Resenha Livro o Urbanismo em Questão
Por: Sara • 22/3/2018 • 1.647 Palavras (7 Páginas) • 692 Visualizações
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O urbanismo é obra de especialistas geralmente arquitetos ao contrário do pré-urbanismo, o urbanismo é despolitizado e destina à seus técnicos funções práticas ao invés de utópicas como ocorria anteriormente. No entanto não escapa completamente suas funções do campo imaginário, os primeiros urbanistas tem pouco poder de transformação sobre o espaço real: ora por condições econômicas desfavoráveis, ora por conflitos de interesse com estruturas politicas e de poder.
A nova versão do modelo progressista encontra a primeira expressão na obra La cité industrielle do arquiteto Tony Garnier, que teve influencia considerável sobre a primeira geração de arquitetos racionalistas. O modelo encontra a partir de 1928 um órgão de difusão internacional, o C.I.A.M (congressos internacionais de arquitetura moderna), em 1933 esse grupo propõe uma formação doutrinária para as cidades modernas denominado de Carta de Atenas.
A idéia chave do urbanismo progressista é a modernidade. Assim como no pré-urbanismo progressista o urbanismo progressista vê a revolução industrial como ruptura histórica radical, mas o interesse dos urbanistas agora recai sobre as estruturas técnicas e estéticas. As cidades devem realizar a revolução industrial com emprego de novos materiais; mas é preciso obter nas cidades também a eficácia moderna, surge então novas relações com o objeto e uma busca por formas universais. Nesse contexto de busca por formas universais surge o homem-tipo, essa imagem de homem padrão inspira a Carta de Atenas, que analisa as necessidades humanas universais e as divide em quatro funções sendo elas: habitar trabalhar, locomover-se e cultivar o corpo e espírito. Para preencher as funções e ser eficaz os urbanistas progressistas universalizam o plano de cidade.
Para o urbanismo progressista a cidade é um instrumento de trabalho e cada função deve ocupar uma área especializada, para tanto são separadas cuidadosamente as zonas de trabalho das zonas de habitação e estas dos centros cívicos e de lazer. A circulação é concebida como uma função separada. A rua é então abolida em nome da higiene e da ordem pois segundo esses urbanistas ela simboliza a desordem circulatória. Das edificações são eliminados detalhes desnecessários em proveito de formas simples e geométricas.
A cada destinação corresponde um tipo de edifício, a limitação de variedade a alguns tipos de edifícios padrões aumenta a lucratividade e abaixa o custo. É preconizada a criação vários protótipos: unidades de habitação, unidades de trabalho, unidades de cultura do corpo e do espírito, unidades agrárias, unidades de circulação horizontais e verticais. A cidade é disposta de forma radiosa, esta disposição é construída para abrigar o maior número possível de pessoas, oferecendo os mesmos serviços coletivos e os mesmos órgãos, a evolução técnica permitiu a substituição da horizontalidade pela verticalidade.
Na cidade progressista não há um clima verdadeiramente urbano, o que forma-se deste modelo são pequenos aglomerados limitados e independentes entre si, em favor da eficácia procurada ocorre a segregação de funções e a rígida determinação do quadro de vida. No caso dos apartamentos tipo propostos por Corbusier é forçoso para seus ocupantes se moldar ao esquema de circulação e ao modo de vida proposto nessa unidade pelo arquiteto que acredita ser as melhores formas encontradas para ele.
Os principais princípios do modelo culturalista continuam similares a corrente pré-urbanista culturalista, o conceito de aglomeração urbana e sociedade prevalece sobre o individuo, o conceito cultural de cidade preconizado sobre o material. A cidade do modelo culturalista possui limites bem precisos e com número ideal de habitantes, caso esse número aumentasse seria criado um novo centro a determinada distancia do antigo que deverá ser cercado também por um cinturão verde. A rua é um espaço fundamental, as formas diretoras são os dos locais de passagem e encontro, esse espaço deverá segundo Sitte ser imprevisível e disperso, seguindo as sinuosidades do terreno, a incidência de sol e dobrar-se aos ventos predominantes de modo a oferecer o maior conforto ao usuário.
O modelo cultarilista é criticado principalmente por ter caráter muito utópico e nostálgico e demostra inadaptação e fuga do presente. No caso das Garden-cities o controle excessivo da expansão urbana e limitação do número de habitantes faz com modelo não seja compatível com o desenvolvimento econômico moderno.
A corrente antiurbana américana deu origem no século XX em um novo modelo: o naturalista. Foi Esse modelo foi elaborado pelo arquiteto Frank Loyd Wright com o nome de Boadacrecity. Frank Loyd Wright propõe uma solução a qual dá o nome de City, onde a natureza volta a ser um meio contínuo e todas as funções urbanas estão dispersas e isoladas em forma de unidades reduzidas. O alojamento é individual e não há apartamento; os locais de trabalho estão situados ora perto dos alojamentos ora em pequenos centros especializados. O sistema de circulação é acêntrico, composto por elementos dispostos na rede circulatória. O Espaço do modelo naturalista é complexo, apresenta algumas características do modelo culturalista e do progressista, mostra-se vezes aberto vezes fechado, ora particular ora público. Nele a arquitetura está subordinada à natureza, a diversidade topográfica é mantida. Boadacre torna-se assim única proposta urbanística que se recusa a limitação.
Os três modelos estudados (culturalista,
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