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A Floresta de Aokigahara

Por:   •  11/3/2018  •  3.235 Palavras (13 Páginas)  •  329 Visualizações

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...

-Qual o seu nome garoto?

Ele respondeu:

-Não deixe ela me pegar!

-Ela?Você poderia me dizer quem é?

-Não há mais tempo!?

-Eu não sei do que você está falando, me diga o que está acontecendo!

Então no mesmo momento o garoto se atirou dentro do poço, corri para agarrá-lo, mas voltei para o mundo real só ouvindo os seus gritos. Entrei em pânico, olhei para dentro do poço, mas estava tudo escuro, não conseguia enxergar o fundo. De repente algo pulou de dentro do poço em mim, em um jogo de reflexos consegui desviar, assim que olhei a figura fiquei abismado minha visão estava embaçada não conseguia identificar o que era aquilo, mas em alguns instantes percebi, era o garoto que tinha caído no poço

Ele vinha em minha direção dizendo:

-Kyrie, Kyrie...

Perguntei-lhe:

-Quem é Kyrie?Qual a minha relação com ela?

O garoto estava molhado, com a mão esticada e não parava de se movimentar em minha direção, até que escutei a mesma voz que havia me chamado antes dizendo:

-Você foi um garoto muito mal...

Esta frase foi acompanhada de risadas psicóticas que gelaram o meu corpo no mesmo instante. O garoto parou de vir em minha direção, se ajoelhou e colocou a mão no pescoço. Começou a sair água de sua boca como se estivesse se afogando, além disso, levantou uma das mãos para o céu e tentando dizer algo com seu último suspiro caiu e foi se apagando com se fosse uma lâmpada incandescente em uma sala escura.

Tudo que estava naquele lugar se apagou, só assim dei-me conta de que ainda estava na mesma floresta.

Aproveitei este momento de pausa para assimilar algumas coisas. Com toda certeza o garoto só podia estar temendo a voz misteriosa além disso, o nome Kyrie se repetia em minha cabeça a todo instante. Seria Kyrie a voz misteriosa? Ou só mais alguma alma solitária perdida?

Decidi por conta própria investigar tudo isto, já que não tinha escolha.

[pic 8]

As Irmãs prometidas

Andando pela floresta reparei uma árvore que se destacou em relação às outras, me aproximei, pois poderia ser alguma pista. Era realmente uma árvore exótica, não consegui identificar sua espécie, mas não deixei de reparar uma fita vermelha amarrada em seu redor. Uma corrente de ar percorreu aquela fita, achei muito estranho, pois foi a primeira durante toda a estadia naquela floresta. Não resisti, eu tinha que tocá-la, entretanto hesitei em primeiro instante, porque isto poderia enfurecer as recordações de algum espírito e despertá-lo novamente.

Toquei-a, e o mesmo clarão tomou de conta do local mas desta vez em uma mansão com uma escada enorme na entrada, o mesmo clima atordoante preto e branco dominava o local, mas não me apavorei, já estava acostumado com isto.

Uma garota com cabelos longos e lisos muito belos desceu a escada. Ela aparentava ter em média dezessete ou dezoito anos. Decidi me esconder para observar tudo o que iria acontecer. Em frente a um espelho ela começou a se pentear, nada de estranho, até que uma garota idêntica a ela desceu a escada com exatamente a mesma roupa, só um pequeno objeto as diferenciavam. A fita vermelha. Esta fita era exatamente a que eu tinha tocado e ela estava amarrada em redor da barriga da garota que estava se penteando, a garota sem a fita perguntou:

-Está ansiosa?

Sua irmã com um tom doce e delicado de voz respondeu:

-Não, porque eu deveria estar?

-Ora essa, uma cerimônia tão importante como esta. Até eu estou empolgada.

-Olhe irmã, me escute, eu ouviu...

A outra irmã interrompeu o diálogo dizendo:

-Por favor, não venha com esta história novamente.

-Mas nós podemos estar em perigo!

-Porque o nosso próprio pai iria nos impor a um perigo como este?

-Não sei o motivo, mas ultimamente papai e mamãe estavam agindo muito estranhamente.

A garota sem a fita pegou suavemente no rosto da irmã e a abraçou dizendo:

-Calma, eu sei que alguma coisa não está certa, mas nós temos que ir a este evento, eu sinto isto. E sei que você também sente a mesma coisa, afinal nós pensamos, sentimos e gostamos das mesmas coisas, você sabe que eu nunca te abandonei.

Já calma a irmã mais nova respondeu:

-Sim eu sei. Muito obrigado por me ouvir, mas eu sei que algo hoje está para acontecer.

[pic 9]

O ritual proibido de Shinto

O clarão ocorreu novamente, mas não voltei para o mundo real, o clima tenebroso ainda engolia o local em que estava. Percebi que era um local diferente, parecia uma caverna iluminada a luz de velas. Comecei a caminhar, logo passei a ouvir vozes e gritos de desespero no fundo da caverna, corri o mais rápido possível para ver o que estava acontecendo, me deparei com uma cena inesquecível.

As duas irmãs estavam deitadas em uma pedra amarradas por uma mesma corda, uma senhora ao lado chorando aos braços de um homem que não pude identificar sua face, pois estava embaçada, dois homens que pareciam ser estar vestidos de bispos estavam cada um ao lado de cada irmã. Desesperadamente as irmãs gritando:

-Por favor, meu pai e mãe! Solte-nos.

A mãe respondeu em tom de prantos:

-Desculpe-nos minhas filhas, mas isto é para o bem de todos e para vocês também!

Eu estava espantado, pois eu achava que o ritual de shinto era só uma lenda contada para assustar as pessoas, mas não, estava acontecendo diante de meus olhos.

Diz à lenda que para o portal do submundo

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