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OS CRIMES HEDIONDOS DE UBERLÂNDIA NA VISÃO DO JORNAL CORREIO

Por:   •  26/12/2018  •  3.229 Palavras (13 Páginas)  •  477 Visualizações

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2. JUSTIFICATIVA

Apesar da grande quantidade de informação disponível na internet, muitos uberlandenses ainda são reféns do único jornal impresso da cidade, o Correio de Uberlândia, que traz muita credibilidade no nome devido aos quase 80 anos em que está em circulação. Sendo assim, é necessário analisar o discurso do veículo para descobrir se o público que o acompanha está recebendo uma informação comprometida com a imparcialidade e sem viés ideológico.

O tema escolhido foram crimes hediondos que aconteceram na cidade, porque são casos de grande comoção pública. É importante analisar se o Correio de Uberlândia tratou com neutralidade os temas, pois uma manipulação feita em casos como esse podem trazer consequências impactantes.

Os textos criminais devem ser cobertos de forma cuidadosa e ter compromisso com o cidadão. Para isso, o maior número de testemunhas, depoimentos e fontes devem ser coletados, e, dados só podem ser divulgados mediante comprovação de veracidade. É necessário também o cuidado com o sensacionalismo, que muitas vezes pode distorcer fatos e prejudicar as pessoas envolvidas.

O grupo optou pela interpretação da Análise do Discurso segundo Pêcheux (1990), além da pesquisa em outros livros, artigos, dissertações e teses. Esse grande número de fontes contribuirá para uma análise mais completa para que confirmemos ou não a imparcialidade do jornal Correio de Uberlândia ao noticiar esse tema.

3. OBJETIVOS

Objetivo geral

A pesquisa tem como objetivo geral analisar a abordagem da versão impressa do Jornal Correio a crimes hediondos, e consequentemente de grande repercussão e comoção social, ocorridos na cidade de Uberlândia no período de 2009 a 2015, a partir da ferramenta análise do discurso.

O estudo pretende examinar a construção discursiva da publicação ao reportar crimes cruéis, tendo em vista que o Correio desempenha importante papel de mediação entre seus leitores e a realidade.

Objetivos específicos

- Analisar as matérias publicadas pelo Jornal Correio a respeito de 3 crimes hediondos ocorridos entre 2009 e 2016, buscando identificar características da análise do discurso;

- Identificar critérios de noticiabilidade do Jornal Correio na cobertura dos crimes hediondos abordados pela pesquisa;

- Verificar o espaço dedicado pelo jornal aos crimes hediondos, analisando tamanho e localização a matéria;

- Verificar o período de cobertura do Jornal Correio a cada um dos crimes em análise;

- Articular informações em comum entre as matérias.

4. METODOLOGIA

Serão analisados somente os crimes hediondos de maior destaque relatados pelo Jornal Correio de Uberlândia entre os anos de 2009 e 2015. O critério de escolha da bibliografia será por dissertações ou teses sobre gêneros jornalísticos no meio Impresso.

A escolha se dará, preferencialmente, para textos que lidam com crimes, para desta maneira ser feita a síntese de interpretação do discurso. Então, a compreensão será a partir da nossa linha de pesquisa, fontes e referências.

O estudo das matérias de crimes hediondos será feito com base na interpretação da Análise do Discurso segundo Pêcheux (1990), usado pelo repórter na construção do texto, usando como base as referências de texto jornalístico elaborado. Buscando encontrar caminhos para sanarmos a dúvida sobre a questão da imparcialidade do Jornal Correio de Uberlândia em relação ao nosso objeto de estudo.

5. DESENVOLVIMENTO

5.1 HISTÓRICO DO JORNAL CORREIO

O jornal Correio de Uberlândia foi fundado em sete de fevereiro de 1938, pelo produtor rural Osório José Junqueira. Segundo Araújo, desde a fundação, o Correio já tinha a intenção de ser um noticiário diário. No entanto, inicialmente, o jornal não tinha uma periodicidade regular devido às dificuldades imanentes à implantação de um negócio. Na década de 70, circulava de terça a sábado, primeiramente com 8 páginas e em seguida com 12.

Araújo aponta que, ao final da década de 1930, o jornal Correio contribuiu de maneira significativa para “a consolidação do imaginário político e social de Uberlândia enquanto cidade desenvolvimentista”. E de acordo com Ferreira, o veículo de comunicação manteve forte vínculo político com o poder local até a década de 1960. Em 1940 o jornal foi vendido para um grupo de cotistas ligados à União Democrática Nacional (UDN). Araújo afirma que o novo grupo de proprietários do jornal Correio, ressaltou a associação dele com as “classes dominantes e conservadoras da região.”

Em 1986 o controle acionário do jornal Correio foi adquirido pelo grupo Algar, que o mantém até os dias atuais. A partir daí, o noticiário sofreu diversas alterações gráficas e editoriais. O nome do jornal também passou por mudanças. Até 1986 o jornal era denominado de Correio de Uberlândia. Em 1991, o Correio de Uberlândia passou a se chamar Correio do Triângulo. No entanto, na cidade circulava outro jornal chamado Triângulo. Assim, o Correio carregava em sua nomenclatura o nome de seu principal concorrente. Mas o problema foi resolvido quatro anos depois. Em 1995 a nomenclatura torna-se apenas Correio mantendo-se assim até os dias atuais.

Ao longo de sua história, o periódico teve vários donos e sofreu inúmeras transformações gráficas e editoriais, que o levaram à posição de principal órgão de imprensa em meio impresso e internet em Uberlândia e no Triângulo Mineiro. Sendo, hoje, o único jornal diário local, com ampla cobertura dos acontecimentos da cidade de Uberlândia e região. Com 78 anos de existência, o Correio ajuda a contar a história de Uberlândia e região para 50 mil leitores, segundo dados do próprio jornal.

5.2 O RELATO DOS CRIMES.

A versão impressa do Jornal Correio é dividida em 5 seções, são elas: Opinião, Cidade & Região, Brasil & Mundo, Esporte e Revista. Esta fragmentação foi implantada no noticiário a partir de 2 de agosto de 2009. Antes disso, o Correio era formado pelos cadernos A, com a seções Política, Economia e Esportes; Caderno B, dedicado exclusivamente à editoria Cidade, e o Caderno C, destinado à revista.

Como pode-se perceber,

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