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Fichamento de Filosofia - Pedagogia da Incerteza

Por:   •  13/12/2018  •  1.410 Palavras (6 Páginas)  •  495 Visualizações

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Pessoalmente, não estou convencido de que, no plano de nossa atual pedagogia científica, estejamos realmente empenhados em formar a inteligência de nossos alunos, estejamos utilizando nossa ação pedagógica com o objetivo de promover, 1.inventar ou reinventar nossa cultura, de encarnar a teoria, quer dizer, o poder do conhecimento e da reflexão crítica. Pelo contrário, escandaliza-me o fato de estarmos reduzindo a educação a um mero ensinar o já sabido, a um simples transmitir o já estabelecido ou um puro veicular de informações que não formam e a reproduzir o já produzido. Com isso, ensinamos a conhecer alguma coisa, mas nos impedimos de pensar. Ora, o pensamento é um trabalho. Não se limita a uma mera apropriação de dados empíricos ou conceituais. Sua tarefa fundamental consiste em transformar o não-sabido num saber produzido, em transformar o "saber" do senso comum, da experiência imediata, num saber mediatizado pela reflexão. Por outro lado, não creio que ninguém possa educar-se com idéias ensinadas. Se temos que ensinar algo a nossos alunos, que Ihes ensinemos a pensar, que Ihes ensinemos a aprender, a se construírem e a se reconstruírem, a fazerem perguntas e a questionarem o já

sabido, Porque constitui tarefa do educador provocar nos alunos desequilíbrios ou necessidades psicológicas, desejo de pesquisa, espírito de busca, sede de descoberta. Porque a ação educativa sempre supõe a reforma de uma ilusão, um processo contínuo

de retificação das ilusões perdidas. A verdade só pode ser alcançada após um verdadeiro arrependimento intelectual. Outra tarefa do educador consiste em duvidar de si mesmo em saber criar dificuldades reais, em eliminar os falsos obstáculos e as dificuldades imaginárias. Não lhe cabe tanto levar os alunos a adquirirem uma cultura científica, quanto colaborar e criar as condições para que eles mudem de cultura. Precisamos dar à nossa razão razões para evoluir.

A pedagogia da certeza, ao contrário, funda-se no mito, do saber objetivo que, por sua vez, acredita que o cientista é quem melhor encarna os valores das formas modernas da ideologia dominante: a especialização e a competência. Portador de uma verdade "objetiva", "demonstrada rigorosamente", "politicamente neutra", o cientista cauciona as tentativas da classe dominante para mascarar a opressão e a exploração por, trás das pretensas necessidades técnicas e racionais. Assim, ocultam-se facilmente os mecanismos de opressão dos homens por outros homens, por trás da aparência de uma opressão pelas coisas.

E Japiassu defende ao contrário a “pedagogia da incerteza” que, embora gere um certo medo do desconhecido, promove o desapego de posições e conceitos. O conhecimento nasce da dúvida e alimenta-se da incerteza. Para ele os homens devem aprender a viver no repouso do movimento e na segurança da incerteza. Somente a atitude interdisciplinar permite dar passos no processo de libertação do mito do porto seguro. Para que isso ocorra há a necessidade de romper com a vida intelectual parasitária, assumir o compromisso de reconhecimento da nossa ignorância, bem como, com os quadros mesquinhos e estreitos de nossas especializações. Como afirma Ivani Fazenda interdisciplinaridade não é algo para se ensinar ou se aprender, mas essencialmente para se viver.

Rio Bonito, 23 de novembro de 2017.

Aluna: Franciane Carvalho de Mello

Fichamento

Texto: Pedagogia da Incerteza Japiassu

Curso de Pedagogia - UFF

Disciplina: Filosofia da Educação II

Professor: Percival

Aluna: Franciane Carvalho de Mello

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