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Resenha:O povo Brasileiro de Darcy Ribeiro

Por:   •  28/11/2018  •  5.336 Palavras (22 Páginas)  •  477 Visualizações

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O Autor

Darcy Ribeiro nasceu em Montes Claros, Minas Gerais, em 26 de outubro de 1922. Começa a cursar a Faculdade de Medicina de Belo Horizonte em 1939, mesmo ano que inciou sua militância pelo Partido Comunista do Brasil (PCB), porem acaba se afastando nos anos seguintes.

Recebe uma bolsa de estudos para estudar na Escola de Sociologia e Política de São Paulo em 1946, e assim deixa o curso de medicina e segue a São Paulo, Darcy construiu uma brilhante carreira intelectual de projeção internacional, notadamente nos campos da antropologia, etnologia e educação.

Além de ter sido um estudioso do modo de vida dos povos indígenas, Darcy os defendeu arduamente. Em 1950 ele publica sua primeira obra “ Religião e Mitologia Kadivéu”

Em 1954, organizou no Rio de Janeiro o Museu do Índio, o qual dirigiu até 1957. Também em 1954, elaborou o plano de criação do Parque Indígena do Xingu, situado ao norte do estado de Mato Grosso.

Exerceu papel central na fundação da Universidade de Brasília, em 1962, da qual foi o primeiro reitor.

Darcy Ribeiro destacou-se como escritor, educador e político, além de ter sido figura presente nos momentos centrais da história brasileira da segunda metade do século XX. Foi ministro-chefe da Casa Civil do governo João Goulart (durante o qual foi também ministro da Educação) e foi eleito vice-governador do Rio de Janeiro em 1982. Viveu em vários países da América Latina, pelos quais conduziu programas de reforma universitária. Exerceu o cargo de professor de antropologia da Universidade Oriental do Uruguai e foi assessor do presidente Salvador Allende, no Chile, e de Velasco Alvarado, no Peru.

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Em 1976, retornou ao Brasil, e foi anistiado em 1980. Voltou a dedicar-se à educação e à política. Participando do PDT com Leonel Brizola, foi eleito vice-governador do Estado do Rio de Janeiro (1982). Foi secretário de Estado da Cultura e coordenador do Programa Especial de Educação, com o encargo de implantar 500 CIEPs no Estado do Rio de Janeiro. Criou também a Biblioteca Pública Estadual, a Casa França-Brasil, a Casa Laura Alvim e o Sambódromo, em que colocou 200 salas de aula para fazê-lo funcionar também como uma enorme escola primária.

Foi senador da República entre 1991 e 1997 e membro da Academia Brasileira de Letras.

Entre 1992 e 1994, ocupou-se de completar a rede dos CIEPs; de criar um novo padrão de ensino médio, através dos Ginásios Públicos; e de implantar e consolidar a nova Universidade Estadual do Norte Fluminense, com a ambição de ser uma Universidade do Terceiro Milênio.

Em 1995, lançou seu mais recente livro, "O povo brasileiro", que encerra a coleção de seus Estudos de Antropologia da Civilização, além de uma compilação de seus discursos e ensaios intitulada O Brasil como problema.

Em 1996, entregou à Editora Companhia das Letras seus Diários índios, em que reproduziu anotações que fez durante dois anos de convívio e de estudo dos índios Urubu-Kaapor, da Amazônia. Ainda nesse ano, recebeu o Prêmio Interamericano de Educação Andrés Bello, concedido pela OEA.

Faleceu em Brasília em 17 de fevereiro de 1997, vitima de câncer.

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Resenha

Para descrever nos mínimos detalhes a formação e os costumes do povo brasileiro, com frequência de detalhes, a ponto de se tornar repetitivo, a obra é dividida em quatro grandes partes seguidas de uma quinta onde é avaliada o futuro da nação brasileira. Logo na introdução, Darcy Ribeiro desfaz o mito da integração racial pacífica. Segundo ele a unidade nacional resultou de “...um processo continuado e violento de unificação política, logrado mediante um esforço deliberado de supressão de toda identidade étnica discrepante e de repressão e opressão de toda tendência virtualmente separatista.” Portanto, esqueça todas as belas e possivelmente inverídica palavras que você já leu sobre este país. O Brasil não foi palco nem de uma farsa, nem de uma comédia, mas de uma tragédia.

A primeira parte é titulada como “O Mundo Novo”, onde é abordado a influência dos diferentes povos formadores da nova nação, a partir de matrizes distintas se deu na formação de um único povo em decorrência da união de diferentes culturas, que seriam o fator mais importante na formação desta nova gente foi a ocupação de outras tribos na denominada ilha Brasil.

O protagonista para a formação dessa “nova gente” foram os europeus, e a alteração foi causada pela mistura dos povos que estariam aqui presentes nesse “processo geral de gestação de povos”, por meio de uma documentação bibliográfica para se chegar a conclusão de perceber os caminhos que o brasileiro tomou.

Toda essa formação se deu em meio a muitos conflitos, como é narrado por Darcy Ribeiro ao citar Jean de Léry, onde ele se refere a visão e expectativa dos índios com a chegada de portugueses e franceses. Logo em seguida, ele amplia o problema e se refere aos objetivos de “salvamento” das missões jesuítas e a permissão para a “guerra justa”, perpetuada pelo colonizadores e como intuito de aprisionar os índios e fazê-los escravos, com o consentimento da coroa portuguesa e a resistência daquela gente, sempre livre, e incapaz por natureza de se submeter a trabalho forçado, que era o único interesse do branco europeu.

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Essa dominação foi o fato que alcançou o fim da autonomia étnica dos nativos da selva ali presentes. Distintos da formação dos povos do Velho Mundo, narrado por Darcy que a formação do povo brasileiro foi singular, que foi modelada pela mestiçagem em meio à hostilização dos índios que não se submetiam aquela nova condição presente em nome do chamado processo civilizatório, que durou todo aquele primeiro século de presença portuguesa aqui e que logo em seguida somariam os negros africanos.

Na segunda parte da obra, percebe-se no início do capítulo a tese de que a gestação étnica do povo brasileiro desde o que deveria nascer se deu pela maneira que os indígenas organizavam a vida em suas tribos ou “cunhadismo” expressão usada pelo etnólogo para descrever. Este fato tornou-se a nova forma civilizatória eficaz no recrutamento para os trabalhos pesados que eles não queriam realizar. o autor trata da gestação ética, ou seja,

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