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A Questao da Existencia Humana

Por:   •  21/11/2017  •  1.974 Palavras (8 Páginas)  •  326 Visualizações

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Entrementes, fazendo uma acurada hermenêutica ao pensamento da Farouki é conspícuo a pretensão dela de afirmar que, as respostas a questão do sentido que o homem pode atribuir ao seu próprio ser são, a menos indubitavelmente, metafísicas, sociais, económicas e politicas. Quer dizer, o homem pode justificar a sua existência porque é detentor destes ou daqueles bens (sentido do ser explicado na base económica) ou existo porque sou isto ou aquilo (social).

- Sentido da existência humana numa perspectiva religiosa

No entender da Farouki, os sistemas religiosos são quem, peculiarmente, adjudicam de maneira eficaz um bom sentido a existência humana. Segundo ela, isto justifica-se pelo facto de:

Ao colocarem o valor da humanidade a um nível transcendente (já que depende de Deus), as religiões dão a esse valor uma garantia absoluta, que não pode ser posta em questão (Ibidem:40).

Para os religiosos, o sentido da(s) vida(s) humana(s) e o próprio destino da humanidade é explicado tendo como nó de estrangulamento, o próprio Deus. Para estes, mormente, Deus não passa de um “comandante máximo” da nossa vida; Ele é quem traça as nossas vidas e calcula os limítrofes da nossa existência. Sendo Deus, um ser supremo, invisível, quando os religiosos lhe atribuem o valor da nossa humanidade fecham espaço para perguntas (dogmatismo).

A ideia chave dos religiosos é que Deus é quem dá sentido a existência humana. Quer dizer, eles ideias em geral pensam que Deus estabeleceu efectivamente qual é finalidade para a existência humana e a comunicou aos homens por intermédio da Bíblia e de outras formas de revelação.

- O Sentido da existência humana numa perspectiva metafísica.

Para a filósofa, a metafísica pretende ser uma cuidadosa investigação puramente humana para aceder o nosso sentido de existência. Neste ingente trabalho da busca do sentido, a metafísica é impelida a acentuar o valor interno do ser humano, isto é, ela antes de nada deve tomar em conta a ideia de que o Homem não é apenas o que é externamente, mas realmente aquilo que é internamente. A metafísica sobrevive só e somente se, reconhece o valor intrínseco do ser humano. Entretanto, ao Homem, o único valor que podemos atribuir sem reservas e condicionamentos é o seu valor intrínseco, o seu valor enquanto ser (Ibidem:40).

Segundo esta arquitectónica de pensamento da filósofa, o valor intrínseco constitui o âmago, o nervo, a víscera do Homem. Kant citado pela autora, assevera que o ser humano simplesmente pode definir o seu próprio valor e sentido da sua própria existência recorrendo a um princípio interior e nunca a um princípio exterior (uma divindade). Quer dizer, o sentido universal para o destino humano é possível encontrá-lo na humanidade tomada em si, isto é, como origem e fim. Kant continua dizendo que ser humano só pode agir como ser livre, moral e responsável se tomado como um todo, um fim-em-si. O ser humano não pode ser encarado como resquício ou tomado como partes que compõe um todo, pois ele já em si é um todo.

O centro desta ideia kantiana está contida no seu imperativo categórico (ou absoluto), fundamentada na seguinte máxima “age de tal forma que sua acção possa ser considerada como norma universal” (Op. cit, MARCONDES:213)

É então possível, na concepção da autora, afirmando a humanidade como um valor absoluto a prior, auferindo-lhe o valor de postulado que podemos operar a secessão radical entre valor absoluto do homem e os outros relativos inerentes a este.

Só para terminar, é inócuo afirmar que a humanidade é que faz o ser humano, isto é, ele vale por causa deste elemento tão pertinente. Ele vale pelo valor absoluto que atribui ao ser e ao Ser de todos os indivíduos, membros da sua espécie. Segundo Mucale os negros ao longo da história são menosprezados por outras raças tendo como suporte a sua dimensão sociopolítico e económico, antropológico, estético e ontológica. É dai que:

“[…], falar de uma pessoa negra é muito mais do que fazer alusão a um individuo cuja a cor da pele é negra. Significa referir-se a um individuo antropologicamente inferior, socialmente dominado, economicamente pobre, esteticamente feio, ontologicamente diferente do branco etc. Esta definição preconceituosa é antítese da do branco: antropologicamente superior, socialmente dominante, economicamente rico, esteticamente belo etc” (MUCALE, 2013:63).

Independentemente daquilo que nos somos, negro ou branco, sábio ou ignorante, responsável ou inconsciente, o ser humano vale pela sua humanidade, isto é, apenas pelo sentido absoluto que quererá atribuir ao seu próprio ser e alem disso, ao ser de todos indivíduos membro da sua espécie (Op. Cit, Fauroki:41).

CONCLUSÃO

Após uma abordagem clara e distinta do tema ‘O grande porque’, uma questão voltada para o sentido da existência, da vida e da liberdade, podemos inferir que é difícil encontra consenso no seio dos filósofos desde a antiguidade ate aos nossos dias no que concerne a questão do sentido. Alias, não existe uma resposta que pode ser considerada perfeita e acabada quando se procura o sentido da existência humana.

A dificuldade de compreender o sentido da existência, essência e liberdade prevalece. O homem, amiúde, tem se questionado: Porquê existe o ser em vez do nada? Porquê os Homens alem de bactérias e microrganismo? Porquê eu em vez de outro qualquer? Platão, é da ideia de que a nossa existência adquire um sentido quando nos apropriamos e reconhecemos a noção do bem. Diferentemente do que pensava Jean Paul Sartre — o sentido da existência humana é encontrado, na própria acção individual do homem. O homem edifica a sua essência durante a sua existência. Entretanto a concepção Sartreliana é ateísta na medida em que relega ao homem a responsabilidade pela sua condição, sua liberdade e não a uma Divindade.

Para a conclusão da conclusão nos importa relembrar Farouki quando diz que as respostas a questão do sentido que o homem pode atribuir ao seu próprio ser são: metafísicas, sociais, económicas e políticas. Ora, o sentido da existência humana numa perspectiva religiosa é explicado tendo como referencia “Deus” e o sentido da existência numa perspectiva metafísica é intrínseco e não extrínseco (o que concorda com Kant), isto é, o ser humano pode definir o

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