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Sociologia das Organizações: Escola Burocrática

Por:   •  20/5/2018  •  2.229 Palavras (9 Páginas)  •  268 Visualizações

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Weber aponta três tipos de autoridades legítimas: Na autoridade tradicional, os subordinados aceitam as ordens dos superiores como justificadas, porque essa sempre foi à maneira pela qual as coisas foram feitas. Toda a mudança social impõe rompimento mais ou menos violento das tradições. O líder tradicional é o senhor que comanda em virtude de seu status de herdeiro ou sucessor. Suas ordens são pessoais e arbitrárias, seus limites são fixados pelos costumes e hábitos; Na autoridade carismática, os subordinados aceitam as ordens dos superiores como justificadas por causa da influencia da personalidade e da liderança do superior com o qual se identificam. O poder carismático é um poder sem base racional. Não pode ser delegado, nem recebido em herança como o tradicional. Aqui o pessoal administrativo é escolhido e selecionado segundo a confiança do líder deposita nos subordinados. A seleção não se baseia na qualificação pessoal nem na capacidade técnica, mas na devoção e confiança do subordinado, por isso a inconstância e instabilidade como característica principais na dominação carismática. Na autoridade legal, racional ou burocrática, os subordinados aceitam as ordens dos superiores como justificadas, porque concordam com certos preceitos ou normas que consideram legítimos e dos quais deriva o comando. Na dominação legal, o povo obedece às leis, porque acredita que elas são decretadas por um procedimento escolhido pelos governados e pelos governantes. O aparato administrativo na denominação é a burocracia. Tem seu fundamento nas leis e na ordem legal.

No conceito popular, burocracia é entendida como uma organização onde os papéis se multiplicam e se avolumam, impedindo soluções imediatas e eficientes. É também empregado àqueles funcionários que se apegam aos regulamentos, regras e rotinas, causando ineficiência à organização. Para Max Weber, o conceito de burocracia é exatamente o contrário. Para ele a burocracia é a organização eficiente por excelência. Para conseguir eficiência, a burocracia explica.

Segundo Weber, dentre todas as características da burocracia, destacam-se:

Caráter legal das normas e regulamentos: esta afirma que a burocracia é uma organização baseada numa lesgilação própria, que irá influenciar no funcionamento desta organização, se utilizando de normas e regulamentos estabelecidos previamente por escrito, as quais abrangem todas as áreas da organização regulando tudo o que ocorre dentro dela; Caráter racional e divisão do trabalho: a divisão do trabalho atende a uma racionalidade na tentativa de se adequar aos objetivos a serem atingidos, como a eficiência da organização. Por apresentar uma sistemática divisão do trabalho, são estabelecidas atribuições a cada participante como cargos específicos com funções específicas e uma esfera de competência e responsabilidade; Impessoalidade nas relações: a distribuição das atividades é feita impessoalmente, ou seja, sem considerar as pessoas como pessoas, mas como ocupantes de cargos e de funções; Hierarquia da autoridade: é necessária para definir as chefias nos vários escalões de autoridade, ou seja, cada cargo inferior deve estar sob controle e supervisão de um cargo superior, seguindo assim o princípio da hierarquia; Rotinas e procedimentos padronizados: esta executa as atividades de cada funcionário regulando a sua conduta de acordo com regras e normas técnicas estabelecidas, as quais influenciam na disciplina e desempenho do ocupante do cargo, almejando cumprires exigências do cargo e da organização. Essas atividades são desempenhadas segundo padrões definida os relacionados com os objetivos da organização, visando facilitar a avaliação do desempenho de cada participante; Competência técnica e meritocracia: a seleção, admissão, transferência e promoção dos funcionários são baseadas em critérios de avaliação e classificação válidos para toda a organização, por isso são tidos como universais onde são considerados a competência, o mérito e a capacidade do funcionário em relação ao cargo; completa previsibilidade do funcionamento: de acordo com o modelo burocrático de Weber pressupõe que o comportamento de membros de uma organização torna-se previsível, visto que os funcionários devem comportar-se de acordo com as normas e regulamentos da organização tendo em vista que a obtenha a máxima eficiência possível (CHIAVENATO, 2003);

A partir destas características foram identificadas as várias vantagens que o sistema burocrático oferecia, as quais colaboraram para esclarecer a causa do avanço da burocracia em detrimento das outras formas de associação. Em meio a essas vantagens podemos destacar as seguintes:

Racionalidade, visando alcançar os objetivos da organização; Precisão na definição do cargo e na operação, pelo conhecimento exato dos deveres; Rapidez nas decisões, devido à previsibilidade do funcionamento da organização; Uniformidade de rotinas e procedimentos, na tentativa de evitar erros que possam prejudicar em algo a organização e a tentar reduzir custos; Continuidade da organização, ou seja, não deixar que interfira no funcionamento da organização o afastamento de algum funcionário, substituindo-o rapidamente; Redução de atrito entre as pessoas por meio da hierarquia, pois, cada funcionário tem pleno conhecimento de suas obrigações e responsabilidades; Benefícios para as pessoas da organização devido também à hierarquia, a ordenada divisão do trabalho com foco na especialização desta em função de seus méritos e competências (CHIAVENATO, 2003);

Por outro lado, foram identificadas as chamadas disfunções da burocracia, caracterizada assim pelo sociólogo estadunidense Robert k. Merton, que conseguiu detectar as conseqüências imprevistas do modelo burocrático idealizado por Weber, as quais auxiliaram para o sentido pejorativo que o termo burocracia adquiriu junto aos leigos no assunto.

Para Merton, Weber foi otimista com relação ao seu modelo, pois este observou apenas os aspectos positivos da burocracia, por meio da previsibilidade de seu funcionamento visando obter o máximo de eficiência da organização, deixando de lado consequências que poderiam interferir na busca desse objetivo. A partir daí Merton define as disfunções como uma consequência não prevista pelo modelo weberiano, um desvio ou exagero, e descreve cada uma:

Internalização das regras e exagerado apego aos regulamentos: as normas e regulamentos se transformam de meios, em objetivos. Passam a ser absolutos e prioritários. O funcionário adquire "viseiras" e esquece que a flexibilidade é uma das principais características de qualquer

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