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Accao dos Povoamentos Sobre o Ambiente: Genito Geraldo Campuanha

Por:   •  5/10/2018  •  6.695 Palavras (27 Páginas)  •  336 Visualizações

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Num sentido tradicional, um povoamento inclui bens urbanos como caminhos, estradas, ruas, recintos, campos, lagos, poços, moinhos, igrejas, etc. Pode ainda ser ordenado por factores definindo uma hierarquia de povoamento, como as megacidades ou as cidades globais (PROUS & MALTA, 1991).

1.1. Breve Histórico dos Povoamentos

A história da população surge desde os primórdios em que os grupos humanos desenvolviam hábitos e técnicas que facilitavam sua sobrevivência em meio às hostilidades impostas pela natureza.

Portanto, no paleolítico, as baixas temperaturas da terra obrigavam o homem a viver sob a protecção das cavernas. Uma das mais importantes descobertas dessa época foi o fogo. Com esse poderoso instrumento, os homens pré-históricos alcançaram melhores condições de sobrevivência mediante as severas condições climáticas. Além disso, o domínio do fogo modificou os hábitos alimentares humanos, com a introdução da caça e vegetais cozidos.

Sem contar com técnicas de produção agrícola, o homem vivia deslocando-se por diversos territórios. Praticantes do nomadismo, os grupos paleolíticos utilizavam dos recursos naturais à sua volta. Depois de consumi-los, migravam para regiões que apresentavam maior disponibilidade de frutas, caça e pesca. Para fabricar suas armas e utensílios, os homens faziam uso de osso, madeira, marfim e pedra. Em razão dessas características da cultura material do período, também costumamos chamar o Paleolítico de Período da Pedra Lascada.

Por volta de 40 mil anos, os povos do paleolítico começaram a viver em grupos mais populosos. Ao mesmo tempo, começaram a criar novas moradias feitas a partir de gravetos e peles de animais. Uma das grandes fontes de compreensão desse período é encontrada nas paredes das cavernas, onde se situam as chamadas pinturas rupestres. Nelas temos informações sobre o homem pré-histórico referente à suas acções quotidianas.

No fim do Paleolítico, uma série de glaciações transformou as condições climáticas do mundo. As temperaturas tornaram-se mais amenas e, a partir de então, foi possível o processo de fixação dos grupos humanos. Com isso, uma série de mudanças marcou a passagem do período Paleolítico para o Neolítico. (CARDOSO, 2000:101).

Há cerca de 12 mil anos a terra entrou numa nova fase climática. O clima tornou-se mais quente e muitas regiões cobertas de gelo tornaram-se temperadas enquanto outras ficaram mais quentes e secas. As populações começam a procurar as zonas com rios onde as planícies se enchem de plantas gramíneas selvagens que colhem para se alimentar. É nestas zonas, principalmente numa em forma de meia-lua que se estende entre o Egipto e a Mesopotâmia e a que os historiadores chamam de crescente fértil, que surge a mais profunda revolução da vida do homem: a invenção da agricultura. (IBIDEM, 2000:102).

A originalidade das civilizações neolíticas não está, de facto, apenas no uso da pedra polida (sem abandono total da pedra lascada); reside mais no facto de o homem iniciar a agricultura e a domesticação e criação de animais (boi, carneiro, cabra, cavalo, porco) e aperfeiçoar algumas indústrias (punhão e objectos de argila) e inventar outras (tecelagem da lã e do linho). Desta feita, o homem passou a viver em aglomerados de cabanas, nos vales, nas colinas e nos lagos (habitações palafitas), o que representa notável progresso social, que lhe permitiu, já disciplinado, pelo menos colectivamente, fazer as grandes construções megalíticas. O fogo, que o homem paleolítico já sabia dominar e empregar, permite a utilização de minerais metálicos; primeiro usa o cobre (5000 a 4000 anos a.C.), depois o bronze (liga de cobre e estanho) e depois o ferro.

A evolução das civilizações corresponde a uma luta constante do homem pela conquista da natureza, que de um momento para o outro, por meio de cataclismos, pode destruir tudo o que o homem construiu penosa e demoradamente.

2. Processo Evolutivo dos Assentamentos dos Povoamentos

De acordo cm CORREIA (1995:54), “o processo evolutivo dos assentamentos humanos está relacionado com a história e vida do desenvolvimento do homem, desde os tempos mais recuados das sociedades e da pré-história, isto é, do período anterior ao aparecimento e existência da escrita, às idades medieval e moderna e portanto, à idade contemporânea”.

De referir que nesta longa marcha do processo evolutivo dos homens, a sua vida passou por muitas e diferentes etapas de desenvolvimento e sofreu outrossim, inúmeras transformações, no concernente ao seu modo vivendo (alimentação, vestuário, cultura, arte, ciência, habitação, etc..)

Em constante confrontação com as intempéries da natureza (climas adversos, ventos, tempestades, chuvas, cheias, secas, animais ferozes, etc..) e no intuito de fazer face aos desafios da vida e na luta pela sobrevivência; depreende-se que da vida nómada ou errante que ele experimentou, a partir da recolecção de frutos silvestres, da pesca, da caça, do recurso a peles de certos animais e de cascas de determinadas espécies da vegetação arbórea, para se alimentar e se vestir, respectivamente, bem como, do recurso, melhoramento e uso de determinados recursos da natureza, como é o caso das cavernas, grutas, paus entrelaçados, palha, caniço e mais tarde, casas de adobe e de pau a pique, ainda que frágeis e de pouca dura, foram entre outros, esses meios ou recursos, que serviram de alternativas viáveis, para resolver os problemas relacionados fundamentalmente com o seu “habitat” e por conseguinte, o seu abrigo familiar.

No entanto, à medida que o tempo foi passando, e, com a descoberta do fogo, da pedra lascada, da transição do homem do nomadismo à vida sedentária, pela descoberta da agricultura (domesticação de animais e de plantas), concomitantemente ao domínio da ciência, da técnica e tecnologia, o homem como único ser racional, se viu obrigado a melhorar os seus assentamentos, porquanto tinha que passar a permanecer num determinado espaço geográfico por mais tempo, (sedentarização).

A prática e desenvolvimento das actividades agro-pecuárias, o surgimento da Revolução Verde, da Revolução Industrial nos finais do século XVII, a selecção e melhoramento das sementes, mecanização agrícola, adubação dos campos e introdução da agricultura de plantação (sisal, chazeiro, coqueiro, algodão, cana sacarina, cajueiro, etc..), cultivo de cereais (trigo, cevada, arroz, milho, mapira, etc..), em conexão com a criação de animais domésticos, quer de pequena, quer de grande porte (avicultura,

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