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O Existencialismo e indústria cultural

Por:   •  1/6/2018  •  1.319 Palavras (6 Páginas)  •  320 Visualizações

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e até onde se mora foi produzido em série. Todos estão inseridos nessa indústria cultural, e a mesma se utiliza de mecanismos para que os indivíduos dessa sociedade consumam segundo sua camada social dentro de seus critérios.

As obras de arte também se tornaram um produto dessa indústria. Perderam sua aura se tornando superficial aos olhos do espectador e não causando o efeito devido já que o mesmo não consegue mais enxergar além dos riscos da tela, perdendo assim seu poder de criticidade se tornando mais um meio de massificação. Mas há quem defenda que essa indústria trouxe uma democratização da arte, pois houve uma ampliação do acesso com o uso da internet, por exemplo. Mas o que devemos entender é que não se pode falar em democratização quando essa arte está sendo usada como meio de massificação, contribuindo então para a manutenção do poder de uma classe sobre outra e a transformando em mais um produto comum e cotidiano que deve ser vendido. Isso retira todo o poder de transformação que a obra de arte pode exercer sobre o indivíduo, além de deixar a humanidade sem um ponto de fuga da angustia e desamparo que a existência exerce sobre ela.

Nessa sociedade liberal a liberdade comercial permite a formação de trustes e cartéis que definem os preços dos produtos culturais. Esses trustes e cartéis também regulam a flexibilidade dos produtos, lançando sempre novas atualizações e novas técnicas para criar a necessidade de troca, por parte do consumidor fazendo que a cada tempo, determinado por eles, o produto adquirido no momento já não seja tão atraente aos olhos do sujeito que o comprou e da sociedade em geral. Essa troca constante de produtos gera no indivíduo uma falta de identidade, já que o mesmo procura sempre acompanhar a “moda” definida por essa indústria.

Os artistas também não escapam dessa padronização de produção, pois para que sua arte seja aceita, e o mesmo sobreviva, ele deve produzir segundo os padrões da indústria cultural. Cria-se uma ideia de produção contínua nos sujeitos, fazendo com que ele esteja sempre trabalhando ou consumindo não dando-lhe assim tempo de refletir sobre sua realidade, causando no sujeito uma sensação de inutilidade e angustia quando o mesmo para de produzir por alguns segundos sendo que estes sentimentos geralmente são supridos pelo consumo.

A arte leve foi legitimada por essa indústria como sendo a arte que vale a pena, a arte para o divertimento e que não leva em conta a identidade do sujeito servindo apenas para o entretenimento das massas. Já arte séria se mostra ao contrário desta, pois considera a identidade do sujeito fazendo uma análise crítica da realidade e o trazendo a um certo nível de criticidade da realidade social do mesmo.

Podemos concluir que essa indústria cultural tem o objetivo de criar necessidades para a padronização dos comportamentos, fazendo com que os indivíduos se sintam impotentes diante da onipotência das relações de poder criadas e sustentadas por essa indústria. Sendo assim o indivíduo deve se engajar de forma a ver a realidade de forma crítica não se sujeitando então a ideologia de consumo passada pela indústria cultural e legitimada pelas relações de poder e a sociedade que a reproduz.

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