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A Hipótese de convergência

Por:   •  18/10/2018  •  1.077 Palavras (5 Páginas)  •  270 Visualizações

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a alteração das formas de assentamento espacial das sociedades, mostrando que tais processos atingem grupos sociais distintos, de modos diferentes, em momentos diversos do longo transcurso histórico. Em primeiro lugar, porque os valores, princípios, normas e regras fundantes da cultura, que exprimem noções de moral e delineiam a forma institucional e legítima das famílias (ou seu modelo ideal normativo), são referidos a dimensões, tais como: o parentesco e linha de descendência, o casamento e exercício da sexualidade dentro e fora das uniões conjugais, a transmissão da herança, os papéis de gênero e divisão sexualdo trabalho e os direitos e deveres dos pais e dos filhos. Embora nas sociedades complexas esses valores, princípios, normas e regras se inscrevam na ordem jurídica e política e sejam, muitas vezes, explicitamente formulados em leis ou doutrinas jurídicas, religiosas e filosóficas, tais formulações são feitas por distintas instituições legítimas, que quase nunca coincidem em todos os aspectos.

Em segundo lugar, porque, tanto nas fases de maior adensamento

histórico de mudanças culturais, quanto nas fases de menor adensamento destas, as ideologias e doutrinas (com seus valores, princípios, normas e regras) não deixam de ser redefinidas, produzidas e difundidas,

pelas mais diversas instituições sociais e movimentos políticos, exprimindo os interesses comuns ou contraditórios dos distintos atores sociais (individuais e coletivos).

Blake (1966) ao analisar as variações do número ideal de filhos entre mulheres americanas brancas e em idade reprodutiva (segundo religião,

renda e cor), através de 13 surveys distintos,mas comparáveis, realizados entre 1936 e 1961 .observa que a grande maioria das respostas se concentrava na faixa de 2 a 4 filhos, em todos os anos. A classe modal oscilava, em todo o período, sem indicar uma sistemática redução da proporção daquelas que apontavam 4 filhos como ideal, mesmo depois do "baby boom". A autora comenta a grande disparidade entre Indicar 2 filhos, ou o dobro disso (4 filhos). Esses achados atestam que, embora existisse entre as mulheres americanas uma preferência geral por prole pequena, não havia uma quantificação uniforme do número ideal de filhos. Se uma parte significativa das mulheres americanas, entre 1936 e 1961, entendía que prole numerosa constituía-se de 3 e mais filhos sobreviventes, para outra parte, esta representação ideal se materializou em 5 e mais. De todo modo, como os percentuais das que afirmavam como Ideal "nenhum filho" ou "1 filho" eram insignificantes e, Inclusive, muito mais baixos que os daquelas que apontaram para "5 filhos" ou "6 e mais filhos", fica-se com a forte Impressão de que a maior parte das mulheres americanas, nesta fase, valorizavam a tarefa da procriação e de que um número expressivo delas tinha preferência por proles não tão pequenas.

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