A Rede Fluvial Brasileira: Características e Especificidades
Por: Juliana2017 • 16/4/2018 • 1.662 Palavras (7 Páginas) • 374 Visualizações
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Porém, como se formam os rios? Na maioria das vezes, sua formação começa com as chuvas em regiões montanhosas. Há também a possibilidade de quem um rio nasça após o degelo da neve do cume de montanhas.
Através dos espaços vazios no solo, a água penetra entre as rochas até encontrar um extrato de rocha impermeável. Surge, então, o lençol freático, espécie de reservatório de água subterrânea que pode estar a dezenas de metros de profundidade.
O lençol freático vai, então, fluindo para baixo, acompanhado pelo desenho do relevo. Porém, com o tempo, a erosão desgasta certos pontos da superfície de forma a permitir a acumulação de água subterrânea. Surge, então, a nascente do rio.
Em um caso à parte, podem ocorrer acidentes geológicos, como terremotos, que culminarão no afloramento do lençol na superfície, formando um manancial que se conhece por olho-d´água.
- Os rios do Brasil e as grandes bacias
Como evidenciado na citação que dá início a este artigo, o Brasil tem um dos maiores potenciais hídricos do mundo, regulados com um regime pluvial. As únicas exceções a esta afirmação são o Amazonas e o Paraguai, que são alimentados também por águas provenientes do degelo das montanhas andinas.
A posição geográfica do nosso país faz com que a grande maioria dos rios brasileiros apresentem regime tropical.
O rio Amazonas, sendo uma exceção aos demais por possuir uma alimentação pluviovional, apresenta um regime complexo, pois possui afluentes localizados nos dois hemisférios terrestres, o que ocasiona diferentes períodos de cheia em sua bacia. Já a região do Nordeste contém rios temporários (rios que têm suas águas correndo apenas em períodos de maior quantidade de chuva), como o Paraíba do Norte (PB), em consequência do clima semiárido da região. Alguns rios da região Sul, como o Iguaçu, afluente do Paraná, apresentam regime subtropical, com cheias no inverno e na primavera.
2.1- A Bacia Amazônica
É a maior bacia hidrográfica do mundo, abrangendo uma área de 7 milhões de quilômetros quadrados. Faz parte da região hidrográfica do Amazonas, que é uma das doze regiões hidrográficas do território brasileiro. Esta bacia compreende terras de vários países da América do Sul, sendo eles: Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Suriname, Bolívia e Brasil.
O rio Amazonas, seu principal constituinte, nasce na cordilheira dos Andes, no Peru, possui mais de 7 mil afluentes e 25 mil quilômetros de vias navegáveis, apresentando também enorme potencial para a navegação fluvial por correr por terrenos menos acidentados. Recebe diversos nomes até entrar no Brasil e virar o rio Solimões, que quando encontra com o rio Negro forma o Amazonas, que deságua no Atlântico.
O Brasil abriga 3,89 milhões de km² dessa bacia, o que corresponde a 45% da área total do país, passando pelos estados do Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Pará e Amapá.
Ela representa 1/5 da água que o oceano derrama sobre todos os rios do planeta.
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Imagem do rio Amazonas feita a partir do satélite NASA
2.2- Bacia do São Francisco
A bacia do São Francisco, como o próprio nome denuncia, tem como principal rio o São Francisco. Esse rio nasce em Minas Gerais, representa a divisa entre Pernambuco e Bahia, passa por Alagoas e Sergipe e deságua no Atlântico, sendo esta bacia, portanto, totalmente brasileira. O Velho Chico (como é conhecido o referido rio) percorre 2.830 km no território brasileiro.
Apesar de atravessar o sertão semiárido, essa bacia nunca seca, nem mesmo nos períodos de forte estiagem.
A região percorrida pela bacia do São Francisco abrange 521 municípios, que ficam nos estados de Minas Gerais, Distrito Federal, Goiás, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. A bacia possui grande importância para a população local; é utilizada para a navegação, irrigação e produção de energia.
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Imagem de satélite mostrando a barragem de Xingó e a área alagada nu curso do rio São Francisco.
2.3- Bacia do Tocantins- Araguaia
Tem extensão de aproximadamente 2.500 km², com configuração alongada no sentido longitudinal. Seus principais rios são o Tocantins e o Araguaia. Se estende pelos estados de Tocantins e Goiás (58%), Mato Grosso (24%), Pará (13%), Maranhão (4%) e o Distrito Federal (1%), sendo a maior bacia hidrográfica totalmente brasileira.
Essa bacia atravessa regiões pouco povoadas e se constitui importante meio de comunicação para as populações do norte goiano até a ilha de Marajó, onde deságua. Além disso, escoa grande parte da soja plantada em áreas compreendias ou adjacentes à sua bacia.
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Imagem de satélite do Rio Tocantins, na altura de Marabá- PA
2.4- Bacia da Platina (também conhecida como Bacia do rio da Prata)
Sua constituição inclui as bacias do Paraguai, Uruguai e Paraná. É a segunda maior bacia do mundo, com 1.397.905 km². Possui mais da metade das usinas hidrelétricas em operação no Brasil. É formada pelas sub-bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai.
Tem grande importância econômica por causa do Mercosul. A implantação da rodovia Tietê-Paraná fez com que o escoamento da produção, principalmente de grãos, atingisse muito facilmente o porto de Santos, que é o mais importante do Brasil.
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Imagem de satélite do rio Paraguai obtida pelo Google Earth
2.5- Bacia do Paraná
Possui uma área de 1,5 milhão de km². É a bacia que apresenta maior potencial hidrelétrico instalado do País (70%), e garante o abastecimento de energia elétrica para a Região Sudeste, a mais industrializada e povoada do país. Está situada na porção centro-leste da América do Sul.
Esta bacia abrange diversas hidrelétricas, entre elas a de Itaipu.
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Foz do Rio Tietê desaguando no lago de Jupiá,
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