LEVANTAMENTO DA MESO E MACROFAUNA DO SOLO EM DOIS ECOSSISTEMAS: ÁREA AGRICULTADA E FLORESTA
Por: YdecRupolo • 23/11/2017 • 2.007 Palavras (9 Páginas) • 486 Visualizações
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de materiais entre as partes vivas e não vivas (ODUM, 1988). Portanto, os seres vivos que existem num determinado lugar sempre são uma comunidade determinada pelas condições reinantes e nunca são espécimes isolados, que, por acaso ali existem, o meio ambiente de um lugar inclui tanto o solo, o clima, como também fatores introduzidos pelo homem, como culturas agrícolas, adubos, herbicidas, irrigação e dentre outros (PRIMAVESI, 1996).
Os seres vivos no solo fazem parte dele, modificando-o. O solo é formado através de sua vida, e a vida é típica das características específicas do solo, ou seja, o solo determina a vida e a vida determina o solo. Pois, existe uma estreita relação entre a vida e os fatores que regulam os equilíbrios biológicos (PRIMAVESI, 1996).
Os organismos da fauna edáfica participam ativamente na formação do solo podem ser utilizados como indicadores da sustentabilidade, como qualidade ou saúde do solo (LEIVAS et al., 2008; SILVA et al., 2007).
O equilíbrio de um determinado ecossistema vai depender de fatores bióticos e abióticos, como a ciclagem de nutrientes e a formação do solo, as quais são resultados da atividade de animais invertebrados que cumprem no solo o seu ciclo de vida (CORREIA, 2002; WINK et al., 2005; LEIVAS et al., 2008).
A maioria dos componentes da mesofauna e muitos da macrofauna melhoram o solo especialmente no que diz respeito à mobilização de nutrientes, através de enzimas e o melhoramento de estruturas, pela ativação da micro vida, melhorando assim a parte física do solo (PRIMAVESI, 1996).
O espaço onde vive um animal é modificado por sua simples existência, especialmente graças às suas enzimas e dejeções. Esta modificação pelos mais favorecidos beneficia ou prejudica a outros, favorecendo ou limitando sua proliferação (PRIMAVESI, 1996).
As galerias construídas pelos animais do solo, como larvas de insetos, insetos, minhocas, besouros e outros servem à penetração de raízes, à infiltração da água e circulação do ar. A atividade animal não pode ser separada da atividade microorgânica do solo, já que, muitas vezes, os animais criam condições favoráveis para a microvida (PRIMAVESI, 1996). Também as enzimas excretadas por animais do solo, como minhocas, nematóides saprófagos, larvas de insetos, podem estimular o crescimento de plantas de cultura (PRIMAVESI, 1996).
A cobertura de solo, geralmente, forma uma camada espessa de folhas com vários estratos de matéria fresca e em decomposição, capaz de abrigar uma população diversificada da fauna edáfica. De modo geral, coberturas com leguminosas, favorecem um maior número de organismos edáficos, bem como um maior número de espécies, pois a disponibilidade de ambientes favoráveis é maior (CANTO, 2000; GIRACCA et al., 2003). A maioria dos organismos se encontra nos primeiros centímetros da superfície do solo, onde possui uma grande quantidade de matéria orgânica (MORSELLI, 2004).
Existe uma relação específica entre os animais de um certo solo e suas condições pedológicas. À medida que as condições físicas e químicas vão piorando, diminui a relação entre ácaros e colêmbolos (PRIMAVESI, 1996).
Organismos indicadores de qualidade do solo
Os organismos bioindicadores são definidos como indicadores biológicos ou comunidades de indicadores que podem fornecer informações sobre as condições de um ecossistema, como por exemplo, valor de pH ou a concentração de metais pesados no solo. Certas espécies vegetais respondem as alterações ambientais, como o surgimento de poluentes, desaparecendo ou se multiplicando. Em outras palavras, o tamanho e a composição de comunidades vegetais e animais se alteram (LIMA, 2008).
Bioindicadores são organismos ou comunidades, cujas funções vitais se correlacionam tão estreitamente com determinados fatores ambientais, que podem ser empregados como indicadores na avaliação de uma dada área. Esta definição inclui conscientemente a indicação de comportamentos naturais, como por exemplo: na agricultura, onde podemos inferir sobre características de uma região apenas pela presença ou ausência de determinadas espécies vegetais. Bioindicadores são definidos como organismos ou comunidades que respondem à poluição ambiental alterando suas funções vitais ou acumulando toxinas. Os processos bioquímicos básicos são os mesmos em muitos organismos e por isso parece ser razoável utilizar organismos como bioindicadores, que reagem mais rapidamente do que o homem, frente a toxinas ambientais. Estes organismos podem ser usados para detectar alterações ambientais provocadas pelas atividades humanas, as quais podem ser perigosas para o próprio homem. A bioindicação envolve a decodificação de informações de biossistemas com o propósito de avaliar uma dada área ou domínio (LIMA, 2008).
Os organismos presentes no solo têm importante papel de bioindicadores, que influenciam na quantidade e qualidade do material vegetal presente na superfície do solo. O uso de indicadores biológicos reflete adequadamente as condições do habitat em estudo e podem prever eventos que permitem a intervenção no momento adequado (MERLIM, 2005).
De acordo com DORAN e PARKIN (in ANDRADE, 2000), um bom indicador da qualidade do solo deve responder aos seguintes critérios:
• estar associado a grandes processos do ecossistema;
• integrar propriedades físicas, químicas e biológicas;
• ser acessível a muitos usuários e aplicável as condições de campo;
• ser sensível às variações no manejo e no clima;
• e quando possível fazer parte do banco de dados.
Como a fauna edáfica está associada intimamente a ciclagem de nutrientes e a decomposição, que são processos de extrema importância para a produtividade e manutenção das culturas, esses invertebrados são ao mesmo tempo agentes transformadores e reflexo das características físicas, químicas e biológicas dos solos. A sensibilidade dos invertebrados do solo aos diferentes tipos de manejo, reflete como certa prática de manejo pode ser considerada prejudicial à estrutura e fertilidade do solo. Tais características justificam a utilização da fauna edáfica do solo como indicadora das modificações do solo (ANDRADE, 2000).
De acordo com Mussury os microartrópodes podem ser indicadores significantes dos impactos produzidos pelo homem em florestas, e em diversos agroecossistemas ( MUSSURY et al.,2008).
Um dos tipos de indicadores biológicos utilizados é o monitoramento da
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