longo das vias de comunicação.
Fazendo uma ilustração do trecho acima, Gentil afirma que na África do Sul o desenvolvimento da indústria mineira e manufactureira, nas vésperas da Segunda Guerra mundial tinham provocado uma urbanização que superava 30%. Mas também nos outros lugares, os bairros africanos, viram aumentar as áreas constituidas de forma precária por um número crescente de recém-chegados.
E como é óbvia, a cidade diferentemente das zonas rurais, apresentam uma série de complexidade e problemas. Assim, cidades africanas que estavam em pleno desenvolvimento receberam dos técnicos vindos dos países industrializados a orientação sobre a urbanização, tal orientação consistia no seguinte:
- Na disposição de um serviço de limpeza e de evacuação dos dijectos;
- Na disposição de uma técnica elementar para a conduta de àgua;
- No estabelecimento de sistema de transporte;
- Na disposição de serviços que visem garantir a segurança, a ordem, o bem estar, a educação e o desenvolvimento cultural dos habitantes;
- A instalação de uma administração municipal.
3.3. DIFERENCIAÇÃO
O domínio colonial que se tornou sensível desde os primórdios da época colonial provocou o rebaixamento geral da condição dos africanos.
Assim, o autor imediatamente citado refere que, as diferenças entre a minoria branca e ainda a reduzida burguesia indígena (plantadores, comerciantes, transportadores, funcionários ou eclesiásticos), era enorme em todo lado e era reforçada por ideologias e práticas racistas específicas.
Concordando com o autor acima citado, Afigbo afirma que, de facto a estrutura de ralações sociais, apoiava-se em teoria racial que procurava devidir a diversa ramificação da família humana por ordem hierárquica de civilização, ocupando os africanos negros a base inferior da escala e os europeus brancos o ápice.
Neste contexto, o peso dessa teoria racial conduziu a uma política que negava ao africano, fosse qual fosse sua educação, a igualdade de direitos com os brancos na administração colonial, tal situação levou a que se adoptasse uma política de segregação dos africanos e dos europeus nas áreas urbanas, havendo bairros, hospitais, clubes, europeus diferentes daqueles criados especificamente para os africanos.
Por outro lado, Queiroz , confessa que o desigual custo dos terrenos, das habitações e diferentes estatutos atribuídos aos cidadãos, fez com que os habitantes pertencentes a uma mesma categoria social se concentrassem na área que mais se adapta ao seu poder de compra, emergindo assim os bairros degradados onde habitam os mais desfavorecidos até aos de vivenda luxuosas pertecentes aqueles que tém maior poder económico.
IV. PERIFERIA
A Expansão das cidades devido a emigração das populações rurais, ultrapassam os limites administrativos. Este crescimento resulta da falta de alojamento e dificuldades de tránsito, o que leva uma parte considerável da população a instalar-se na periferia das cidades.
Para Knapic , O acréscimo dos subúrbios faz-se, por um lado com gente vinda do campo que na periferia da cidade encontra condições mais acessíveis de acomodação, bem que por vezes muito precárias como os bairros de lata, e por conseguinte gente vinda da cidade, onde as condições de vida vão lhes tornando difíceis. Portanto, na grande maioria eram migrações em busca de trabalho.
Por conseguinte, Balaindier citado por Rocher , afirma que a mobilidada da população rural para as cidades deveu-se a dois motivos: Positivos e Negativos.
Motivos positivos:
-Atracção económica da cidade onde se espera enriquecer;
- O desejo de melhorar o estatuto social, não somente através da riqueza mas também adquirindo modus vivendi e símbolos ligados ao meio urbano;
- A necessidade de ajudar financeiramente a família;
- A obrigação de acompanhar os pais .
Motivos negativos:
- O desejo de fugir a sociedade tradicional, aos seus limites e constrangimentos;
- A desorganização da economia tradicional, em consequência da industriallização que eliminava certos artesãos ou privava as famílias dos seus meios de substência;
- A sobrepovoação do campo ou ainda a pobreza que nelas reinavam.
4.1.TIPOS DE BAIRROS PERIFÉRICOS
Segundo Remy , existem três tipos de bairros:
4.1.1.BAIRROS TRADICIONAIS
São bairros tradicionais, aqueles que embora integrados no espaço da cidade urbanizada, conservam um modo não urbanizado de apropriação do espaço e se inscrevem numa continuidade com o passado.
Em conformidade com ideais do autor, a vida desses bairros está carregada de memoria colectiva e é amplamente ritmada por festas que são elementos intrínsicos da vida quotidiana, para os quais se preparam durante todo o ano e que constituem o seu orgulho. Nesses bairros a solidariedade de vizinhança funciona frequentemente, e as portas viradas para a rua muitas vezes entre-abertas, testemunham esta confiança recíproca
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