Mercado de trabalho para ex presidiarios
Por: Salezio.Francisco • 25/12/2017 • 3.501 Palavras (15 Páginas) • 492 Visualizações
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Este regime de correção ao indivíduo é, segundo Foucault (1970), um dos traços característicos de nossa sociedade, denominado Panoptismo, que nada mais é como foi citado, a forma de correção de um indivíduo através da vigilância e do controle. É interessante observarmos que esse sistema de vigilância e controle não se aplica somente na situação de punição de sujeitos transgressores, apesar de ser esta a sua maior alcance. Este sistema também é essencial nas instituições educacionais e trabalhistas, pois, percebe-se que nestes espaços há, visivelmente, um só fim, que, é o estudo para uma formação e a conclusão de um projeto para adquirir um salario. Portanto, quando o sujeito viola uma norma, a função de quem exerce o poder de controle, é inserir este individuo aos aparelhos de correção, fazendo com que este seja afastado da sociedade a qual ele não soube conviver em harmonia com a norma regularizadora, para sofrer transformações em relação ao erro cometido, é o que Foucault denomina perfeitamente de 'inclusão por exclusão'. Este é o tipo de controle que já entendemos e até nos acostumamos, pois convivemos com o sistema prisional há décadas, logo, é importante frisar que quando o sujeito infrator retorna a sociedade, ele não sai do panoptismo, ao contrário, é pressionado por ele e por vezes até de forma violenta, como uma repressão moral, para não voltar a errar e, tentar assim, harmonizar-se com os preceitos fundamentais. Logo, o individuo infrator é submetido a outro tipo de ação panoptista, que é a inclusão por inclusão, ou seja, tentar novamente incluir-se no sistema através de outros aparelhos de controle, como a educação e o trabalho.
Entendendo assim este tipo de controle, é fácil percebermos que, atualmente, o poder até oferece este tipo de inclusão para o ex-detento, mas ainda há muitas dificuldades, no sentido de o individuo não saber como começar e como reintegrar-se ao sistema, pois este panoptismo é regrado de forma generalizada, como um controle de massas, funciona somente para obter-se o não cometimento de erro. É importante que o poder não se preocupe somente na inclusão por exclusão, que segundo Bauman (1970), é a retirada dos impuros para permanência dos puros, mas que seja realizada uma 'limpeza dos impuros', ou seja, fazer com que, no momento da exclusão, o sujeito possa obter meios de controle que o façam entender que a sua mudança é essencial para o equilíbrio da pureza, trabalhando desta forma no progresso do individuo e oferecendo assim, condições respeitosas para o seu desenvolvimento físico, mental e social, estabelecendo oficinas de atividades profissionais, apoio psicológico e incentivos para empresas empregarem ex-detentos.
Pode-se considerar a Inclusão social uma expressão que se expandiu a partir dos anos noventa, com o desenvolvimento maior das Organizações Não- Governais (ONGs).
A Inclusão Social pressupõe a relação ou reintegração na sociedade daqueles que, por razões diversas encontram-se a margem de um contexto de mínima qualidade de vida.
Infelizmente é notável que há diversas formas de inclusão, uma delas é a do Ex-presidiário.
Segundo a Lei Nº 7.210/84 o ex-presidiário pode e deve trabalhar em alguns setores autorizados. Conforme o comportamento do presidiário no regime fechado, ela ganha o direito de trabalhar na própria instituição, sendo assim a cada três dias trabalhados ele ganha um de liberdade, no final de sua pena. No regime semiaberto o presidiário tem o direito de sair por 4 dias por ano, e nos casos em que se comportam bem podem trabalhar de dia e dormir na penitenciária. E no regime aberto o detento não fica na cadeia somente cumpri a obrigação de assinar uma "carteirinha" a cada bimestre, não podendo sair da cidade e declarar que está trabalhando.
O ex-presidiário uma vez que tenha cumprido sua pena e considerando-se o grau de eficácia do sistema profissional brasileiro em reeducar criminosos, é para a sociedade livre, um ser jogado para os lados, se a sociedade o reintegra imediatamente, corre o risco de ter, dentro de suas casas ou empresas, alguém muito suscetível a cometer novos ilícitos, porém se a sociedade não o integra imediatamente terá a certeza de que esse alguém cometerá novos ilícitos.
O caso da Inclusão do Ex-presidiário é um dos mais difíceis de acontecer na prática, mas também deve ser o caso que se faz mais urgente e necessário.
É necessário que a sociedade entenda que a inclusão do ex-presidiario só irá acontecer se a reintegração tiver inicio já nos primeiros dias livre das grades, é preciso que o detento saia da cadeia sabendo diferenciar esse ambiente de violência e injustiça com o mundo que o espera lá fora.
Os governos precisam avançar em políticas públicas de reinserção porque a sociedade ainda vê com preconceito esta alternativa, considerando-a um “desperdício” de dinheiro público.
Os ex-presidiários acabam passando por algumas medidas básicas de inclusão uma delas é a profissionalização dos detentos, e os incentivos fiscais às empresas que derem emprego a quem já esteve preso.
A Fundação "Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel", FUNAP vinculada à Secretaria de Estado da Administração Penitenciária, tem por objetivo contribuir para a inclusão social de presos e egressos, desenvolvendo seus potenciais como indivíduos, cidadãos e profissionais. Para isso, planeja, desenvolve e avalia, no âmbito estadual, programas sociais nas áreas da assistência jurídica, da educação.
A FUNAP busca desenvolver nos ex-detentos a cultura, a capacitação profissional e do trabalho para as pessoas que se encontrem privadas de liberdade, contribuindo para a inclusão social dos mesmos.
A Fundação “Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel", criou vários programas para ajudar os ex-presidiários como: O programa Jus “Apoio Jurídico ao Preso” aderindo ao preso a assistência jurídica integral de recursos financeiros. O Programa de Educação Básica (Alfabetização, Ensino Fundamental e Medio), outro programa é na área cultural, a Assistência ao Egresso e Familiares, o programa de profissionalização conta com certificação que invistam na perspectiva de formação integral (gestão, cidadania, mercado, empreendedorismo, cooperativismo, etc), e buscando sempre a especialização de forma a criar real possibilidade de ingresso no mercado formal de trabalho, e o Trabalho e Renda.
A FUNAP é uma das instituições que se preocupa com a vida do Ex-presidiário, buscando garantir a melhor qualidade de
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