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Estruturas fundamentais do ser humano

Por:   •  9/10/2018  •  3.575 Palavras (15 Páginas)  •  231 Visualizações

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nobres reservadas à aristocracia, fomentando o chamado "ócio prestigioso" e, relegando às classes inferiores, os trabalhos braçais.

Aristóteles pensava de forma diferente, afirmava que a alma tem a forma do corpo, e influencia o empirismo ao admitir que o corpo interage perfeitamente com este mundo a partir de suas percepções sensoriais: os sentidos, a intuição e a consciência. Ambos influenciarão a visão de mundo e concepção de "Homem Moderno".

O pensamento cartesiano instaura a fragmentação da percepção corpórea: "Penso, logo existo". Esta modernidade perceberá duas "instâncias do corpo humano: "res extensa" (corpo e matéria) e "res cogitans" (coisa pensante). O que hoje entendemos como dualismo psico-físico norteará abordagens distanciadas da proposta Holística dos gregos".

Durante séculos o mundo esteve preso primeiramente a uma visão idealista e depois materialista. Chegando ao mundo globalizado, influenciado pela mídia, onde o valor dado ao corpo está relacionado ao mercado capitalista, esses valores foram claramente invertidos, encontramos na atualidade uma supervalorização do corpo, padronização do “belo” e por consequência uma perda de identidade.

CATEGORA DO PSIQUISMO

O psiquismo está, sobretudo, ligado ao homem-sujeito e sua organização de tempo não se iguala ao físico – biológico como o corpo, mas ele por si só gerencia seu ritmo e o fluir da vida psíquica como: emoções, afetos, imaginação, vontades, memória. Isto é substancialmente a existência intrínseca do mundo em nós. A nossa revelação de ser que existe no tempo se dá pelo psiquismo, pois é um sujeito que emite o que pensa, acumula vivências, cultura e comportamento. Para este, a principal forma de comunicação (intersubjetividade) entre os sujeitos é feita através da linguagem.

Ou seja, o psiquismo é o que interiorizamos, reconstruímos e adaptamos do mundo externo para o mundo que está em nós, isso se dá através de dois “eixos” que são: a imaginação (permite o homem captar o mundo externo) e o afeto (desejo). Referente a posições, o psíquico se encontra mediador entre o corporal (exterioridade) e o espiritual (interioridade).

Partindo do que seria uma pré-compreensão do psiquismo, infere-se que o homem como ser psíquico e a sua situação de estar- no - mundo como Natureza, remete-se ao estar presente, é o aqui e agora é o psíquico em seu nível espácio-temporal. Ao contrário da presença corpórea que se dá de imediato, o psíquico revela por mediato sua presença através da sensação e desejo, avindo, assim, o Eu percipiente (capaz de receber uma sensação) e o Eu apetente (que sente desejos).

Pelo corpo próprio o ser humano se mostra se expõe; pelo psiquismo ele revela-estabelece sua expressão ou figura interior, para que assim possa falar do Eu psíquico ou psicológico. Neste ponto, ou autor enfatiza que o psíquico é o primeiro estágio de formação do interior do ser onde a consciência é o centro dele. Essa compreensão do psiquismo é feita entre o estar e ser no mundo é a relação entre a presença natural e a intencional.

A pré-compreensão da vida psíquica está referida então, no consciente do Eu, onde é estruturada a identidade do Ser e declarada pelo imaginário e afetivo. Mas vale a ressalva, de que, o psiquismo é uma parte que constitui o homem e não sua totalidade, através da ontologia da pessoa humana, que o projeta sempre em busca de algo mais, e é isso que resultará na unidade espiritual do Eu inteligível, que caracteriza o homem como ser propriamente humano.

Infere-se que, o homem em sua totalidade de Ser, não é somente corpo-objetividade, alma/psique-intersubjetividade ou espírito-transcendência de forma subdividida, mas sim todas essas categorias unidas e esses processos que decorrem de forma simultânea. Ele não se resume só a um corpo visível a olho nu, ele é experiência vivida, emoções caladas, memórias guardadas e recordadas... O homem é o único ser que não se resume somente a essas esferas, ele está sempre em busca do algo mais, de se conhecer mais e questionar essa dúvida eterna, de qual é o seu papel no mundo.

ESPÍRITO

O terceiro nível estrutural designado por Lima Vaz é segundo ele o ápice da unidade do ser humano. É nesse nível que ele alcança seu nível mais elevado, segundo o autor, para a transcendência e, por conseguinte é então que ele “abre-se para o outro”.

Para ele constituir a categoria do espírito em seu âmago profundo é a tarefa de maior importância em sua investigação. Ele faz esclarecer que o conceito de espírito no texto está relacionado ao da Antropologia filosófica, portanto uma categoria antropológica, mas que contrasta com o fato de ela não ser somente antropológica.

Afirma também que a atribuição dessa categoria é possível por uma analogia de atribuição. Nesse nível percebe-se uma noção de espírito intimamente relacionada à noção de Ser – também com suas propriedades: verdade, bondade. A pergunta fundamental nesse propósito é responder quem é o homem e nessa categoria (do espírito) que se mostra a mais elevada – Transcendental – e suas propriedades: unidade, verdade, bondade.

O autor disserta também sobre o quiasma do espírito. Vista aqui como a relação entre verdade e liberdade e o cruzamento de suas relações. Bem (verdade) e Liberdade (bem). Nesse sentido o homem consegue ir além dos limites do conceito antropológico. Esta dimensão estrutural do ser, sendo a mais elevada onde a vida só tem sentido quando vivida segundo o espírito.

O propósito é compreender a nível antropológico filosófico, a categoria do espírito e sua relação com a transcendência. Pois o espírito é considerado a categoria que oferece ao ser humano uma perspectiva de passagem para um valor transcendente que lhe permita ter acesso ao verdadeiro sentido da existência humana.

Essa transcendência ou transcendentalidade é justamente a origem das dificuldades no seu estudo a nível antropológico. Fica a pergunta como colocar o espírito como objeto de ciência. Como aplicar os procedimentos metodológicos próprios da ciência que dão origem a formalização abstrata de seu objeto, sendo o objeto de estudo tão abstrato? Como aplicar leis e teorias sobre ele? Penso que esse é um dos motivos da negação da existência dele por parte de muitos pensadores.

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