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A Ciência no Renascimento

Por:   •  11/3/2018  •  2.480 Palavras (10 Páginas)  •  391 Visualizações

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Entendemos assim que, o assunto renascimento é muito amplo e discutível, principalmente no que concerne à questão religião x ciência, trata-se de um período geralmente contado entre fins do séc. XIV e início do século XVII, marcando também a transição do Feudalismo para o Capitalismo, ruptura com as estruturas medievais estendendo seus efeitos transformadores também sobre as artes, arquitetura e filosofia. Uma das grandes questões envolvidas nesta transição é o advento do humanismo, um método de aprendizado que faz uso da razão individual e da evidência empírica para chegar às suas conclusões, ao contrário do teocentrismo cuja regra de fé e era a Bíblia e a Igreja, detentora da verdade e das explicações.

Como era no final da Idade Média?

Segundo (KUHN, 1990, p.25) autor de frases como: “(...) não acreditamos numa cosmologia que empregue Deus para explicar o comportamento cotidiano do mundo físico (...)” Uma das principais questões neste debate e que geraram mais polêmicas eram sem dúvidas, fatos concernentes às descobertas astronômicas. A teoria do geocentrismo aceita pela igreja, afirmava que a terra seria o centro do universo e todos os outros planetas inclusive o sol girariam em seu redor.

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Fig:1 - Modelo Geocêntrico

disponível em: www.brasilescola.com

Essa teoria é fruto do pensamento do astrônomo grego Claudio Ptolomeu e por isso é conhecida também como sistema ptolomaico. Outro defensor dessa teoria era Aristóteles que considerava ciência e filosofia como intimamente ligadas se explicando uma a outra simultaneamente. O cerne da questão e do debate é a chamada revolução Copernicana, que não envolvia apenas uma questão astronômica, mas, uma revolução no campo das ideias a cerca do sol, do homem e da terra em analogia ao universo e também, a relação entre todos eles juntos.

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O motivo da igreja se contrapor as ideias de Copérnico estava em uma questão religiosa, muito mais profunda que a astronomia imaginava, pois, acreditava-se que o governo teocêntrico estava gerenciado a partir da terra e por isso ela não poderia perder esse status de centro do universo. Segundo (GARIN, 1996), discordar dessa teoria era no mínimo perigoso em uma época onde os cientistas eram rotulados como bruxos e magos, onde opiniões contrárias poderiam ser classificadas como heresias e estas, despertavam imediatamente a atenção dos inquisidores que através de investigação dos fatos poderiam levar a pessoa aos tribunais e consequentemente à condenação à morte nas fogueiras em praça pública.

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Segundo (GARIN, 1996) muitos pensadores foram discriminados e perseguidos em decorrência de questões religiosas, motivadas quase sempre pelo conteúdo de suas obras, qualquer opinião ou pensamento contrário ao axioma teocêntrico era motivo de exclusão da obra literária do círculo acadêmico e a proibição total de circulação da mesma. Além do mais o conceito de Heliocentrismo não significava uma ampliação, continuidade ou desenvolvimento linear das teorias anteriormente estabelecidas, mas, pelo contrário, significava quebra de um paradigma, ruptura de um modelo de pensamento.

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Discordando deste pensamento, Ronald Numbers em sua obra: “Mitos e verdades em ciência e religião: uma perspectiva histórica” vai oferecer uma análise oposta observando que além de a igreja ser a maior investidora de todos os tempos em pesquisas científicas, nunca perseguiu cientistas, nem pesquisadores por motivo extra religioso, ou seja, que não tivesse conotação teológica. Ele cita, por exemplo, o caso do copernicano Giordano Bruno dizendo que ao contrário do que se pensa o motivo de sua execução foi teológica e não científica.

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Ruptura definitiva com o Geocentrismo

Nicolau Copérnico nasceu em 1473 em Torum, Polónia. Aos dezoito anos foi estudar na Universidade de Cracóvia, viajando depois para Itália. A Itália era um centro intelectual muito importante na Europa medieval, onde se encontravam estudantes de toda Europa. A universidade de Bolonha era a mais antiga, tendo sido fundada no século XI. Estudou nas três principais Universidades daquele país (Bolonha, Pádua e Ferrara), filosofia, matemática e astronomia durante os anos que esteve lá, especializando-se também em direito canónico (as leis da igreja) e em medicina. Mais tarde tornou-se cónego da catedral na Prússia Ocidental, uma vez que este cargo não era muito exigente, permitiu-lhe ter tempo livre para prosseguir os seus estudos na astronomia.

Segundo (KUHN, 1990) Copérnico foi o primeiro astrónomo desde os Gregos a questionar a ideia do geocentrismo. Reparou em algumas inconsistências no sistema ptolomaico, em particular a crença de que os planetas se moviam num círculo cujo centro girava sobre outro círculo em redor da Terra.

Copérnico achou o sistema demasiado complicado. Assim, por volta de 1510, começou a explorar outras possibilidades que se encaixassem nas provas disponíveis. Concluiu que todos os planetas, incluindo a Terra, se moviam em redor do Sol (este era fixo e imóvel) e que a Lua girava em torno da Terra, e esta girava sobre si mesma uma vez por dia. O movimento retrógrado desta era explicado com base nas velocidades relativas dos planetas. Copérnico acreditava que isto explicaria de um modo muito mais simples o movimento dos planetas e o porquê da variação de brilho dos mesmos.

Segundo (MARTINS, 2003, p.120), Conseguiu colocar os planetas na ordem certa a partir do Sol: Mercúrio era o mais próximo, seguindo Vênus, Terra, Marte, Júpiter e Saturno (os restantes planetas não tinham ainda sido descobertos).

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Esse modelo de Copérnico apesar de inovador não foi aceito por muitos tendo em vista algumas falhas para as quais ele não tinha respostas.

- Não conseguia explicar muito bem o movimento dos corpos numa Terra móvel. Supôs que, de uma forma ou de outra, o ar que circunda a Terra se move com a Terra, e está assim de algum modo ligado ao planeta.

- Ao afirmar que a Terra é “apenas outro planeta” nega o principio de Aristóteles segundo o qual a Terra e os outros planetas são constituídos por diferentes matérias e sujeitos a diferentes leis

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