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Fichamento do Livro de Scolnicov Platão e o Problema Educacional

Por:   •  24/4/2018  •  1.285 Palavras (6 Páginas)  •  363 Visualizações

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homem que se diz íntegro e condena a traição, mas que, dias após dialogar sobre o assunto, comete o adultério - sendo assim, este homem deve ficar envergonhado com a contradição existente em suas palavras e atos.

"O cume cognitivo é também, ipsissimo facto, a suma emoção" (p. 29). Isso para que falemos da ascensão dialética existente no Banquete: ao invés de ser uma subida de degraus "para fora" como é possível acreditar, na verdade ela é para dentro, no interior da pessoa. É o cume da objetividade racional, isto porque "a razão, para Platão, (...) tem suas raízes nas emoções mais básicas, ou melhor: as emoções ditas por nós básicas são consideradas por Platão degenerações da razão, impulsos obscuros, não plenamente conscientes de sua própria natureza e de seus objetos próprios" (p. 29). Esta citação reforça o papel da ascensão no conhecimento do próprio homem, pois guiado pelo Eros, o homem é capaz de reconhecer o belo em si.

Temos o relato do discurso de Aristófanes, usando o mito do andrógeno e de alma gêmea, em que o homem sempre vai estar à procura da sua metade para poder se unir novamente a ela. Para Platão, essa busca contínua do homem pela sua outra metade é consequência da nossa deficiência, através do impulso erótico e a ânsia pelo que nos falta.

Ainda nesse ponto, Aristófanes, como mostrado no Banquete, apresenta a ideia de que o homem é incompleto - daí procura sua metade, para tornar-se completo. Entretanto, no discurso de Sócrates, Diotima diz que não somos incompletos, mas sim imperfeitos.

"Não somos plenamente racionais, mas a racionalidade é nossa própria natureza" (p. 30). Isso entra também na questão da ascensão dialética ser "para dentro", no interior do homem. Afinal, há uma consciência da nossa deficiência, e por isso é necessário a busca no interior de cada um para que o psicológico torne-se lógico.

A opinião atua como pontapé inicial para o processo educativo, sendo assim, não pode ser descartada porque ela tem sua importância. Mas para que ela seja correta, é necessária uma correspondência ao estado de coisas. Mesmo assim, o conhecimento tem estrutura diferente quanto a da opinião, pois pode ser dobrada em razões e em razões de razões. (p. 31)

"Durante a ascensão dialética, toda verdade é relacional, até que cheguemos ao princípio não-hipotético" (p. 33) Durante todo o processo em busca do Belo em si apresentado no Banquete, é como se o homem partisse de uma proposição e, posteriormente, alcançasse um ponto em que não pode questionar mais, apenas contemplar a verdade em si. Por isso que é dito "toda verdade é relacional", pois a pessoa tem conhecimento da multiplicidade de belos corpos, para que possa ter ciência de um belo corpo e seguir adiante com a ascensão. Como dito em seguida por Scolnicov: levanta-se uma hipótese, e esta é justificada por outra hipótese até que se chegue ao não-hipotético por ser "algo suficiente". Entretanto, o "algo suficiente" é obviamente ambíguo: alguns concordarão com ele, outros não.

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