FICHAMENTO MALINOWSKI, Bronislaw. Argonautas do Pacífico Ocidental. (capítulos I e II).

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II

Existem classes e diferenciação social; chefes e pessoas de posição são tratadas com mais respeito. Mulheres também possuem posições sociais diferenciadas e, além disso, também ocupam posição de prestigio na vida tribal, apesar de não poder participar dos conselhos dos homens. Revelam-se, de modo geral, amistosas e agradáveis; usam saiotes feitos de fibra, cujo comprimento varia de uma aldeia para outra. Ela são encarregadas dos trabalhos relacionados à horticultura. Sobre a vida sexual, é afirmado que os jovens são

iniciados precocemente, possuem uma vida promiscua de amor livre, até que se envolvem em casos mais sérios que terminam em casamento. Primeiramente a mulher se muda para a casa do marido, e a cerimônia junto com a troca de presentes só ocorre posteriormente.

Em sua organização espacial, as aldeias costumam ter seus centros circulares; o terreno central, chamado baku, é onde se realizam as cerimônias e os festejos públicos. Contornando o baku, há uma fileira de cabanas, são as moradias, cada uma para uma família. No lado externo do círculo estão várias choupanas em fileira, onde se guarda o inhame. Na frente de cada choupana, há uma espécie de banco onde os nativos sentam-se a noite para conversar. Entre as cabanas e as choupanas se forma uma rua circular, onde as pessoas tem sua vida cotidiana.

Metade da vida de trabalho dos nativos é dedicada à lavoura e a magia é a força reguladora da atividade agrícola. Nesse contexto, é apresentado o feiticeiro agrícola, que executa ritos e encantamentos no campo para dar início a cada uma das fases da plantação. As aldeias também possuem chefes, que possuem duas funções: a de liderança/autoridade e a da divisão da comunidade em classes ou castas. Com seu poder, ele pode não apenas premiar, mas também punir quem desejar.

Fantasmas não assustam os nativos, mas magia negra, bruxas voadoras, seres malévolos causadores de doenças e feiticeiros causam grandes temores. Quanto aos mortos, os Trobriandeses acreditam que

seus espíritos, invisíveis, migram pra uma ilha chamada Tuma e lá permanecem por um novo e longo período, voltando para suas aldeias em visitas anuais, para participar da grande festa em homenagem aos mortos, chamada milamala.