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A Cidade Antiga

Por:   •  21/8/2018  •  1.406 Palavras (6 Páginas)  •  536 Visualizações

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“(...) A cidade havia sido fundada sobre uma religião e constituída como uma igreja. Daí a sua força; daí também a sua onipotência e domínio absoluto que exercia sobre seus membros(...)” ( Fustel de Coulanges , A Cidade Antiga, Martin Claret, 2005 , pag 248) Isso mostra como o homem era doutrinado pela religião , ele era dominado não pelo governo , mas sim por uma potência religiosa que estabelecia todas as regras que um cidadão deveria cumprir . Em uma outra passagem dessa obra “(...) Nada de mais forte existiu que essa cidade, que tinha em si mesma a sua religião, seus deuses protetores e seu sacerdócio independente , que dominava tanto a alma como sobre o corpo do homem (...)” essa passagem comprova a superioridade da religião perante o homem .

O livro trata da grande transformação que a religião teve no passar dos séculos, onde ela comandava toda uma sociedade , pois tinha força suficiente e credibilidade para fazer com que sua vontade e seus desejos fossem aceitos ,onde até a política era dominada por essa religião que regia o homem e ele a seguia fielmente até a chegada do cristianismo, onde foi então que essa desestabilizou-se , onde essa fez com que o homem pensasse na sua existência , e fez com que ele fosse mais livre , podesse pensar sem a ajuda dos deuses, pois nesse culto primitivo era cultuado a figura paterna, onde essa era de inteira confiança e nela poderia-se confiar tudo. Posteriormente com o cristianismo o culto à um único deus o homem pode ficar mais livre de seus deveres diários de cultos aos manes, onde isso tomaria muito tempo, assim ele pode tornar-se mais independente da igreja , mas essa ainda exerce uma grande influência sobre o homem e o governo.

“(...) a família não possuía mais sua religião doméstica, sua constituição e o seu direito sofreram transformações; do mesmo modo, só porque o Estado não tinha mais sua religião oficial, as regras de gorverno humano se modificaram para sempre(...)” nesse ponto afirma-se a soberaniedade da presença religiosa no homem , onde esse é regido por crenças desde seu nascimento até sua morte.

A linguagem empregada pelo autor foi simples e de fácil acesso, onde seu público era restrito, pois era um circulo de intelectuais, por isso diz-se que essa obra foi tão pouco lida, infelizmente naquele momento de produção dessa obra o autor , transcreve essa em tempos de revoluções onde o homem só estava preocupado em trabalhar e especializar-se para conseguir algum emprego, pois instalavam-se grandes indústrias que precisavam de mão de obra(nisso o homem não teria tempo para leituras, apenas tempo para produzir).

A VISÃO DA HISTÓRIA

Fustel , na tentativa de retratar um povo e sua história , mostra a transição de um culto doméstico a chegada de uma nova religião , onde essa faz com que se transforme uma nova revolução no cotidiano dessa civilização e uma nova concepção de homem livre de prestar diariamente devoção a deuses, que seriam seus antepassados, assim com a chegada do cristianismo e o culto a um único deus, o homem pode considerar-se livre , assim ele começa a preocupar-se com outras coisas mais importantes como a política, e ações sociais, onde antigamente não havia tempo para tais pensamentos, foi assim que deu-se início as grandes revoluções e as grandes transformações da humanidade.

CONCLUSÃO

Independente da obra Ter sido escrita em épocas de extremas revoluções e modificações na sociedade na Fustel se encontrava , ela ultrapassou fronteiras de tempo e espaço , pois ela faz referência aos primórdios da civilização, onde o homem agia e pensava através da religião, isso expressa a grande transformação e o grande salto que a humanidade deu em direção a sua evolução.

BIBLIOGRAFIA :

COULANGES, Fustel, A Cidade Antiga , Martin Claret , 2004,

COULANGES, Fustel , Numa Denis, 1830-1889.

A Cidade Antiga, Fustel de Coulanges; tradução Fernando de Aguiar . São Paulo , Martins Fontes ,1981.

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